Patrick

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Depois de um plantão de quase 26 horas tudo o que eu mais precisava era beber. Uma vontade não muito comum minha, porém abri uma exceção simplesmente porque os problemas apenas aumentaram nos últimos dias.

Cheguei em casa e me arrumei, mas não muito, apenas o bastante para ir em um barzinho aqui perto, nunca fui muito de beber como já havia comentado, só que ultimamente é o único alívio que consigo ter.

Ao entrar no bar me sento de frente ao balcão e peço um gim-tônica. Depois de beber percebo uma discussão com um dos clientes, era um bêbado que já havia bebido demais, uma coisa nada incomum, principalmente em um bar. Eu podia ignorar e voltar a beber, afinal a ideia era relaxar, ter um alívio, podia até voltar pra minha casa como se nada daquilo tivesse acontecido, simplesmente porque não era da minha conta, mas a droga do bêbado era o novo amigo da Olívia, quer dizer, eu não tinha certeza se eram amigos, mas ela o conhecia e tudo que a envolvia acabava me envolvendo também.

Droga Patrick!

Tudo era questão de ignorar, mas não! Eu tenho que sempre ter essa consciência de ter que ajudar os outros, acho que fazia parte da natureza de se ser um médico.

Eu cheguei um pouco mais perto e o rapaz também me reconheceu.

- Doutoor Elllliot.- Disse dando um tapinha no meu ombro.

- Esse não é meu nome e tenho certeza de que sabe disso, porém esse não é o foco aqui. Você é amigo da Olívia, não é?- Perguntei

Ele começou a rir.

- infelizmente.- Disse dando uma golada no que estava bebendo.- Ela não tá muito na minha, sabe?. - Logo depois soluçou.

- Que surpresa. - Soei mais sarcástico do que gostaria.

Ele me encarou.

- Você também, não é?

Apenas concordei com aquele bêbado, não é que Olívia não estava na minha... Na verdade era uma história longa e complicada e com toda certeza eu não ia sair por aí espalhando minhas intimidades com a minha ex, concordei com ele porque entedia o sentimento que o mesmo achava estar sentindo.

- Acho que ela tem esse efeito em todos os homens, menos no meu amigo Carlo, o que é estranho, mas em mim, nossa todos os efeitos possíveis pode ter certeza que ela causa.- E lá vai ele bebendo mais uma vez.- Por acaso vocês dois já transaram?- Perguntou triste.- Foi bom?

- Acho que você já bebeu demais.

Agora ele ria o mais sarcasticamente possível.

- O Doutor não acha nada.

Odeio pessoas bêbadas.

Me pergunto a razão de não ir embora e deixar esse babaca aqui.

- Eu realmente acho que você deveria parar.

Ele começou a fazer uns barulhos infantis como se estivesse me imitando.

Patrick a porta é logo ali.

- Rapaz, se eu fosse você escutaria seu amigo.- Disse um senhor que observava essa situação constrangedora.

- Ele não é meu amigo.- Respondemos juntos.

E eu ainda não tinha ido embora.

Relaxar, Patrick... Essa era a ideia lembra? Aparentemente eu não lembrava.

- Mais, por favor ! - Disse esticando seu copo para o barman.

- Eu sinceramente acho que você devia parar.

- E eu sinceramente acho que você devia calar a boca.

Eu podia ir embora.

Eu devia ir embora.

Eu entendo que se eu fosse embora as coisas seriam diferentes, o rumo da minha vida seria outro, mas a merda do destino me odeia

Então tudo o que fiz foi pegar meu telefone e discar.

- Alô?

- Olívia, preciso que venha à um lugar.- Meu Deus! Ele estava dançando em cima do balcão? - Imediatamente!

Quando a Hora ChegarOnde histórias criam vida. Descubra agora