Trinta e dois

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Com a chegada das férias, viajei para minha antiga cidade, Steinfeld. Owen não ficou nada feliz, mas eu havia feito isso por mim. Seria bom visitar meus amigos.

Eu fiquei em casa de Lia, que havia insistido. Havia passado todos esses meses sem ela e agora, eu via o ensino médio terminando em poucos meses.
Durante todo esse tempo, minha vida havia mudado muito; eu estava namorando, perdi a virgindade, mudei de cidade, tinha novos amigos e o principal que agora era destaque, eu seria uma finalista esse ano.
Esses vários tópicos foram aleatoriamente desenvolvidos em muitas das nossas conversar com o passar dos dias. Lia, Sasha e Caroline, minhas antigas amigas, queriam saber de tudo, porém com lia era diferente. Eu a conhecia a muito tempo e era a única pessoa, assim como Broke, em que tinha mais liberdade em conversar. Então sabia que ela não me iria julgar quando contei sobre meu namoro.
Lia era uma amante do amor e romances, mesmo com romances mais escuros e não tão conto de fadas assim, como ela mesma falou.

Nossos dias eram passados entre conversas, idas ao parque de diversões, noites de pijamas com as garotas, piscinas e churrascos.

— minha filha, você já vai voltar para sua nova cidade, seu gostoso e não sai daqui sem festejar.— Caroline falou sorridente dentro de seu vestido preto. A loira estava linda.

— e ainda por cima, Kathie, é um adiantamento do meu aniversário. — Sasha falou sorrindo.— vai ser legal.

Eu havia enviado uma mensagem para Owen mais cedo. Ele sabia onde eu ia, porém não respondeu.

— esquecer o Boy agora, fofa, vamos divertir.— Sasha falou me tirando o celular da mão e deixando sobre o criado mudo.— já já irá voltar para casa e matar a saudade.

Era uma boate. Iriamos nos três, Cole, Mateus, namorado de Lia e mais alguns amigos nossos lá da antiga escola.

Eu estava com um vestido da Caroline, porque segundo ela, eu não tinha roupas para baladas e vestidos soltinhos que me deixam parecendo com um anjo não são opções. Então eu usava um vestido cinza, não muito curto e nem muito longo, colado no corpo e com um decote. Meu cabelo estava num coque com mechas soltas e a make era escura para a noite.

— ela não consegue se afastar do espelho, gente! Nossa anjinha nunca percebeu o quanto é gostosa.— Caroline brincou. Eu tenho a certeza que ela iria gostar de Sabrina e Hayley, pelo menos da antiga.
A boate era cheia de gente, luzes e fazia um barulho infernal. Era a primeira vez numa boate, as meninas também não costumavam ir, quando eu morava aqui. Lia até me disse que dia Marie só a deixou ir agora com dezassete.

Minhas amigas não bebiam. Elas respeitavam as regras claras de, bebidas só quando for maior. Então nós ficamos no refrigerante mesmo e após um tempo, fomos para a pista assim que cole e Matheus chegaram.

— você está linda!— Cole gritou no meu ouvido e eu sorri em agradecimento. Eu também achava.

Com o tempo, as vibrações daquele lugar foram me inebriando. Eu me mexia sentindo meu sorriso crescer, meu corpo estava quente e as gotículas de água já começavam a aparecer. Nos gritavam os em conjunto, dançávamos, sorriamos. Aquele foi um dos meus melhores momentos com elas, e eu vi que realmente havia saudade ali.

Os garotos buscaram mais refrigerante para nós, enquanto eles preferiram álcool mesmo. Matheus era o único maior de idade no meio, foi ele quem comprou.

Nós nos dispensamos do grupinho das garotas quando eles se aproximaram e cada um dançou com um.

— tem certeza que não quer experimentar? É só cerveja.

Cole ofereceu seu copo e eu fiz careta. Me aproximei e cheirei o líquido fazendo careta.

— não obrigado.

Nos estávamos dançando quando meu braço foi puxado e me virando, encontrei Owen James me encarando furioso.
Seus olhos desceram pelo meu corpo e eu gelei na hora.

— Owen?!— perguntei confusa.

— que porra você estava fazendo se esfregando nesse cara como uma vadia?

— cara, olha como fala. Nós estávamos só dançando.— Cole se justificou.

— cala a porra da boca!

Owen me puxou para sair e Cole efetuou o ato só que inversamente. Os olhos de meu namorado captaram as mãos de meu amigo nos meus braços e então o ódio atravessou seus olhos na mesma velocidade em que ele pulou socando Cole.

