No hotel

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***

Já com as malas prontas e, sobretudo, com o plano quase completo, fomos para o Hotel Golden Heart, um nem tão simples, nem tão luxuoso (precisávamos de uma diária barata). Seguimos para lá e passamos pela porta giratória.

– Boa noite – disse a moça do balcão principal – Em que posso ajudá-las? – O engraçado, é que por sorte ela falava a nossa língua.

– Oi. Boa noite – falei sorrindo – Precisamos de um quarto.

– Para vocês três?

– Se for possível, sim.

– Em um dos quartos há uma cama de casal bem grande. Não sei se ficaria confortável, mas vocês são magras, caberia perfeitamente as três.

– Por mim tudo bem – Mariana riu – Não me incomodo em dormir na mesma cama que vocês.

– Por mim também – concordou Ashley.

– E como é esse quarto? – Eu precisava de detalhes.

– Há uma suite com hidro-massagem – ela riu –, que na minha opinião, é bem relaxante – riu novamente – Sacada, uma mini-cozinha, um sofá e uma televisão. O necessário.

– Por mim está ótimo! – Mariana sorriu.

– E quanto seria a diária? – perguntei.

– Isso podemos resolver amanhã, se quiserem – Ela era simpática – Já está tarde e eu acho que vocês deveriam ir dormir. – assentimos para ela – Mas, primeiro, me conte: mais ou menos quanto tempo ficarão aqui? – E aí contamos o "plano" pra ela. Ela ficou super interessada, e disse que faria a mesma coisa se estivesse no nosso lugar. Gentil. Calculamos que ficaríamos pelo menos uma semana, e depois renovaríamos o "contrato" com o Hotel. – O quarto é o de número 203 – ela sorriu.

– Obrigada... hã, do que posso te chamar? – perguntei há espera de seu nome.

– Mi, esse é meu nome. Pode até ser um pouco estranho, mas fui batizada com esse nome.

– Obrigada, Mi – nós três dissemos juntas.

– Venham. Me acompanhem.

Entramos no quarto e era bem organizado. Agradecemos à Mi e ela foi para o seu "aposento".

– Que horas são?

– Sete e quarenta e cinco – respondi.

– Ainda é cedo – Mariana riu – Precisamos colocar o plano em prática.

– Verdade – ri.

Fiquei pensando por alguns instantes até que cheguei à conclusão, e falei:

– Lucas ainda não me ligou.

– Não se desanime, hoje ele terá o que merece – Ashley deu "tapinhas confiantes" em meu ombro.

– Será?

– Sim. E ainda mais: você fará isso com suas próprias mãos, ou boca. – ela riu.

– Tudo bem. Lucas terá o que mere...

Foi só falar nele que meu celular começou a tocar. Olhei para as meninas e elas balançaram a cabeça em movimentos positivos, então eu atendi:

– Oi.

– JULIANA, QUE MERDA FOI ESSA?

– Primeiro: não sou surda. Segundo: do que você tá falando?

Garota difícilOnde histórias criam vida. Descubra agora