Capítulo 40

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    Tenho vontade de me queixar quando ele interrompe antes da penetração total, e sai de mim. Quero reclamar pela pausa, mas não tenho tempo. Ele me penetra novamente, mais profundamente dessa vez, permitindo que eu me acostume ao seu tamanho, antes de retirá-lo de novo. Ele continua me provocando, me preenchendo sempre com mais intensidade e me trazendo cada vez mais perto do limite, até que me deixa a ponto de gritar.

    - Diga - sussurra, tocando-me com a ponta do pênis, enquanto se move para dentro e para fora, com movimentos rápidos e curtos.

    Eu seguro seu cabelo e aproximo sua boca da minha. Uso meus lábios e a língua para suplicar-lhe, mostrar a ele cada pedacinho do meu desejo. Então afundo os dentes no seu lábio inferior e levanto os quadris, na esperança de trazer-lhe totalmente para dentro de mim, mas ele recua mais uma vez, dando-me apenas parte de si.

    - Diga - exige.

    Estou arqueando de desejo, a ameaça de outro orgasmo pressionando meus músculos, enquanto aperto seus quadris com as pernas, implorando com o meu corpo. Entretanto, ele resiste, não permitindo que seu corpo se mova mais do que alguns centímetros dentro do meu, antes de retirar.

    - Diga - repete uma terceira vez.

    Percorro um caminho com a língua, desde a base da sua garganta até a orelha, onde murmuro o que ele quer ouvir:

    - Por favor.

    Ele inclina a cabeça, cobre a minha boca com a sua e introduz o seu corpo profundamente no meu, roubando meu fôlego. Então me oferece cada centímetro do comprimento e da circunferência da sua ereção, enquanto se move violentamente dentro de mim, levando-me ao limite repetidas vezes, cada uma delas mais perto do êxtase.

    Seus lábios roçam a pele do meu rosto e pescoço até o vale entre os meus seios. O sangue bombeia os meus mamilos excitados, quando sua boca  escorrega em direção a eles. Arqueio as costas, apertando o peito contra seu rosto, pedindo a sensação de sua boca quente e de sua língua molhada.

    - Goze para mim - diz ele, baixinho, envolvendo um mamilo com a boca e roçando-o com a língua. Como se acentuasse o pedido, ele pressiona o quadril no meu e mordisca o mamilo. - Goze para mim, goze.

    É toda a motivação de que preciso. Aperto-o com meu corpo, e cedo ao meu segundo orgasmo, deleitando-me na fricção do seu quadril contra o meu, enquanto ele me  proporciona uma onda do mais puro prazer.

    Estou sem fôlego quando ele me penetra mais intensamente. Sinto meu corpo agarrar o dele. O seu ritmo acelera conforme sua respiração até, repentinamente, ele se enrijecer.

    - S/N - geme ele de forma pesada, gozando e derramando calor e paixão profundamente dentro de mim.

    Seus movimentos tornam-se mais lentos, mas ele permanece  dentro de mim, fazendo os espasmos do meu corpo apertarem o dele, de maneira ainda mais intensa. Permanecemos assim durante alguns minutos perfeitos.

    Quando nenhum de nós tem mais nada para oferecer, ele cai em cima de mim e ficamos em um emaranhado de membros úmidos e peitos ofegantes. Com o peso apoiado nos antebraços, ele aninha o rosto na curva do meu pescoço e me dá um beijo suave e molhado sob a orelha. Não diz nada, mas sua respiração quente e profunda seca minha pele.

    Meu coração está tomado de emoção, minha cabeça está girando com perguntas, e meu corpo está pulsando na sequência do clímax. Há muita coisa para pensar, refletir, considerar. Ainda assim, tudo parece tão... sem importância. O conflito cresce dentro de mim. Nem em um milhão de anos eu imaginaria que um dia adormeceria assim.

    Mas adormeço.

    O dia está raiando quando abro os olhos. Os beijos ardentes e o sexo maravilhoso são as primeiras coisas que vêm a minha mente.

    Olho em torno do meu quarto  vazio. Não há nenhuma evidência de qualquer visitante noturno safadinho. Aliás, eu poderia ter convencido a mim mesma de que tudo não passou de um sonho, se não fosse a sensibilidade que sinto entre as pernas quando me mexo.

    Sorrio. É uma sensação agradável, que me lembra do instrumento avantajado que causou tudo isso.

    Puta merda, você acabou de chamar aquilo de instrumento?

    Dou risadinhas. Não consigo evitar. Estou feliz. Muito feliz. Pelo menos por enquanto.

    Eu deveria estar cansada, mas não estou. Sinto-me rejuvenescida e pronta para enfrentar o dia.

    - Talvez Ginger esteja certa. Talvez sexo me faça bem. - murmuro no silêncio do quarto. As paredes absorvem o som e me  lembram que tenho a casa toda para mim. Marissa só irá voltar daqui a algumas semanas. Isso por si só já é razão para comemorar.

    A lembrança dela me traz a lembrança de Harry. E se foi ele que me visitou ontem à noite?

    Por um momento, fico perdida nas lembranças da sensação daquela pele macia e firme sob minhas mãos, dos músculos torneados dos braços longos e ombros largos, dos quadris estreitos entre as minhas coxas. Só de pensar nisso já fico úmida de desejo.

    Saio das cobertas e vou para o chuveiro. Enquanto esfrego o corpo, procuro na mente por pistas que possam me ajudar a descobrir qual dos dois irmãos me proporcionou uma noite tão incrível. Acho que ambos seriam perfeitamente capazes de me fazer sentir daquele jeito, e nada do que aconteceu me parece algo que só um deles faria ou diria. Principalmente diria, já que poucas palavras foram usadas.

    Sorrio diante do pensamento.
 
    Entrar na casa não foi um problema. Tom tem as minhas chaves, Harry tem as de Marissa. Atração não é um ponto diferencial. Ambos deixaram bem claro que temos uma conexão física intensa. A vontade poderia ser a única área onde há uma discrepância. Tom deixou bem claro que está interessado em uma relação física comigo. Harry, por outro lado, é comprometido e está tentando fazer a coisa certa.

    Mas então me lembro de que não foi Harry quem pôs um fim nas nossas carícias no terraço. Se eu não tivesse interrompido o amasso, será que teríamos transado lá em cima mesmo, na chaise longue onde Harry provavelmente se sentava com Marissa?

    Quanto mais penso, mais confusas as coisas se tornam, mais perguntas surgem e mais ansiosa fico. Portanto, afasto essa preocupação da cabeça. Com certeza, quando vir o Tom, vou ser capaz de perceber se transamos ou não.

    Com certeza.

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Louca por você - Tom H.Onde histórias criam vida. Descubra agora