Sabrina bitch

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- Ju, eu não quero brigar com você – disse ele, baixo – Mas se você continuar provocando...

- O que vai fazer, Lucas? Se eu continuar te provocando, o que irá fazer? – perguntei em um tom provocativo.

- Socarei sua cara – disse ele rindo.

- Então vem, soque a minha cara! – falei gritando.

- Tem certeza? – disse ele.

Eu havia treinado karatê durante dois anos, desde os onze até uns treze anos de idade, o que me fez ter uma defesa pessoal magnífica.

- Claro que tenho, venha, me bata! – falei o provocando.

Ele veio para cima de mim e fechou seus punhos. Fiquei paralisada, esperando para que ele desse seu soco. Quando vi que seria a hora certa, ele mandou seu punho contra meu rosto, mas eu fui mais rápida, segurei seu punho, e o girei, fazendo ter nele uma grande dor. Ele não chegou a me machucar, simplesmente, eu apenas me defendi, mas me defendi e ele que sofreu as conseqüências, pois deveria ter doído muito, acredito.

Como eu já havia combinado, depois de acabar a aula, fui para a casa da Mariana.

Chegamos lá, e como eu suspeitava, tia Marta, a mãe da Mari, já havia deixado o almoço prontinho. Sim, eu chamo os pais dos meus amigos de tios e tias. 

Cumprimentei tia Marta com um sorriso forçado no rosto.

- Oi, tia! – disse à ela, ainda abraçando-a.

- Hm... dona Juliana. O que você ta escondendo de mim? – falou ela, rindo e mandando eu e Mariana nos sentar.

- É por causa do Lucas, mãe – Mariana falou baixinho.

- Lucas? O amigo do Pedro? – perguntou ela.

Mariana apenas assentiu, pois já estava com comida na boca. Comi também um tanto devagar, para evitar perguntas.

- Vocês dois sempre estão em pé de guerra – tia Marta riu – É incrível! Aliás, cadê eles? Eles tinham avisado que iriam almoçar em casa...

- Foram na casa da bitch – falei mal-humorada, referindo-me a casa da Sabrina.

- Mocinha, mocinha – tia Marta me repreendeu – Não chame os outros assim.

- Mas, mãe, ela tem razão! A Sabrina é uma baita de uma pu... – tia Marta a interrompeu.

- Modos, Mariana! Modos! – disse tia Marta, colocando suco em três copos – Era só dizer que foram na casa da Sabrina. Sim, eu não gosto dela, mas não precisava xingar a coitada, meninas! – ela fez uma pausa – E sabem a hora que eles voltam?

- Não, mãe – disse Mariana, tomando um pouco do delicioso suco de laranja.

- Então ligue para o seu irmão, Mariana – tia Marta ordenou – Quero saber o horário que eles virão, e se vai vir mais pessoas. Estou planejando fazer um bolo, ou algo do tipo...

- Aí sim, hein – falei comemorativa. 

- Estou sem créditos, mãe – lamentou-se.

- Como assim, sem créditos? – indagou tia Marta.

- A senhora não colocou esse mês ainda...

- Ju, querida. Você tem créditos para ligar para o Pedro?

- Tenho sim – falei sorrindo – Só um minuto... – falei com educação.

Fui para a sala, e lá, disquei o numero do Pedro em meu celular.

Liguei uma, duas, três vezes, e nada! Apenas caixa postal.

Voltei para a cozinha, e elas já estavam lavando a louça.

- Então, que horas eles vão vir? – perguntou tia Marta.

- Não consegui falar com ele, só dá na caixa postal

- Ligue para o Lucas então – Mariana disse, sorrindo maliciosamente.

- Mari, não! – a repreendi – Nunca! Never!

- Mas é sério, Ju. Ligue para ele, e apenas peça o horário – disse tia Marta.

- Tudo bem – falei emburrada.

Fui novamente para a sala, e com receio, disquei o numero do Lucas.

Em dois toques, ele atendeu.

- Alô – disse a voz afeminada do outro lado da linha.

- Sabrina? – falei.

- A própria – ela soltou aquele risinho irritante – Quem é?

Ô, menina burra. Nem pra ver o nome do identificador de chamadas...

- Juliana – respondi.

- Hm... e o que você quer? – disse ela, grosseira.

- Falar com o Pedro, por favor.

- Por que não liga no celular dele, então? – falou, mais grosseira ainda.

- Só dá na caixa postal – tentei ser simpática.

- Sabrina, com quem você está falando, amor? – disse uma outra voz, mas essa eu reconhecia. Era o Lucas.

- Juliana – disse ela para ele – Ela quer falar com o Pedro.

- Diga pra ela, que ele está ocupado demais – falou Lucas para Sabrina.

- Ele está ocupado – disse Sabrina para mim.

- Ótimo – resmunguei – E eu posso falar com o Lucas?

- O que ela quer, amor? – perguntou Lucas, para ela.

- Falar com você – respondeu ela para ele.

- Então me dá esse celular, Sa – ele riu – Alô.

- Oi, Lucas.

- Então, o que quer falar que é tão importante? – perguntou ele, rindo.

- Tia Marta quer saber o horário que vocês vão vir pra cá, e quantos que vão vir.

- Bom, vamos ir daqui dez minutos, e só vai eu e o Pedro...

- Ta, obrigada – falei desligando na cara dele.

Andei até a cozinha, e as duas já tinham acabado de lavar a louça.

- Então, que horas eles vem? – perguntou tia Marta, sorrindo.

- Daqui dez minutos. – respondi.

- Mas já? – falou ela – Ande, Mariana. Temos que nos apressar, fazer o bolo rápido e tudo!

- Mas, mãe, a Ju ta aqui, quero conversar com ela... – disse Mariana.

- Tudo bem, eu faço sozinha.

Fomos eu e Mari para o quarto dela, e eu fui logo ligando seu notebook, que ficava em cima de uma escrivaninha.

- Quantos modos – disse ela.

Apenas mostrei a língua e abri minhas redes sociais. Me surpreendi um pouco, vendo que alguém havia me marcado em uma foto. Quando vi quem era, quase morri, sério! Na foto, eu estava toda descabelada e com uma garrafa de cerveja na mão. Comecei a rir. Levantei-me e comecei a dar tapas na Mariana. Ela apenas ria, como eu. 

Na legenda da foto, estava escrito.

“Amizade é pra essas coisas, o pior é agüentar amigo bêbado, rs – com Juliana Drummond.”

- Mariana, sua peste. – comecei a rir mais do que o normal.

Na foto, havia vários comentários, e bastante curtis, me impressionei quando vi que Lucas tinha curtido, e comentado também:

“Não sabia que a nerdzinha também era de beber, rs, linda!”

Garota difícilOnde histórias criam vida. Descubra agora