23/09/2033
Sexta-feira.
~POV Mellanie
-Como sugere que isso seja feito? – Stefan questiona ao acender um cigarro.
Droga, não pensei em nada. Não é como se tivesse tido tempo para planejar algo, e é por isso que ele me questiona.
-O que vamos dizer a todos? – desconverso.
-Não temos que dizer nada – dá de ombros.
Stefan não se importa com o que vão pensar, não se importa em dar explicações, não se importa com ninguém. Está concentrado demais vivendo em seu universo em que o único habitante é ele mesmo, o único que importa.
-Sua família irá no mínimo estranhar o fato de aparecermos juntos.
O que pensariam? Que estou com síndrome do Estocolmo? Que fiquei louca?
-Você se preocupa demais, deixa comigo, animal – diz em seu tom convencido.
Sua postura relaxada na cadeira só mostra o quanto acha graça de mim, me subestima.
Avanço sob a mesa, me debruçando nela, retiro o cigarro do meio dos seus dedos, volto ao meu lugar e me acomodo com o cigarro na boca.
-Era só pedir – ri, ainda me encarando com a mão no ar, desacreditado.
-Você não vai mais me chamar de animal, ou qualquer outra coisa do tipo – decreto.
-Posso tentar – diz ao desistir de me encarar e voltar a pegar outro cigarro.
-Parece que não ficou claro, que sou eu quem controla.
Eu vou aprender a jogar esse jogo, vou ficar melhor que ele. É desigual se for pensar que ele o joga há anos, mas não vou parar até fazê-lo se render.
-Porra Mellanie, isso é sexy! – diz ao piscar para mim, é um cretino – Mas tenho dúvidas quanto ao papel do submisso.
-Se continuar levando nossa negociação nesse rumo não teremos acordo nenhum.
-Prossiga – estende as mãos em rendição.
-Você irá pagar pelos meus estudos na faculdade que eu escolher, pagará pela minha moradia e por todos os outros custos que eu queira.
Não é com dinheiro que irei afetar Stefan, o padrão de vida de classe média alta me faz reconhecer o cheiro, ele não parece ter apenas alguns trilhões, suas roupas, seus perfumes, seu andado, TUDO, tudo emana poder, tudo esbanja dinheiro, logo os meus gastos pra ele não custam um real. Mas ainda assim não quero arcar com um centavo de nada disso.
-Você poderá sim escolher a universidade que quiser, entretanto seu ensino será à distância, você não irá morar em outro lugar se não minha casa, por motivos óbvios de segurança. Quanto ao resto dos custos, me parece razoável – decreta, não deixa espaços para questionamentos.
-Mas...
-O que foi? Acha que vai me servir de algo se estiver morta? – ri – Isso não é um conto de fadas, você não está de férias.
É claro que não seria, que tipo de conto de fadas macabro seria esse?
-Você me manterá presa – constato.
-Você é livre para fazer e ir onde quiser, desde que seja seguro. Não posso perder mais tempo com essa baboseira, você poderá tirar suas dúvidas com o guarda-costas chefe que designei para você – diz ao apagar o cigarro e se levantar.
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Exilada na Máfia
RomanceMellanie Lavigne vivia em seu mundo cor-de-rosa. Possuía uma mãe que a amava, a casa dos sonhos, uma melhor amiga incrível, e tudo que quisesse teria. Infelizmente, contos de fadas não duram para sempre, e o seu acabou cedo demais. Diferente da do...