Garotas "pegáveis"

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Não sei como falar em poucas palavras tudo o que aconteceu recentemente, mas posso te dizer que grandes partes foram horrendas. Em primeiro lugar, quero dizer que eu estou “puta da vida” com o Lucas. Odeio ele! E sabe por que? Porque ele voltou com a Sabrina! Acredita nisso? E eu aqui, pensando que ele gostava de mim... Não, Juliana, não chore. Uma parte boa é que meus pais voltaram pro Brasil junto conosco. E prefiro eles aqui comigo. Deitar na cama e chorar é uma das únicas coisas que posso fazer agora. E as minhas férias estão um lixo, literalmente. Sem contar que houve um inesperado e eu estou completamente gripada, argh. Esse vai e volta do Lucas e da Sabrina está me dando náuseas. E você deve estar se perguntando: “E o Matheus?”. Então, ele ta sempre aqui em casa, conversando comigo, mas eu sei que ele quer algo a mais comigo. Mais que amigos, digamos. Ele é o único que está me fazendo rir recentemente, tirando a Mariana e o Pedro, que ainda não assumiram o namoro. Não sei o por quê disso, eles são tão lindos juntos... E é verdade, eu estou com muita raiva da minha vida. Tudo bem que eu não posso ficar com raiva da minha vida, mas foda-se. 

- Juliana – minha mãe disse baixinho, verificando se eu estava acordada ou dormindo.

- Oi – falei baixo e fechei os olhos.

- O que você está fazendo? – ela riu da situação em que meu cobertor estava.

- Escutando música – disse e abaixei o volume do celular para poder ouvi-la melhor.

- Meu amor, você sabe que eu estou aqui contigo, não sabe? – ela disse e se sentou ao meu lado.

- Sei sim, mãe.

- Por que está assim ultimamente, meu anjo?

- É a gripe, mãe – menti e fingi uma possível tosse.

- Você mente mal, Juliana – ela riu e depois pareceu um pouco séria – Não acha que deve me contar algo?

- Ah, mãe, eu amo você – abracei-a forte e me desesperei em lágrimas.

Entre soluços, contei a ela tudo que havia acontecido nos últimos tempos. Desde a minha possível amizade com o Lucas, até o meu possível quase namoro com o mesmo. Contei para ela também o que eu havia feito com ele, e disse que me arrependi. Ela disse que a vida é cheia de escolhas, e que se eu escolhi ter dormido com ele, não faz mal, pois todos erramos às vezes no que escolhemos. Então eu fiz o que sempre fazia: Abracei-a, sorri e disse à ela que a amava.

- Querida, acho que agora é a minha deixa, não? – ela sorriu – Eu e seu pai iremos ao mercado, tudo bem? Consegue ficar sozinha em casa? – ela me fazia uma série de perguntas. Acho que ela pensava que eu ainda tinha dez anos.

- Ta, mãe – eu ri – Sei ficar sozinha em casa.

- Não se esqueça de trancar a porta – ela alertou-me levantando-se da cama.

- Tudo bem – bocejei e me deitei na cama, cobrindo-me com a mantinha que ali havia.

- Juliana – ela repreendeu-me – Levante-se agora dessa cama, me ouviu?

- Ah, mãe – choraminguei.

- Não, não! – ela disse brava e retirou a mantinha de cima de mim – São suas férias. Aproveite-as.

- Vou aproveitá-las dormindo – sorri e puxei a coberta novamente.

- Você está assim por causa do Lucas, não é? – ela se sentou na cama.

Assenti com a cabeça.

- Ju, meu amor, Deus te fez mulher, deverás ser forte como uma.

Garota difícilOnde histórias criam vida. Descubra agora