- Então?
- Desculpe, o que disse?- Perguntou distraído.
Eu o conhecia desde de seus 8 anos de idade e em todo esse tempo eu sempre soube o que se passava na cabecinha daquele rapaz, Patrick era um bom menino, só era uma pequena que sempre era muito fechado, contudo, exatamente por isso ele e Olívia se davam tão bem.
- Patrick, se quiser remarcar a reunião eu não me importo.
- Não é necessário eu estava justamente pensando...
- Na minha neta.
Ele riu fingindo não saber do que eu estava falando, como se o fato de ele ter corrido atrás dela há alguns minutos não fosse prova o bastante para dizer que eu estava certa.
- Querido eu não nasci ontem, infelizmente, pensar em ser um pouco mais jovem é musica para meus ouvidos. - Tentei fazer uma piada para melhorar o clima.
- O caso dela é...
- Não estava pensando no caso dela, mas nela em si.
Ele me lançou aquele olhar que eu tanto odeio.
Era uma mistura de tristeza e raiva.
Não vou negar que a situação atual está matando à todos nós, porque está. E a pessoa que mais se afeta não parece que está sendo afetada.
- Ela está saindo mais e fazendo novos amigos.
- É, eu percebi isso.
- Isso incomoda você.
E novamente aquele olhar.
- Não sei aonde quer chegar.
Ata. Ele pensa que eu sou uma daquelas crianças fáceis de enganar, bom eu não sou, não mais.
- Ah, mas você sabe sim, sabe muito bem, Patrick.
- Ok.- Disse seco. -O que quer que eu diga? Hein? Que estou com raiva dela? Que odeio como as coisas estão agora? Que essa situação está matando todo mundo, não só ela? É isso, Emilia? É isso que quer que eu diga!
- Pratrick você tem que entender que aquilo era...
- Antiético?- Ele se levantou nervoso- Não era isso Emilia, nunca foi e estou cansado de escutar essa desculpa. Ninguém sequer liga pro meu estado de espirito! E o seu? Não poder ser a doadora deve matar você!
Agora Patrick tinha pegado pesado.
Mas eu sempre soube muito bem como controlar minhas emoções, eu não era o foco dessa conversa, enfim, pude perceber que ele estava bem abatido, era possível vê-ló lutar contra as lágrimas que queriam desesperadamente escorrer pelo seu rosto.
- Talvez você esteja certa. -Disse em direção à porta.- É melhor marcar essa reunião para outro dia.
Entendo que Patrick esteja passando por tempos difíceis, mas como ele mesmo acabou de confirmar, não estamos todos?
- Ainda pode ligar para ela.
- Eu não sei se eu quero fazer isso.
- Então me diga, Patrick, o que você quer fazer?
- Eu não tenho a resposta que você quer ouvir, Emília.
- Então quem mais poderia ter a resposta?
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Quando a Hora Chegar
Teen FictionAs vezes precisamos aceitar o destino, mesmo que doa, mesmo que te mate. Olívia Jones nunca gostou muito de conversar ou qualquer tipo de interação,era certinha, tímida e um pouco fria. Nascera em Virgínia e aceitava a vida que levava até que Jason...