Minha cabeça estava um caos, minha boca tinha um gosto estranho e eu estava sem camisa, eu acho, só acho que talvez eu devesse parar de beber e ir a lugares estranhos, não me lembrava de como a noite havia acabado e tenho certeza de que minha meia estava molhada, mas não gosto nem de pensar em como ela deve ter ficado assim.
Levantei do sofá onde me encontrava quando percebi que aquela não era minha casa, mas de quem quer que seja, tinha dinheiro pra dar e vender, sinto que essa frase não fez muito sentido, se a pessoa já é rica por que vender o próprio dinheiro? Meu Deus eu preciso de ajuda!
Escutei um barulho vindo da cozinha e o segui, nem pensei na possibilidade da pessoa dona da casa surtar ao me ver, as vezes foi a mesma que tirou minha camisa e molhou a minha meia, sempre é bom continuar otimista quando se está seminu em uma casa desconhecida.- Bom dia, senhor cantor.
Oi? Eu estava na casa da Live?
Como isso é possível?
- Live?
- Aqui.- Ela me entregou uma xícara de café.
Assim que o senti na boca eu quis cuspir, mas engoli mesmo assim.
- Está sem açúcar.
- Sim, mas está bem forte.
Eu não tentei fazer mais nenhuma argumentação.
Me sentei de frente de um belo balcão do que parecia marfim e ela sentou de frente pra mim.
- Se lembra de alguma coisa?
Neguei com a cabeça.
- Bom você bebeu muito, muito mesmo, me cantou mais ainda e depois vomitou em mim.
Minha reação foi apenas a olhar e ficar em silêncio.
Mas depois de alguns segundos rimos juntos.
- Me desculpe! Como posso não me lembrar te ter vomitado em você?- Eu bati em minha testa com a mão esquerda em sinal de desaprovação as atitudes de basicamente uma vida inteira.
- Está tudo bem, talvez tenha sido melhor assim.- Ela sorriu e me encarou por uns instantes. - Por que você bebeu daquele jeito?
Eu realmente não queria falar sobre ele.
- Eu não faço ideia, não consigo me lembrar.
Acredito que ela percebeu meu incômodo e logo mudou de assunto.
- Sua camisa está secando e seu carro ficou no bar.
- Posso ficar aqui e esperar secar?
Notei no seu olhar que ela se não gostara muito da minha sugestão, pelo menos se eu não tivesse deixado o clima pesado...
- Claro.
Sua boca respondeu algo que claramente seus olhos negavam.
- Então?
- Bom eu estava pensando em fazer uma maratona de Westword...
- Ta brincando? Eu amo essa série.
Ela sorriu e então fomos para a sala.
Enquanto ela buscava o notebook eu dei uma boa olhada ao redor, claramente era uma casa em que Tony Stark moraria, que Deus o tenha.
Bem ao fundo do corredor direito, onde eu supostamente não deveria bisbilhotar, tinha uma sala estranha. Acredito que aquilo já fora um estúdio de balé. Era tudo tão delicado e bonito.
- O que está fazendo aqui?
Olhei para trás e ela me encarava.
- Desculpa eu... Sei que não devia estar aqui.- Era tudo o que consegui dizer.
Ela não parecia estar brava comigo, mas sim emocionada. Me pergunto há quanto tempo Olívia não entrava nessa sala.
- Está tudo bem. - Ela entrou de vez no local.
Parecia estar se sentindo nostálgica.
- Eu não entro aqui desde...- Senti mágoa em sua voz. - Faz muito tempo que não entro aqui.
Eu tinha que fazer alguma coisa, detestava ver mulheres tristes.
- Sabe... eu já fiz aulas de dança.
Comecei a fingir que sabia dançar balé e aquilo a fez sorrir.
- Você está fazendo errado.
Em seguida ela me mostrou algumas posições e começamos a fazer graça, aquilo foi muito divertido.
Misturamos salsa e balé.
Tango e macarena.
Lembrando que eu estava sem camisa, isso é um detalhe importante.
Acho que o dia estava bem melhor do que quando eu acordei e eu acreditava no meu coração que ela também sentia isso, sei que sou especialista em estar errado, só que agora tenho minhas dúvidas.
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Quando a Hora Chegar
Teen FictionAs vezes precisamos aceitar o destino, mesmo que doa, mesmo que te mate. Olívia Jones nunca gostou muito de conversar ou qualquer tipo de interação,era certinha, tímida e um pouco fria. Nascera em Virgínia e aceitava a vida que levava até que Jason...