Cinco

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A casa era realmente enorme. Meus pés chegaram a doer.
Nos sentamos na área da piscina após ter passado maior parte do tempo na biblioteca. Ele acabou por me emprestar um livro.

— como suporta aquela, pé no saco da Hayley?

— ela é minha amiga.— tirei os olhos e piscina.— eu acho.

Seus olhos demoraram em mim. Minha pele se aqueceu com seu olhar.
Eu não estava confortável.

— para de me olhar.

— você parece um anjo.— ele se aproximou de mim. Owen James tocou minha bochecha fazendo-a aquecer. Percorreu seus dedos por minha pele e tocou meus cabelos. O encarei.— esses olhos azuis e puros, seus cabelos…— enrolou uma mexa em seu dedo.— eu odeio anjos, McCallister.

Franzi o cenho para o que ele acabara de dizer.
Ele continuou acariciando meu rosto, tão delicadamente. Se aproximou e cheirou minha pele me causando arrepios.
Quando começou a beijar minha pele, fechei os olhos por um tempo mordendo o lábio.
Meu coração batia e eu queria fugir, mas meu corpo não obedeceu.

— James..

— eu odeio anjos.— falou.

Owen se afastou de mim e se levantou.

— vamos voltar.

Se virou e começou a andar para dentro, sem me esperar.


Eu abri a porta e o furacão Hayley entrou como um tiro, me deixando imaginar como descobriu minha morada. Erin sorriu como se me pedisse autorização e assenti com a cabeça. Ela entrou.

— como assim você esteve na casa dos James?

— minha mãe trabalha lá.— falei.

Minha amiga, se abanou. Andou até o frigorífico e apanhou uma garrafinha de água a virando toda na boca.

— eu disse para se afastar daquele babaca.

— você está gostando dele?— a pergunta de Erin me pegou desprevenida. Eu não sabia. Maneei a cabeça negativamente e a morena suspirou caindo no sofá.

— menos mal.

— porque isso tudo?

— você não conhece o tipo do Owen.

— ah, claro que sim. James é o babaca, popular jogador da escola. A idiotice dele o rende popularidade. Conheço esse tipo.

Erin assentiu. Hayley negou.

— Katy, eu não gosto como ele age perto de você.— a morena falou.

Dei de ombros e caí no sofá.

— esqueçam isso. Vamos fazer o quê, esse sábado está enfadonho!

— como assim, fazer o quê? Nós vamos passar nosso dia mostrando os nossos lugares preferidos, esqueceu?— Erin falou.

Abri a boca num gesto mudo.

— ela se esqueceu.— Hayley revirou os olhos.— vá se aprontar, enquanto isso, nós ficamos em seu quarto a procura de uma camisinha escondida.

— porque eu esconderia uma camisinha?— perguntei me levantando com Erin.

— todas adolescentes têm!

— não tem não!— Erin falou.— você só tem pelo motivo de visitas noturnas de Broke.

Minha amiga abriu a boca para protestar e logo fechou. Cerrou os olhos para nós e eu gargalhei.

— pelo menos eu não fico as colocando nos cabos da vassoura para ver até onde vão!

— Eu tinha catorze!— Erin se defendeu.— e você prometeu que iria esquecer isso. Não confio mais em nenhuma Morgan!

Ela revirou os olhos encarando Erin andar até meu quarto como se soubesse onde ficava.

— aquele é o quarto da mamãe.

— eu sabia!— se virou e entrou na porta certa dessa vez.



Nos havíamos comprado algumas roupas por insistência de Hayley Morgan. Entramos no cinema praticamente escondidas, em uma missão do 007, para ver um filme de maiores de idade, e esse foi incidência de Erin, que se mostrou uma ninfomaníaca.
Comemos porcarias numa lanchonete no shopping enquanto andávamos olhando as montras e as sujando de ketchup. Por fim, foram me mostrar o Arena.

Era um lugar amplo, com várias máquinas para jogar e nelas, filas de esperas não muito grandes. Havia muitos tipos de jogos, mas alguns repetiam provavelmente por causa do número de pessoas que os procuram.
Havia um espaço para tomar chapéus portadores de refrigerante.
Tinha um número de gente considerável para um sábado de tarde.

— eu ainda acho que devíamos ir para a praia. — Erin falou.

— eu odeio a maneira que a areia gruda em tudo. Da última vez, fiquei com areia em lugares que nem conhecia.— Hayley falou puxando o refrigerante pelo canudinho que descia de seu chapéu.

Erin por sua vez, ficou apenas no suminho de laranja, já que havia comido muitas besteiras, e sua mãe não gostava; era nutricionista.
Eu sinceramente não me importava, só comia.

— mortal combate ainda existe!— encarei a máquina.— legal.— joguei uma moeda na máquina e minha amiga fez um ruído atrás de mim.

— há tantos jogos bons, você vai jogar justo isso!?

— eu gosto.— dei de ombros.

— vou buscar mais sumo.— Erin falou e tirou um dos meus copos os levando de forma desajeitada nas mãos.


No final da tarde eu já não tinha mais dinheiro da mesada e me arrependi.

— estou me sentido pobre.— Erin falou.

— talvez seja sua realidade se manifestando.— Hayley falou rindo.— vá, lá, eu posso dar uma parte da minha para vocês.

— por mim, ótimo. A culpa é sua mesmo.

Erin deu de ombros e se sentou na porta enquanto procurava a chave.

— vou dormir aqui, é capaz de sair rolando para casa.

— tudo bem. Te empresto algo. E você Morgan?

A morena deu de ombros. Foi a primeira a entrar.

— meu deus, que cheiro bom!

— hey, meninas!

— boa noite mãe.

— se divertiram?

— tia, eu posso dormir aqui?

— já pegou intimidade.— Erin falou baixinho.

— pego mesmo Cooper.

— podem sim meninas, mas tem que falar com vossos pais.

— ótimo, o que é o jantar?— a cacheada perguntou.

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