— OWEN! PARA!

Eu o puxei para mim, e Matheus socorreu o amigo o prendendo para que ele não atacasse meu namorado.

— FILHO DA PUTA! PENSA QUE EU NÃO SEI O QUE QUER COM ELA?

— OWEN!— gritei perdida.

— ELA É MINHA AMIGA, OTÁRIO! VOCÊ DEVIA TRATAR MELHOR ELA!— Cole limpou a boca.

— Owen por favor. — chamei.

Eu odiava aquilo, aqueles olhares em minha direção. Estava tudo acontecendo de novo, como no dia da briga com Hayley.

— JAMES! — gritei com ele e o mesmo soltou seu braço e andou até a saída.

Saí sem encarar nenhuma das minhas amigas, o seguindo.
O frio da noite me fez estremecer com meu corpo quente e suado. Ele me encarou com ódio e desceu o olhar pelo meu corpo.

— se explique.

— O QUÊ?! VOCÊ QUE-

— NÃO GRITE COMIGO!— gritei em sua direção e ele se calou.

James suspirou e passou as mãos no rosto me encarando.

— o que você pensa que ele ou qualquer homem pensa quando te vê assim hein? Pare de ser ingénua, Katherine, porque ou é isso, ou você gosta dos olhares dele pelo seu corpo. Você gosta de se sentir desejada e ver que eles querem te foder aqui no meio da rua, não é?!

— eu não estou acreditando nisso!— falei sentindo as lágrimas quentes inundando meus olhos.— você está se ouvindo Owen James? EU VISTO A PORRA QUE EU QUISER E ISSO NÃO DÁ NINGUÉM O DIREITO DE ME ESTUPRAR OU ME TOCAR SEM MEU CONSENTIMENTO! EU ME VESTI PARA ME SENTIR BEM. SEXY. E EU ESTOU! VOÇÊ DEVERIA ME ELOGIAR E NÃO DAR UM ESCÂNDALO POR CAUSA DA MINHA ROUPA!

Ele riu debochado e se aproximou.

— te elogiar por se vestir como uma vadia? O que eles irão pensar quando virem que minha namorada se veste assim?

O ar saiu pesado de entre meus lábios como se não houvesse mais força para o segurar.
Era isso. Ele estava me humilhando de novo. Era só isso que Owen fazia quando surtava. Me humilhava e me colocava para baixo. Me inferiorizava.
E eu, sentia vergonha, chorava e depois desculpava.

Minha mão voou em sua face que se virou com a força de minha palma contra ele. Logo o locar ficou avermelhado e a vontade de deferir mais um tapa por toda as vezes que ele me fez chorar foi grande.

— que merda você fez!?

— eu odeio você!— falei apenas para ele ouvir. Eu tinha vontade de gritar, mas apenas ele iria ouvir cada palavrinha descarregada de raiva e recentimento.

— não odeia.

Neguei com a cabeça e ele se aproximou.

— você me ama.

— fica longe de mim, James.

— você me ama, Katherine. E eu também. — ele suspirou e relaxou os ombros.— eu faço isso porque te amo. Eu te amo tanto que não posso suportar ver você com qualquer homem. Eu amo você que não aguentei e vim atrás de você, porque estava mordendo de saudade. Eu te amo Kath, e tudo o que eu faço é porque você me deixa louco de ciúme, porque você é minha mulher.

Owen tocou minha face quando bati contra a parede e se inclinou cheirando meu pescoço. Seus beijos quentes tocaram minha pele e as lágrimas caíram quentes cheias de mágoa e confusão. Owen James era confuso e aquilo me fazia mal.

— você vai precisar de mim, amor. Vai precisar e eu não vou te deixar.

Eu precisava de ar. Precisava de pensar e ficar longe dele.
Eu o não queria ver agora.

— Kath.— encarei Lia que sorriu de leve ao me ver.— nós já estamos indo.

Assenti.
Owen me soltou, mas não antes de tocar meus lábios nos seus num selinho delicado.
Ele saiu e andou em direção ao carro, entrou e deu partida.

— não se preocupa amiga, isso é normal! Ciúmes e preocupação é sinal que ele te ama.

— lia, você viu como ele falou?

— ele estava com raiva! Eu quando estou com raiva, faço merda! Lembra quando a gente brigou por causa daquele vestido que você gostava? Eu falei um monte de merda, Kath. Isso é normal.

Eu só queria dormir agora. Minha cabeça já estava doendo e eu estava cansada de tudo aquilo.

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