Capítulo 35

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S/N

    Talvez seja a TPM. Talvez seja somente o estresse de várias mudanças acontecendo muito rapidamente. Não tenho a menor ideia, mas sinto como se de repente minha vida estivesse se tornando um caos.

    E a maior parte desse caos envolve dois homens. Dois homens que, por razões totalmente distintas, estão me despedaçando. Dois homens que desejo. Dois homens que não posso ter. Dois homens que não saem da minha cabeça.

    Eu quero Tom - quero muito - em um nível puramente físico, embora ele seja lindo e encantador, o que só aumenta o nível de perigo. Mas quero Harry tanto quanto, embora de um jeito diferente. Há um componente físico com certeza. Ele me desperta algo intenso. Mas é exatamente o tipo de homem que quero, que preciso na minha vida.

    Não creio que registrei na memória uma única palavra das três aulas de hoje. Ainda bem que eram matérias sem muita importância: estatística, sociologia e mecânica do corpo; é como se fosse a educação física da faculdade.

    Quando chego em casa, estou exausta. Mais emocional do que fisicamente, mas acaba parecendo a mesma coisa. Na tranquilidade da casa, sabendo que a terei todinha só para mim durante duas semanas (um fato que descobri acidentalmente, já que Marissa não fez nenhuma questão de me contar), decido deitar no sofá para tirar uma breve soneca.

    Acordo às quatro e meia, sem me sentir melhor. Somente lerda. De um modo geral, ainda estou me sentindo péssima, então passo a mão no telefone e ligo para Shawna. Ouço sua mensagem de voz, que me informa que ela está com a mãe, escolhendo as flores para o casamento.

    A única outra amiga realmente chegada que tenho é Ginger, a bartender com quem trabalhei no Tad's por alguns anos. Por sorte, ela está em casa.

    Depois de falarmos durante vários minutos, ela assume o  estilo sem papas na língua, típico dela.

    - Muito bem, pode se abrir. Tem alguma coisa errada.

    - Não, não tem nada errado.

    - Você é uma péssima mentirosa, odeio quando você tenta me enganar.

    Dou uma risadinha.

    - Não odeia nada - replico.

    Então ela faz uma pausa.

    - Tudo bem, não odeio. Mas a única maneira de se retratar é me dizer o que está te deixando com tanto fogo nesse rabo.

    Ginger também tem o dom das palavras.

    Suspiro.

    - Acho que estou sentindo falta da minha casa e das minha amigas... Não sei. A vida está meio... complicada.

    - Hã-hã. Isto está me parecendo falta de um cacete.

    - Minha nossa, Ginger! Não é nada disso. Você acha que tudo tem a ver com sexo.

    - E não tem?

    Eu rio.

    - Não. Não tem.

    - Vai me dizer que não tem nada a ver com homem?

Louca por você - Tom H.Onde histórias criam vida. Descubra agora