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atualização 1/09: os contos de Paris 61 refletem o desenvolvimento da minha escrita desde que resolvi me aventurar no mundo das fanfics. Um início tímido e talvez limitado, mas que desemboca em outros tantos níveis de histórias.

*Algumas tantas situações, por mais que fossem baseadas em fatos reais, contém erros e inconsistências que apenas com o tempo eu pude destrinchar melhor. Não fiz mudanças para não atrapalhar o desenvolvimento de nenhum capítulo dessa ficção.*

Boa leitura <3


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Um pequeno sino soou dentro dos estúdios Abbey Road. 14h:13 de uma quarta-feira quente, pensativa e tranquila. Quarto dia de gravação do álbum Rubber Soul. George Martin seguia a todo vapor com os Fab 4, mesmo com recorrentes impaciências. Imperfeições existem antes de dar espaço para a perfeição. Mais uma, em dois anos...

-Ok, pessoal. Pausa para tomar um café. Não aguento mais passar mais quatro horas com vocês aqui dentro. -Brincou ele, ajeitando alguns equipamentos na sala de gravação.

-Nós também te amamos, Martin! –Gritou Lennon do andar de baixo do estúdio.

-Certo, pessoal –Apressou George Harrison- também irei pegar um pouco de café e comer alguma coisa.

-Diga-me uma novidade... –Disse Paul sarcástico, de uma tranquilidade de outro mundo.

George deu uma risadinha sem graça, deixou sua guitarra no apoio e ajeitou o paletó.

-Querem café também ou alguma outra coisa?

-Estamos bem aqui, obrigado pela atenção, George. –Respondeu John com uma piscadinha.

-Obrigado também, mas estou cheio. –Disse Ringo ao fundo, levantando-se do banco próximo à sua bateria. –Esqueceu que você me empanturrou no almoço?

-Vocês vão me tirar pelo resto do dia pelo visto...

-Sim! –Responderam em uníssono.

Depois de uma gargalhada coletiva e os passos apressados de George rumo ao seu café, Ringo foi em direção a John e Paul, que estavam juntos perto do gigantesco piano da sala. Seguiam compondo como nunca. Quando que alguma coisa ruim sairia dessa união atômica? Nem nos mais insanos pesadelos.

-Carinhas, pegarei lá em cima algumas ferramentas pra ajustar a bateria. Volto logo em seguida.

-Sim senhor, Ringo senhor. –Disse John batendo continência sentado.

Achando graça daqueles trejeitos exagerados, Ringo parte em busca de material necessário para deixar seu instrumento de trabalho ainda mais incrível, assim como sua alma pacífica.

No estúdio só restaram os dois secretos amantes. Quase silencio, exceto pela avidez de McCartney em escrever alguns versos de uma música que já havia tomando forma há um par de dias. Lennon não estava mais prestando atenção aos versos. Os detalhes a sua frente o deixavam encantado. A felicidade tinha nome.

Paul estava atento às suas rimas e de vez em quando ajustava algo em suas cifras. Estava sério, concentrado, como sempre ficava quando estava querendo acertar os últimos detalhes de alguma canção. Lennon sabia bem o que se passava naquela cabeça, e por isso queria tirá-la de tempo, propositalmente. Então, levantou-se devagar e deu dois pequenos passos na direção de Paul, ficando bem atrás dele. O silêncio ainda pairava, mas entrecortado com alguns pequenos sons melódicos que McCartney fazia com a boca semicerrada. Pequenos ajustes.

Lennon levou vagarosamente sua mão direita em direção à nuca de Paul, e sutilmente introduziu seus dedos por entre os cabelos lisos do companheiro. Lamentou estarem tão bem penteados. Ele vai ficar bravo com o resultado depois... E com um sorriso arteiro fez seus dedos explorarem mais daqueles fios novamente. Lentamente.

PARIS 61 - MclennonOnde histórias criam vida. Descubra agora