Desafios malucos

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Olhei Pedro fuzilando-o com os olhos.

- Que merda de desafio é esse? – falei.

- Um desafio normal – ele riu.

- Não, isso não vele – falei fechando os punhos.

- Vale sim – ele sorriu – E aí, vai topar ou não?

- E eu tenho outra opção? – revirei os olhos.

Paramos definitivamente com a brincadeira. E eu concordei em dormir com ele. Dormir, e não fazer outras coisas. Mas depois, Pedro falou que eu teria de dar pelo menos um beijo na boca dele. Tudo bem, é só um beijo. 

A noite foi chegando e meu sono junto. Não, é brincadeira, eu não estava com um pingo de sono. Como a tia Marta e o tio José ainda não haviam chegado, decidimos mudar algumas coisinhas. Mariana e Pedro iriam dormir juntos na cama da Mariana. Matheus iria dormir sozinho no quarto do Pedro. Lucas e eu iríamos dormir juntos no quarto de visitas. Como eu só deveria dormir com ele, sem coisa e tal, levei meu notebook para ficar mexendo enquanto o sono não chegava. Arrumei a cama, coloquei três cobertores e deitei. Liguei meu notebook e coloquei sob meu colo. Entrei nas minhas redes sociais e fiquei boiando lá. Depois de alguns minutos, Lucas entrou no quarto sorrindo.

- Boa noite – ele disse.

Pelo cheiro, ele já havia tomado banho. Eu também.

- Boa noite – sorri.

Ele se deitou e ficou encostado no meu ombro. Olhando para o notebook.

- Tenho que te avisar uma coisa – ele disse.

Desliguei o notebook, coloquei do lado da cama e olhei para ele.

- Fale.

- Eu e Sabrina terminamos.

Momento eu super feliz! Mas, espera... não posso demonstrar minha felicidade. Então apenas fiz a cara mais convincente de que eu não gostei da notícia. 

- Mas por que? – falei.

- Ah, sei lá – ele pausou – O caso é que, eu não gosto mais dela. Pra mim acabou. Só isso.

- Hm – olhei para a parede.

- Pensei que sua reação fosse outra – ele riu.

- Que reação, por exemplo?

- Pensei que você ficaria feliz, sei lá – ele riu.

- Fiquei feliz – sussurrei.

- Ãn?

- Ãn? – falei confusa.

- O que você disse?

- Eu? Eu não disse nada.

- Disse sim – ele sorriu – Você falou que ficou feliz.

- E fiquei – sussurrei novamente.

- Ótimas palavras – Lucas foi se deitando por cima de mim.

- Lucas... – sussurrei.

- Shhhh – ele colocou deu dedo em meus lábios – Só aproveita o momento.

Lucas me beijou. Eu tinha que resistir, eu tinha. Mas não consegui. Correspondi ao seu beijo. Ele colocou seus lábios em meu ouvido e sussurrou:

- Hoje eu te quero.

Eu assenti com a cabeça. Não, Juliana, não. Não se entregue à ele. Você é forte, você consegue. Mas meus instintos não eram tão fortes assim. Me entreguei tão facilmente... Ele voltou a me beijar, mas agora em um ritmo mais acelerado. Lucas sabia deixar uma mulher doida, e como sabia... Tirei sua blusa e pude perceber como seu corpo era perfeito. Cada detalhe mínimo, cada detalhe que me fazia querer ele ainda mais. Não foi difícil ele tirar minha camisa. Depois minha calça, e assim por diante. Lucas beijava-me com desejo. Quando começamos, senti uma leve dor. Não, não era dor naquele lugar. Era dor de cabeça. Que merda. Não desisti, mesmo com a dor de cabeça, que não demorou a passar. Ele penetrava. Entrava e saía, e não sei por que, mas me deu vontade de rir. E eu ri. Eu tive um ataque de risos. Como dou idiota. Como posso começar a rir numa hora dessas? Ele balançou a cabeça negativamente e sorriu. Me beijou e assim meu riso acabou. Não foi rápido. Pelo contrário. Demoramos muito. Eu deitei minha cabeça sob seu peitoral e ele ficou alisando meus cabelos.

- Obrigado – ele disse.

- Pelo que?

- Não sei. Mas obrigado mesmo assim.

Fiquei um pouco confusa. 

- Não, Lucas. Me conta. Obrigado pelo que?

- Não sei, Ju. Obrigado por existir.

Eu sorri.

- Eu gostei, sabe...

Ele riu.

- Gostou do que?

- Você sabe...

Ele riu novamente.

- Eu também gostei – disse ele – E queria muito que você fosse só minha, mas tem gente na fila.

- Como assim?

- Matheus, ele também gosta de você.

- Também? – fiquei impressionada – Então quer dizer que você gosta de mim?

Ele ficou calado por alguns segundos e depois disse.

- É – e respirou fundo – Bom, é melhor dormirmos. Amanhã tem aula.

- Boa noite – dei um selinho nele e ele sorriu.

- Boa noite, pequena.

Abri meus olhos totalmente relaxada. Respirei fundo e olhei para o lado. Minha cabeça não estava apoiada em um travesseiro, e sim em um humano. Opa! Humano? Lucas! É, só devia ser ele. Olhei e reconheci. Era ele. Mas, espera... Hoje é segunda-feira, dia de aula, e o que eu to fazendo aqui deitada? Olhei para o meu relógio, e ótimo! Já se passavam das dez horas da manhã. Cocei meus olhos, pois estavam um pouco embaraçados e dei um incrível tapa na bunda do Lucas, que não foi nada delicado.

- Ai – ele riu – Quem ousa bater na minha... – ele pausou e abriu os olhos – Você – e sorriu.

- Esse é o meu jeito de lhe dizer bom dia – ri.

- Normalmente os casais se beijam para dizer bom dia.

- Não somos um casal – dei de ombros e me levantei da cama. Fui até a suíte que tinha no quarto, e de lá gritei: - Pega o meu celular, ta lá em cima da cômoda.

- Só se você dizer a palavrinha mágica – ele ficou na porta do banheiro me olhando.

Não, eu não estava sentada no vaso ou coisa assim. Estava apenas lavando meu rosto.

- Por favor – revirei os olhos.

Ele foi lá, e depois estendeu a mão, com o meu celular nela, mas não me entregou.

- Por que quer seu celular? – disse ele.

- Por que é meu – disse, como se não fosse óbvio.

Ele riu.

- Vamos ver suas mensagens... – ele começou a caminhar pelo quarto e eu fui indo atrás – “Bom dia, Ju querida. Estou sentindo muitas saudades suas. Com amor, mamãe.” – ele leu e depois riu – “Saudades de você, meu anjo.” – ele leu e depois me olhou sério – Quem é João?

Garota difícilOnde histórias criam vida. Descubra agora