Garota difícil

Final

16 ANOS DEPOIS...

– ARIANA! – gritei – ARIANA DENNER, LARGA ESSE NOTEBOOK AGORA E VÁ DAR ATENÇÃO PARA O SEU NAMORADO!

– Mãe, você é muito estourada – ela revirou os olhos. Que jeito é esse de se falar com a própria mãe?

– Amor, deixa ela – Lucas riu.

– Deixa ela?! – falei alto .

– É. Deixa os dois, vai. Eles estão de boa ali. Os dois estão mexendo no computador, e ela está dando atenção pro Miguel.

– Valeu, pai – ela riu baixinho.

– Só vou perdoar porque é Natal – revirei os olhos, indo até a porta quando ouvi a campainha tocar.

– Ju! – Mariana sorriu – Que saudades, amiga!

– Como está o meu Henrique? – sorri, apertando as bochechas do meu pequeno afilhado de apenas sete anos.

– Estou bem, tia Ju – ele sorriu, e aqueles olhinhos azuis eram muito fofinhos.

– E a minha Babí, como está?

– To bem, tia – ela sorriu. Minha afilhada quinze anos. Como o tempo passa rápido... – Cadê a Ana?

– A Ariana tá no sofá com o Miguel. Vai lá. – dei de ombros e voltei a cumprimentá-los.

Foi um bom jantar em "família" e, felizmente, era isso que fazíamos todos os anos.

Depois do jantar, falei para Ariana me esperar em seu quarto. Eu queria falar com ela. Antes, dei um abraço no Lucas e um beijo.

– Amo você tá?

– Tá.

– Insensível – ele riu.

– Eu te amo muito, seu gordo.

– Xingamentos à parte. Hoje é Natal.

– E daí que é Natal? – ri – Quem ama xinga.

– Quem ama cuida – ele me corrigiu, rindo.

– Dane-se esse ditado popular. Eu te amo e fim.

Fui até o quarto da Ariana e fechei a porta. Ela estava sentada na cama, me esperando.

– Tenho que falar um assunto sério com você.

– Ih... lá vem – ela riu.

– Ariana – repreendi-a.

– Fala, mãe. Sou toda a ouvidos.

– Só quero te falar um negócio.

– Oras, mãe, fale!

– Na verdade não é bem um conselho, é uma dica.

– Mãe, você está me deixando curiosa.

– Eu te amo e só quero o seu bem.

– Eu também, mãe, mas agora me fale ou eu vou morrer de agonia.

– Em relação à namorados...

– Mãe – ela disse envergonhada.

– Só quero te dizer uma coisa.

– Diga, mãe, diga.

– Seja difícil, meu bem, seja difícil.FIM!