Capítulo 7

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    Abro os olhos só um pouquinho, quase certa de que vou sentir facas me apunhalando na cabeça.
   
    Mas a claridade da manhã no início de setembro que flui pela janela não é nem um pouco dolorosa. É o caso estranho da ressaca que nunca aconteceu. E estou agradecida por isso.

    O que é doloroso, entretanto, é a lembrança da humilhação da noite anterior. Ela volta à minha memória num ímpeto, assim como a imagem do maravilhoso proprietário da boate, Tom.

    Eu me viro na cama e afundo o rosto no travesseiro, enquanto os detalhes vagueiam pela minha mente: forte e rosto lindo, perfeito. Um sorriso de matar. Ai, meu Deus, aquele cara era tão gostoso!

    Mesmo agora, lamento que ele não tenha me beijado. É ridículo, mas poderia ter tornado o vexame um pouco menos... em vão.

    Repreendo a mim mesma, eu me viro de costas novamente e fico olhando para o teto. Sou inteligente o bastante para reconhecer quando estou prestes a ceder à minha única fraqueza de verdade. E é por esta razão - por causa do modo como meu pulso acelera quando penso naqueles olhos escuros me desafiando a despi-lo; por causa do modo como me sinto excitada quando penso nos lábios deles nos meus - que tenho de ficar contente por nunca mais voltar a vê-lo. Esse cara é a personificação da única coisa na vida da qual eu quero distância: me apaixonar por outro bad boy.

    Como sempre, quando penso em relacionamentos desastrosos, penso em Gabe. Tom  me lembra muito ele. Convencido, sexy, encantador. Indomável. Rebelde. Um destruidor de corações.

    Eu trinco os dentes, afasto os lençóis e vou até o banheiro. Tiro Gabe da cabeça, recusando-me a dar àquele cretino mais um segundo sequer da minha vida.

    Depois de jogar água fria o suficiente no rosto para me sentir parcialmente humana, vou cambaleando para a cozinha. Mal percebo a mobília elegante e as obras de arte perfeitamente posicionadas quando passo pela sala de estar. Faz quase duas semanas que a garota que dividia o apartamento comigo se mandou, e tive de me instalar na casa da minha prima rica, Marissa. Por fim, me acostumei a ver como os ricos.

    Bem, mais ou menos, penso enquanto paro para observar o relógio de 2 mil dólares na parede.

    São quase onze horas. Quando entro na cozinha estou um pouco irritada comigo mesma por desperdiçar uma boa parte do dia dormindo, isso me deixa de mau humor e estressada. Ver Marissa sentada na ilha, com suas longas pernas à mostra, cruzadas diante de um cara sentado num banco, não ajuda  em nada o meu estado emocional.

    Fico observando os ombros largos, cobertos com lençol e o cabelo castanho escuro. Durante meio segundo, penso no que estou usando: um short masculino e uma camiseta regata; e na minha aparência: cabelo c/c despenteado, olhos c/o sonolentos, e rímel borrado.

 Durante meio segundo, penso no que estou usando: um short masculino e uma camiseta regata; e na minha aparência: cabelo c/c despenteado, olhos c/o sonolentos, e rímel borrado

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Louca por você - Tom H.Onde histórias criam vida. Descubra agora