Capítulo 28

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S/N

    - Tem razão - ouço Harry murmurar. Então, ele ergue a cabeça e diz com mais firmeza: - Você tem razão. Por favor, aceite as minhas desculpas.

    Ele parece tenso e... distante. E está transformando uma situação já pouco  confortável em algo muito, muito pior. Então eu me sento e seguro seu braço, antes que ele se levante e se afaste.

    - Não, espere. Não faça isso. Foi culpa minha. Eu fiquei flertando com você, sabendo que é comprometido. Muito comprometido. Sou tão culpada quanto. Será que não podemos apenas esquecer tudo isso? E não deixar as coisas ficarem estranhas?

    Ele me olha com aqueles olhos intensos por alguns  segundos, antes de começar a falar. E quando fala, me sinto aliviada.

    - Claro - diz, antes de ficar de pé e me oferecer a sua mão. Deslizo meus dedos nos dele, que os aperta ligeiramente e me ajuda a levantar.

    Dou uma olhada para baixo  para verificar se o meu vestido se ajeitou corretamente nas minhas pernas. Está tudo certo. Quando  volto a erguer os olhos, Harry não está olhando para o meu rosto, mas sim para o meu peito. Olho para baixo para ver o que ele está fitando. Para meu total constrangimento, toda aquela... agressividade durante o beijo fez o vestido se deslocar um pouco. Meus seios estão praticamente pulando pra fora. Não foi simplesmente pagar peitinho. Trata-se de um enorme decote, mostrando tudo.

    Harry ainda está segurando a minha mão. Eu a solto e ajeito a parte superior do vestido. Não consigo deixar de sorrir quando ele finalmente ergue os olhos.

    - Então é assim que se encanta uma serpente - digo em tom sarcástico.

    Ele sorri com malícia.

    - Se realmente quiser ver o efeito que causa na minha cobra, eu ficaria feliz de mostrar.

    Sinto o sangue queimar meu rosto e uma torrente de calor percorrer minha barriga. Imediatamente, quase voltamos ao ponto onde começamos. Nós fitamos um ao outro por vários segundos e finalmente Harry suspira.

    - Acho que devo pedir desculpas novamente. Não costumo me comportar dessa forma com a maioria das mulheres. Juro.

    Com tranquilidade, ele toma a minha mão novamente e me conduz ao elevador.

    - Não só fico contente de ouvir isso, como acredito em você - asseguro-o. E é verdade. Acredito nele, quer dizer. Ele é um cara bacana. Posso ver isso.

    - Acredita mesmo? - pergunta ele. Pela sua expressão, parece que Harry, de fato, se preocupa com o que eu penso.

    Hum, tá bom. Até parece!

    - Acredito sim. Sei o tipo de homem que você é.

    - E que tipo seria esse? - pergunta ao me conduzir para o interior do elevador.

    - Inteligente, bem-sucedido, determinado, honrado.

    Ele ri.

    - Uau! Embora lisonjeiro, esse comentário faz parecer que eu deveria ou estar portando uma espada ou desafiando alguém para um duelo ao amanhecer.

Louca por você - Tom H.Onde histórias criam vida. Descubra agora