Capítulo 32

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    Tom aponta para uma luxuosa cadeira listrada, em frente à escrivaninha, enquanto senta-se na cadeira de couro preta, atrás dela. Então digita algumas coisas no computador e imprime alguns formulários, depois coloca-os diante de mim. Pego uma das canetas do porta-canetas à minha esquerda.

    Em absoluto silêncio, preencho os formulários empregatícios e fiscais necessários, enquanto Tom faz o que assumo ser um arquivo de funcionário. Quando termino de escrever e vejo que não há mais papéis para assinar, pouso a caneta e espero. Ele finalmente levanta os olhos para mim e sorri.

    - Então, está gostando de trabalhar aqui? Tirando a Taryn, naturalmente.

    Forço os lábios em um sorriso.

    - Sim, obrigada.

    Vejo uma expressão intrigada novamente.

    - Há algo que você queira falar? Algo que eu possa fazer para tornar o seu trabalho mais fácil?

    Além de ficar longe de mim?

    Eu me seguro para  não dizer o que quero e mantenho o sorriso, balançando a cabeça negativamente. Ele se conforma com a minha resposta e me olha atentamente.

    - Certo. Bem, acho que devo deixá-la ir para casa, então.

    Com um breve aceno de cabeça, eu levanto e saio o mais rápido possível, sem dar mancada. Depois de passar pela saída e entrar no estacionamento bem iluminado, me rendo ao impulso de gritar de raiva e frustração. Não chega a ser um grito. É mais algo como um grunhido.

    Enfurecida, vou até o meu carro e jogo a bolsa sobre o capô para procurar as chaves. É quando ouço passos. Então me viro, assustada, e vejo Tom se aproximando, até parar ao meu lado.

    - Está tudo bem?

    Ele mantém aquela expressão intrigada. Está nitidamente preocupado. Provavelmente ouviu meu desabafo, já que também estava saindo.

    Que maravilha!

    - Está tudo bem - respondo  com a voz sibilante. - Pode voltar para a boate. Já estou indo embora.

    - Esqueci de dar a você a sua cópia do termo de isenção de responsabilidade - explica,  entregando-me uma folha de papel dobrada.

    Eu arranco o papel das mãos dele e o enfio na bolsa.

    - Obrigada e boa noite - falo com desdém, voltando a procurar as chaves do carro.

    Tom agarra os meus ombros e me vira de frente para ele.

    - Qual é o seu problema?

    Eu perco a cabeça.

    - Tire suas mãos de mim - digo num tom exigente, me esquivando dele de forma violenta. Ele parece assustado, o que só me deixa mais furiosa. - Você não tem o direito de me tocar. Eu não sou a Taryn.

    - Como é que é? - Ele parece realmente confuso. E fico louca de raiva. - É por causa daquele beijo?

    Então cerro os punhos. É tudo  que posso fazer para não atacá-lo fisicamente.

    - Não, não é só por causa do beijo. É por causa de beijos, body shots e uma transadinha casual depois do expediente, no seu escritório, além de um monte de coisas que não deveriam estar rolando aqui!

    Estou começando a ficar descontrolada e sei disso. Também dei um passo à frente, o que me põe bem perto do peito dele, que é onde o meu dedo indicador está enfiado. Então olho para a minha mão, como se não tivesse a mínima ideia de como ela foi parar ali, principalmente porque não tenho mesmo.

    Levanto os olhos para Tom, mas ele também está olhando para a minha mão. Então, bem devagar e deliberadamente, ele a  pega e estica o braço. Puxa com  força, quase me fazendo cair em cima dele.

    - É por causa disso? Você acha que estou dormindo com a Taryn?

    - Claro! Tenho certeza de que não é nenhum segredo.

    - Por que diz isso?

    Ele está muito calmo. Quase curioso. Chega a ser desconcertante.

    - Bem, em primeiro lugar, ela é linda e...

    - Você é linda - diz ele, baixinho.

    Meu estômago sacode, mas vou  em frente:

    - E ela te dá mole descaradamente.

    - Queria que você me desse mole assim. - Seus olhos deslizam até meus lábios, que pulsam como se ele os tocasse.

    - Para com isso. Não finja que não está rolando nada.

    - Não estou fingindo. Taryn e eu temos uma história, mas foi antes de ela começar a trabalhar para mim. Eu tenho poucas regras, mas uma delas é não me envolver com funcionárias. E agora ela trabalha para mim. É isso. Nada mais.

    - Mas você a beijou. Eu vi.

    - Não, o que você viu foi ela me beijar. E me viu evitar uma situação desagradável, no meio da boate.

    - Bem, não parecia que você estava odiando.

    - Mas estava. O tempo todo, só estava pensando em beijar você. - Então, ele inclina a cabeça lentamente e se aproxima.

    O sangue está rugindo nas minhas orelhas.

    - Mas você não se envolve com funcionárias - lembro a ele, baixinho.

    - Faria uma exceção por você. - Seu rosto se aproxima do meu. Lentamente. Um centímetro de cada vez.

    - Mas é a sua regra.

    - Vou quebrá-la por você - sussurra ele.

    - Não, não faça isso - digo sem fôlego.

    - Tudo bem, então está despedida - diz, no instante em que seus lábios tocam os meus.

****

    Oii pessoal, estive fora esse tempinho por motivos pessoais, e por esses motivos acabei "desistindo" de continuar com a fanfic. Enfim, estou melhor agr e decidi continuar. Vcs estão amando e não posso deixar meus leitores queridos na mão. É isso. Espero que tenham gostado do capítulo. ❤️

Louca por você - Tom H.Onde histórias criam vida. Descubra agora