Vinte e três

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Eu estava cansada. Havia faltado uma aula para ficar com Broke, porém depois nós assistimos as restantes.
Ele e Hayley haviam brigado por causa dela ter ficado com um dos garotos do time de basquete. Broke viu e ali começou tudo.

Mesmo cansada, eu preferi ir andando pensando naquilo tudo. Também precisaria ficar do lado de Hayley, mas isso não implica a apoiar ou concordar com o que ela fez. Particularmente eu até a acho culpada.

— hey!— encarei o carro de onde vinha a voz e encontrei um Owen James sorrindo torto para mim. Aquilo era tão lindo que me dava raiva.— vai entrar ou vai continuar com esses paços de preguiça?

Sorri e dei a volta entrando no carro.
Encarei seu sorriso calmo e sorri também sentindo o carro começar a andar.

— obrigada.

— disponha.— falou passando o braço atrás de mim.— vai ao meu aniversário?

— quando?— o encarei de cenho franzido.

— no sábado.

— mas vocês não tinha treino por causa do torneio entre escolas?

— ainda não.— abri a boca concordando. — você vai?

— você quer que eu vá?

— eu estou te convidando!— Owen rolou os olhos e eu ri.

Ele estava mais leve.
O carro parou quando chegou em minha casa e eu sorri.

— eu vou, Owen James. — beijei o canto da boca dele abrindo a porta e saindo rápido.

— Kath?

Virei o rosto encontrando minha mãe me encarando confusa.

— esse não é o carro de Owen?— perguntou quando o carro deu partida desaparecendo. Engoli em seco e sorri forçada.

— ele me encontrou no caminho e me deu carona.— coloquei a chave na fechadura e peguei as sacolas em sua mão.

— Katherine, a casa dele é no sentido contrário.— mamãe falou. Entrei na cozinha.

— ah mãe, talvez ele veio fazer alguma coisa, sei lá.— dei de ombros.

Summer McCallister ficou calada até aparecer na cozinha começando a preparar o almoço. Tirei a mochila a ajudando, cortando algumas coisas até sua voz preencher o lugar e acelerar meu coração.

— vocês tem alguma coisa?

Eu quase cortei um dedo.
Despejei as coisas na panela engolindo em seco.

— não, porque a pergunta?

— porque não foi a primeira vez, certo? É com ele que tem saído a noite?

— mãe!— a olhei confusa— não! Claro que não! Ele apenas me deu carona algumas vezes.— ela cerrou os olhos em mim.— por gentileza dona Summer.— beijei sua bochecha indo para o frigorífico.

— e você está interessada?

— não.

— porque não? Ele é lindo.— rolei os olhos.— porque tanta incredulidade?

— ele só não faz o meu tipo.

Dei de ombros mais relaxada.

— e quem faz? Broke?— mamãe sorriu e fiz o mesmo me lembrando de meu amigo.

— Broke e eu somos só melhores amigos.

— ele gosta de você.

— como amigo.

— sim, como amigo.

— hey, Senhora McCallister! Pare de me arranjar namorados. Estou bem assim.



Era segunda feira e eu gostava de estudar nas segundas principalmente porque não tínhamos ensaio das líderes.
Então passei a tarde estudando e depois desenhei até o anoitecer como já não fazia há algum tempo.


— o que dará a ele?— Sabrina falou do outro lado do celular.

— sei lá, ele é rico! O que eu daria a uma pessoa que tem tudo?— falei.

— eu também não sei.— ela falou.— talvez eu o dê camisas. Ou um relógio.

— eu não faço ideia!

— e o que irá vestir?

— Sabrina a festa é no sábado. Hoje é segunda.— falei e ela grunhiu fofo.

— garota, você tem que arrasar. Pensa que eu não vejo como ele olha para você?! Olha, nós vamos fazer a compra da roupa e do sapato até quarta feira. No sábado eu te levo até o meu cabeleireiro para fazermos as unhas e o cabelo. Vou chamar Erin e Hayley também.

— tudo bem.— falei.

— e falando nela, como ela está?

— eu ainda não falei com ela depois de hoje.— me deitei de barriga para cima encarando o teto.— eu nem sei o que dizer.

— eu apoio Broke. Hayley é minha amiga mas ela agiu como uma vadia sem coração.

Suspirei.

— ele vai ficar bem. Broke é uma pessoa incrível. E Hayley— suspirei.— Hayley ou muda pelo primeiro erro ou—

— continua a vadia sem coração mas dessa vez, assumida.— Sabrina falou e riu baixinho.

— é. — ouvi três toques em minha janela e a encarei.— Brina, vou desligar ok? Depois falamos.

— bons sonhos futura senhora James.

Desliguei sorrindo e andei até a porta a trancando. Abri a janela olhando para todos os lados mas não vi ninguém.

— esse sorriso é para mim?

Me virei num susto encontrando Owen James.

— mas que.. como você entrou?

— a janela do banheiro.

— aquela coisa pequena? Você pulou a.. James!— coloquei as mãos na cintura o encarando em reprovação.

Ela até havia arranjado o braço.

— olha isso.— segurei seu braço.

— deixe isso pra lá.

— está sangrando.

— é um pouquinho.— falou.

— não.

Me afastei pegando uma pequena mala de medicamentos e utensílios para primeiros socorros. Peguei a água oxigenada e uma pomada o empurrando sobre a cama.
Limpei o sangue com o algodão molhado pelo líquido e passei a pomada no arranhão.

— não entre mais por ali. Você pode até cair e se machucar de verdade.— falei o encarando.

— ok.

Sua calma e leveza me deixava feliz. Eu gostava de vê-lo assim. Ele ficava tão lindo quando simplesmente sorria para mim que fazia meu coração bater mais rápido. Parecia até outra pessoa.

Me levantei guardando a coisas e voltei o observando.

— porque veio?

— saudades.

Fiquei em silêncio por um tempo.

— não sentiu minha falta?

Maneei a cabeça assentindo positivamente.

— e não quer acabar com a saudade?

Owen me esperou responder pacientemente. Quando sorri para ele, o mesmo avançou num pulo levantando da cama e me empurrando contra a mesa.

— sem barulho.— falei puxando sua camisa.

— fale isso para si mesma.— aquele mesmo sorriso torto apareceu.

Owen me beijou quase desesperado, não ia o julgar, eu também estava. Meu corpo sentia a falta dele durante todo o tempo das férias.

Ele afastou minhas pernas e eu desci as mãos até sua calça parando quando mamãe bateu na porta.

— Kath?

Arregalei os olhos encarando a porta e o empurrei com a mão jogando a camisa logo de seguida.

— já vai mãe, estou no banheiro.

— eu vim só te dar um beijinho de boa noite, filhota.

— já vai.

Empurrei Owen e ele quase caiu da janela. Escondi o sorriso e fechei a mesma.

— oi!— falei quando abri a porta. Tentei controlar a respiração.

Mamãe me encarou e depois sorriu.
Ela beijou o topo de minha cabeça.

— não quer que eu te deite?

— não mãe! Tenho dezassete anos!

— não disse isso ontem!

Ela fez careta e riu de leve.

— boa noite meu amor. Que Deus te proteja.

— a senhora também.

Andei até a cama e me joguei quando ela saiu fechando a porta. Encarei a janela querendo rir do que aconteceu e assim fiquei até adormecer.

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