Uma Juliana diferente

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Em primeiro lugar, é muito, muito estranho mesmo ver um casal se "engolindo" na sua frente. A vontade de rir era grande, mas a de chorar era maior. Eu precisava conversar com a minha melhor amiga, desabafar, falar tudo com ela. Por sorte, eles estavam com roupa ainda.

O único modo que achei para que eles parassem de fazer aquilo, foi dar uma leve tossida. 

Eles me olharam assustados. Oras, eu também iria me assustar se fosse eu no lugar deles! Fiquei observando-os sem saber o que fazer, até que Lucas saiu de cima dela e, Juliana, que estava deitada na cama, levantou-se também, encarando-me. Os dois me olharam confusos. Devem ter percebido meus olhos inchados. 

– Mari? – perguntou Juliana – O que aconteceu? – ela aproximou-se de mim e me abraçou.

– Eu preciso falar com você – falei entre soluços.

– Claro, fala – ela afagou meu cabelo.

– Desculpa, Lucas – olhei-o –, mas será que dava para deixar-nos à sós?

Ele assentiu.

– Eu sinto muito por ter estragado a noite de vocês – falei, sincera.

– Tudo bem – Lucas sorriu – Se precisar de alguma coisa, Mari, saiba que eu também sou seu amigo – ele sorriu bondoso e saiu do quarto.

– E então...?

– Ju – choraminguei – Nem sei por onde começar.

– Oh, Mariana, está me deixando confusa!

Ficamos alguns instantes em um silêncio horroroso.

– Ele me traiu – falei finalmente.

– O quê? – ela perguntou, incrédula.

– Tive a mesma reação – dei de ombros.

– Não, claro que não! – ela disse, andando pelo quarto – Como isso? – olhou-me – Pedro não teria coragem de fazer isso com você.

– Pois ele fez.

– Não! – ela alterou a voz – Ah, não! – repetiu novamente, da mesma forma – Como ele pôde?

– Não sei – voltei a chorar.

– Vou dar um soco na cara desse idiota!

– Ju, não... – choraminguei – Não faz isso.

– E você conhece quem era a mulher?

– Samantha.

Ela se engasgou com a própria saliva.

– O quê? Repete!

– Samantha – falei novamente – Também não sei o motivo, mas ela está aqui.

– E eles... argh! – ela andou até a porta, ameaçando a abri-la, mas olhou-me novamente e veio até mim, dando-me um abraço – Tudo ficará bem – ela sussurrou – Eu estou aqui contigo. Cuidaremos dele e da vadia depois, calma.

– Mariana! – gritou uma voz vinda da sala – Mari! – bateram na porta e eu fui abri-la.

Parei por instantes, pensando se abriria ou não. Decidi abrir.

– Desculpe-me – ele me abraçou e eu não retribuí.

– Pedro, seu otário – Juliana avançou pra cima dele e eu me afastei – Como pôde ter feito isso?

– Eu não fiz nada, Juliana, eu já disse! – defendeu-se ele.

– Ah, não fez? – disse ela ironicamente.

Garota difícilOnde histórias criam vida. Descubra agora