Capítulo 43

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S/N

    Agora é oficial. Tom não sai da minha cabeça. Posso estar presente fisicamente em todas as aulas, mas isso não me ajuda em nada. A única coisa que aprendi é que ele beija como um tornado e que isso irá arruinar a minha vida.

    Ainda não sei quem esteve no  meu quarto na noite passada, mas estou começando a desejar, do fundo do coração, que tenha sido Tom. Sei que Harry é tudo que eu deveria querer em um homem, tudo que minha mãe tentou enfiar na minha cabeça. Sem falar que ele é muito gostoso e, provavelmente, me faria esquecer as minhas convicções quando me beijasse.

    Mas Tom... está começando a ofuscá-lo.

     Não sei se é a minha atração latente por bad boys lindos ou se é porque Tom está provando ser mais do que eu imaginei a princípio. De qualquer maneira, ele está na minha cabeça. Sob a minha pele. E duvido que eu seja capaz de resistir a ele por muito tempo.

    Não me entenda mal. Ele ainda é perigoso e provavelmente vai me magoar. E vou tentar resistir o máximo que puder. Mas no meu coração, seguindo os meus instintos, eu sei que existe algo entre nós que só vai se dissipar quando aliviarmos a tensão um do outro.

    De forma divertida.

    Porém, da forma que vai me deixar arrasada, quando ele partir.

    Pelo menos dessa vez, é uma escolha. Minha escolha. Estou entrando nessa sabendo muito bem que isso pode acontecer. Talvez não consiga evitar que eu acabe magoada, mas estou no controle da situação, o suficiente para fazer a escolha por mim mesma.

    E, no final, vou escolher o Tom. Por mais que eu tente lutar contra isso, é inevitável. Se ele pudesse ser ao menos um pouco, um pouquinho, um tiquinho só como Harry...

    O toque do meu telefone afasta bruscamente os meus pensamentos. Esqueci de colocá-lo no silencioso. Tenho um sobressalto e começo a remexer na bolsa, com dificuldade, para achar o aparelho e anteder a ligação, antes que eu seja crucificada pelo professor.

    Quando encontro o celular, aperto o botão lateral para fazê-lo parar de tocar. E, quando estou prestes a guardá-lo de volta na bolsa, vejo o nome da Ginger na tela. Intrigada, apanho o meu livro e a minha bolsa e dirijo-me à porta. Já interrompi a aula e não estou aprendendo nada mesmo. Não vai fazer diferença se eu for embora.

    Quando aperto o botão para atender, sou cumprimentada pela voz alterada, revoltada da Ginger, seguida de uma longa série de insultos:

    - Fica na sua, seu babaca, pau pequeno, filho da pu...

    - Ginger? - interrompo.

     Ela se acalma imediatamente.

   - Ah, S/N. Oi, querida. Não ouvi você atender.

    - É mesmo? Não acredito -  retruco de forma irônica. - O que aconteceu?

    - Bem, pra falar a verdade, estou indo buscar você.

    - Buscar? Por quê? - O cabelo na minha nuca se arrepia de preocupação. Se a Ginger está vindo me buscar, alguma coisa está errada.

    - Porque o seu carro quebrou de novo, certo?

    - Huum, sim, mas como você ficou sabendo?

    - Você precisou de alguém para levá-la até Salt Springs no seu último turno, lembra?

    Harry.

    - Ah, sim. - respondo. - Mas ele foi consertado.

    - Merda - diz em tom de frustração. -  Mas espere, você acabou de dizer que ele está quebrado.

Louca por você - Tom H.Onde histórias criam vida. Descubra agora