Jason

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 Assim que abro meus olhos percebo que estou em um dos quartos do hospital, em uma cama hospitalar para ser mais exato, o que é estranho já que quem estava doente era Olívia e não eu. Percebo então que Carlo se encontra no sofá do canto direito do quarto, assim que vê que estou acordado se levanta devagar. 

- Como se sente, amigo?- Sua voz é suave.

Carlo sempre foi meu anjo da guarda, se preocupou comigo, mais do que qualquer um, mais do que eu realmente merecia.

- Confuso.- Falo apontando para a cama, o quarto, para toda aquela situação.

- Você teve um ataque de pânico.

 Respondeu Connor, cujo a presença eu não havia notado até então.  

- Acho que ir à Las Vegas e ficar em um hospital virou uma coisa comum pra gente.- Disse Carlo em um tom de piada, mas também com um tom de preocupação.

- Durante um ataque de pânico, não é incomum a pessoa desmaiar, e se o ataque for muito forte... - Ele fez uma pausa.- As emoções que foram formuladas com a notícia da Olívia, foram muito pra você, Jason.

 Agora eu me lembrava, não queria ter lembrado, porém a memória me atingiu sem nem pedir permissão.

Olívia estava condenada e não havia nada que se pudesse ser feito.

- Como ela está? - Pergunto um pouco triste.

- Preocupada com você, mas fora isso... ela está bem.

- Não não está.- Falei como um suspiro.- Connor, como alguém pode estar bem sendo que está condenada? Como ela pode estar bem? Eu sei que eu não estou.

 Ele parecia nervoso, acho que estava escondendo algo de mim.

- Eu não queria te dizer isso agora, talvez fosse melhor esperar sua completa recuperação.

- O que é? - Perguntei um pouco rude.- Seja o que for não pode ser pior do que a atual situação.

Connor se aproximou um pouco mais, ele estava calmo e posso estar enganado mas juro que vi um pequeno sorriso de lado sendo formado em sua face.

- Ainda há esperança.

 Não sei como uma simples frase pode te fazer ficar bem e apavorado ao mesmo tempo, mas fiquei assim ao escutar aquelas palavras saindo da boca do velho Hank.

- A legislação é bem clara, Jason, ela determina que a doação em vida só pode ser realizada entre cônjuges ou parentes consanguíneos próximos.- Ele fez uma pausa.- Não posso doar e tão pouco a Emília, nem sei como descrever a dor que isso causa em nós dois, no entanto, em casos que haja uma intenção de doar por amizade, sendo que o doador não é parente, a lei exige uma avaliação prévia pelas instâncias éticas do hospital e autorização de um juiz.

 Eu não estava entendendo nada daquilo, só queria que ele me dissesse logo que Olívia iria ficar bem.

- Aonde quer chegar com isso, Connor?

- Que o pedido de aprovação já foi enviado para a juíza Stephane Ann Benson, responsável pela parte jurídica do hospital, sabe o que significa? Significa...

- Ela encontrou um doador?- Acabei o interrompendo, não sei bem exatamente identificar o tipo de emoção com a qual eu perguntei aquilo.

- Sim, sim ela encontrou.

- Onde?

- Em um bar de Karaokê cantando a música Faith do George Michael.- Completou Carlo sorrindo.

 Eu... 

Eu não conseguia entender, mas não fazia diferença, eu era um burro de qualquer maneira, mesmo se ele me explicasse eu não iria conseguir entender, tudo o que importava agora, era que Olívia tinha uma chance... ela tinha a mim.

Talvez o destino seja louco ou tenha realmente um péssimo senso de humor, não sabia dizer se o amava ou o odiava por tudo que ele fez na merda da minha vida, só sei que ele me trouxe até Olívia, salva-lá era a coisa que mais parecia certa em todos esses meus anos de vida inútil, talvez Ben a tenha colocado no meu caminho, talvez Deus, sinceramente não sei, mas as vezes não entendemos nada nessa vida mesmo.

Eu pelo menos nunca entendi.  







 Heey everyone! :)

 Seguinte: 

Aqui estão as referências da parte médica do capítulo já que não sou médica, queria :(... mas não sou kk

www.blog.saude.gov.br     (Li as informações e formulei como ficaria na história, fora isso... nada mais)

Quando a Hora ChegarOnde histórias criam vida. Descubra agora