Capítulo 44

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    Ensino o caminho do centro estudantil à Ginger. Pelo menos posso beber alguma coisa enquanto espero por ela. Depois que desligo o telefone, ligo para o Tom para dizer-lhe que não poderei trabalhar no fim de semana.

    - Desculpe, mas é uma emergência de família.

    - Entendo. Quer que eu vá buscar você agora?

    - Não, minha amiga Ginger está a caminho.

    Há uma longa pausa. Então ele fala:

    - Eu poderia levá-la a qualquer lugar que você precisasse.

    - Agradeço, mas ela já estava vindo para cá quando me ligou.

    - Huuum. - É a sua única resposta.

    - Bem, muito obrigada por... tudo. Prometo que vou ficar mais atenta aos problemas do meu carro quando voltar. E vou fazer todos os turnos extras que você precisar, para compensar este contratempo. - Detesto a ideia de  perder meu novo emprego e ter de volta, rastejando, para o meu trabalho anterior, mas como se trata do meu pai...

    - Não se preocupe. Nós vamos pensar em algo. Você não vai ficar desempregada quando voltar, se é isso com que se preocupa.

    Fecho os olhos, aliviada. O pensamento realmente passou pela minha cabeça.

    - Agradeço muito a sua compreensão - digo, injetando na voz toda a sinceridade que consigo reunir.

    - Tenho certeza de que posso pensar em alguma coisa pra você me recompensar. - O comentário é altamente impróprio, claro, mas posso ouvir o sorriso na voz de Tom.

    Ele está me provocando.

    - Não tenho a menor dúvida. A pergunta é: pode pensar em algo que não tenha nada a ver comigo tirando toda a roupa?

    Estou brincando com fogo e sei disso.

    - Claro! Use apenas uma saia e só um item precisará ser retirado. Eu simplesmente odiaria que você deixasse de curtir... todo o resto.

    Um leve arrepio percorre meu corpo até a minha barriga, como um raio. Rio de constrangimento. Não consigo ser tão irônica quanto ele.

    Ele deve saber que estou sem palavras. E dá um riso breve.

    - Resolva tudo o que tiver que resolver. Não se apresse. Ligue para mim se precisar de alguma coisa.

    - Tudo bem. E obrigada, Tom.

    Após desligar, pego uma bebida no restaurante mexicano, dentro do centro estudantil, e volto para o lado de fora. Sento em um dos bancos enquanto espero pela Ginger. Fico na dúvida se devo ligar para o Harry. Só para avisá-lo que não estarei na cidade durante o fim de semana. Ele poderia querer se certificar de que está tudo bem.

    Ou pelo menos é o que digo a mim mesma. A desculpa que uso para ligar para ele.

    - Harry, é S/N - falo quando ele atende.

    Ouço o seu riso suave.

    - Sei que é você, S/N.

    Sinto o rubor queimar as minhas bochechas. Ainda bem que ele não está me vendo.

    - Ah, claro. Desculpe. - Pigarreio nervosa. - Bem, vou ficar fora da cidade no fim de semana. Só queria que soubesse no caso de... Bem, no caso de alguém precisar de alguma coisa.

    Ah, meu Deus! Que desculpa esfarrapada!

    - Certo. Obrigada por me avisar. Quer dizer que já está sentindo necessidade de um tempo longe do meu irmão arrogante?

Louca por você - Tom H.Onde histórias criam vida. Descubra agora