23/09/2033
Sexta-feira.
~POV Mellanie
-Não precisa ficar assustada, vai gostar da nossa conversa – diz convencido ao me olhar e em seguida girar o volante fazendo a curva.
-Você não tirou carta ou dirige igual um louco mesmo? – alfineto.
Não tenho mais medo do que possa fazer comigo.
Compreendi que quanto mais demonstro medo e me reprimo, mais ele se satisfaz. Não darei esse gosto a ele.
-Olha, você tem senso de humor.
-E tenho uma arma na minha bolsa, pronta para ser usada.
Droga, não tenho, mas ele não precisa saber.
Deveria ter pedido uma a Anne. Se bem que duvido que teria coragem de fazer algo.
-A é?! – Stefan ri, apenas assinto confirmando minha mentira.
Não que eu realmente ache que isso me protegeria.
Que chances teria eu – alguém que nunca sequer tocou em uma arma – contra alguém que foi treinado para matar durante praticamente a vida inteira?
-Não sei nada sobre Eros.
-Eu sei.
-Então o que quer comigo?
-Saberá quando chegarmos lá.
-Lá aonde? – bufo diante do seu silêncio.
Olho as paisagens pela janela, um caminho diferente.
-Como soube da minha fuga? – questiono.
No pouco tempo que convivemos, aprendi a lê-lo, estuda-lo, decorei alguns de seus comportamentos.
Agora por exemplo, não aparenta estar com intenção de me torturar, acredito que com essa personalidade conseguiremos ter uma conversa, ou algo parecido com isso.
-Eu sei de tudo.
Não esperava que fosse me dar respostas de bandeja, ele não é do tipo que dá algo sem ter algo vantajoso em troca. Muito menos do tipo que entrega o jogo.
-Anne... – a possibilidade passa pela minha cabeça, mas a frase morre em minha boca.
Não quero saber como ele descobriu, quero saber se Anne estava envolvida nisso.
-Não – respiro fundo, aliviada.
-Não sei o que quer de mim, mas não espere que eu contribua com algo – falo ao vê-lo entrar em uma rua deserta.
-Você sempre fala tanto assim? – questiona, entediado.
Mentiria se dissesse que não me senti ofendida.
-Todos da sua família são muito mais agradáveis do que você! – ele ri.
É infantil, mas ele desperta isso em mim. Me faz ter a necessidade de tentar devolver.
-Fiquei sabendo das suas saidinhas. Se eu soubesse como é sentir pena, eu sentiria, só tenho dúvida se seria de você ou de Andrew.
-Eu que tenho pena de você – retruco – Nunca saberá o que é ser amado, porque é um ser desprezível.
É ridículo como ainda me esforço em ofendê-lo, tudo que lhe digo não surte efeito nenhum.
Ele apenas me olha e solta um sorriso de lado como quem vê graça, sou uma piada para ele, me vê como um ser inferior que não chega a seus pés.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Exilada na Máfia
RomanceMellanie Lavigne vivia em seu mundo cor-de-rosa. Possuía uma mãe que a amava, a casa dos sonhos, uma melhor amiga incrível, e tudo que quisesse teria. Infelizmente, contos de fadas não duram para sempre, e o seu acabou cedo demais. Diferente da do...