Nossos narizes estavam se tocando, não tinhamos quase fôlego algum, ele ainda estava com os olhos fechados, pude perceber gritos de euforia atrás de nós, mas não importava, nada importava, não agora.
- Vocês arrasaram! - Gritou o dançarino. Tinha me esquecido de tudo isso.
E o som de gritos se juntou ao som de palmas.
Não sabia ao certo o que tinha acontecido comigo, eu estava com raiva, raiva porque me senti rejeitada, mas... Mas agora Jason estava aqui, estava aqui comigo.
- Olívia... Eu...- Sua voz estava baixa.- Eu...
Não o deixei completar, senti seus lábios nos meus novamente.
- Gente, vocês não preferem continuar isso em particular?
Nos afastamos e olhamos para o Striper e todas as outras pessoas que nos encaravam.
Jason estava paralisado, então peguei sua camisa e o puxei para fora do palco.Ele parecia confuso, eu não o culpo.
- Jason, quer sair daqui?
Ele me encarou.
- Acho que preciso de uma bebida.
Em seguida o mesmo seguiu para o bar, onde Carlo estava conversando com alguém.
- Olha só! Vocês dois hein!
Eu sorri, porém Jason ficou em silêncio.
- Esse aqui é o Dylan.
- Prazer Dylan.
- Live, não é?
- Sim. - Sorri novamente.
- Então, vocês dois estão juntos já faz quanto tempo? Dylan perguntou.
Mais uma vez Jason não respondeu, ele estava com a boca ocupada bebendo algo transparente.
Fiquei sem graça por não respoder o rapaz, mas acho que não tinha o que responder.
- Olha acho melhor voltarmos para o hotel...
- Sim! Sim! Carlo está certíssimo! Devíamos voltar para o hotel agora mesmo!
Agora ele se pronunciava.
- Muito bem então.- Disse Carlo meio sem graça.
Eu apenas encarava os dois em silêncio.
- Tchau, Dylan. Foi bom conhecer você.
- Você... Vocês também, espero te encontrar novamente.
- Eu também... Também gostaria de te ver de novo... É difícil fazer amizades nos dias de hoje, ainda mais em um clube de striptease.
- Olha você ficaria surpreso.- Os dois estavam sorrindo.
- Vamos? - Perguntou Jason impaciente.
O caminho para o hotel foi acompanhado por um silêncio muito do constrangedor.
Quando chegamos, ainda na recepção eu me manifestei.- Me beijar foi tão ruim assim?
Os dois me encaravam, junto com todas as outras pessoas que passavam.
- Me responde, Jason! Foi tão ruim ao ponto de você nem olhar na minha cara? Hein!
- Olívia, eu... Eu sinto muito que...
- Que eu não seja aquilo que você pensou?
- Eu não disse isso.
- Então, então por quê?
- Olívia... Te beijar, era tudo o que eu mais desejava, desde o momento em que coloquei aquele microfone na sua frente e você disse que não sabia cantar Faith.- Ele sorriu, mas foi um sorriso triste.- Só que não faz muito que você disse que não me queria desse jeito, estavamos cantando e bebendo vinho, se lembra? Bom... Eu me lembro, me lembro porque percebi naquele momento que podia estar me apaixonado por você, mas percebi naquele momento também que você nunca iria sentir o mesmo por mim.
Eu não soube como reagir, Carlo também parecia em choque e um pouco triste.
- Te beijar foi maravilhoso, foi lindo a melhor coisa que podia ter me acontecido, mas não significou o mesmo pra você do jeito que significou pra mim.
- Jason... Olha, sei que não sou, sei que não sou a pessoa mais aberta e carinhosa do mundo, mas olha pra mim, olha nos meus olhos.- Ele estava chorando, assim como eu. - Eu não te beijei por beijar, te beijei porque eu te queria, Jason. Eu não estava te enxergando antes, mas agora eu te vejo, eu te vejo e te quero.
Pude perseber um sorriso se formando em seus lábios, assim como nos meus.
- Se beijem logo!
Nos assustamos, esqueci que estavamos na recepção do hotel, as pessoas estavam nos assistindo.
Jason me olhou e sorriu de vez, retribuí o ato, ele acariciou meu rosto e se aproximou devagar.
- Não quero te obrigar a nada.
- Você não está. - Em seguida eu mesma o puxei.
Escutamos aplausos como se fosse uma daquelas cenas de filmes, no entanto como em uma daquelas reviravoltas, eu não esperava escutar o que escutei em seguida.
- Então é assim que você ainda me ama?
- Patrick?
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Quando a Hora Chegar
Teen FictionAs vezes precisamos aceitar o destino, mesmo que doa, mesmo que te mate. Olívia Jones nunca gostou muito de conversar ou qualquer tipo de interação,era certinha, tímida e um pouco fria. Nascera em Virgínia e aceitava a vida que levava até que Jason...