incito

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O filme Help!, antes de ter este nome como título, era muito aguardado tanto pelos fãs quanto pela mídia. Anunciado previamente como Eight Arms to Hold You estava sendo gravado em pouco tempo, causando certa pressão nos músicos-protagonistas, o que os levava até a curtir mais os pequenos intervalos que tinham. Segundo o roteiro, a cena da Scotland Yard seria a próxima. Muitas pessoas montando e organizando o set de filmagem para então começarem a gravação. Os garotos ficaram dispersos pelo local, sabendo que iriam demorar um pouco mais para pôr tudo em seu devido lugar, pois o cenário era um dos mais detalhados.

Com isso, Ringo ficou ensaiando suas falas com o ator Patrick Cargill, que faria o papel do chefe superintendente; George saiu à procura de uma torta que desde que havia chegado já estava constantemente de olho; McCartney ficou a conversar com uma mulher loira, alta e estonteantemente bonita perto de uma das câmeras. Lennon estava em uma poltrona com seu violão na mão, observando tudo.

Em determinado momento, McCartney com um sorriso largo, saiu acompanhado da jovem. Mais do que claro para Lennon que estavam tendo um belo momento juntos. Este, então curioso, deixou seu violão de lado e os seguiu pelo estúdio com cautela. Quase fora visto quando McCartney olhou para trás para se certificar que ninguém estava de olho, mas pôde se esconder perto de um armário.

Entre conversas e risinhos baixos, McCartney tirou o terno risca de giz que vestia e o jogou por cima do ombro, entrando logo após por uma porta que mais parecia ser um dos tantos guarda-roupas do set; Lennon não conseguia ver o que estava escrito, mas logo se aproximou com cuidado e constatou que realmente estavam em um. Notou também que não haviam fechado totalmente a porta, deixando uma pequena fresta. Assim, decidiu olhar o que estava acontecendo.

Assim viu a moça de costas, sentada em uma grande mesa cheia de roupas, com McCartney bem entre as suas pernas. Ele a estava acariciando nas coxas, enquanto a pressionava contra si em um beijo demorado. Não tardou muito para que ele tirasse o colete branco que ela usava junto com a minissaia. Ela também ajudava, tirando-lhe a gravata e desabotoando os botões de sua camisa, já indo em direção ao cinto de sua calça.

Lennon do lado de fora engolia seco e trincava os dentes, mal podia piscar. Fechou o punho com tanta força que pôde sentir as próprias unhas machucando. Um reflexo involuntário daquilo que não podia evitar. Ele não era seu e nem de ninguém. Ele era só dele mesmo e assim viveria.

Enquanto via tudo aquilo de maneira raivosa e incrédula, uma última facada lhe foi dada: McCartney enquanto devorava o pescoço e o ombro da loira, voltou seu olhar para a porta. Lennon, pego de surpresa, esperou uma reação. Não obteve. E continuou sem acreditar no que se seguiu: o mais novo apenas continuou o que estava fazendo, sem tirar os olhos de Lennon. E habilidoso, deslizou uma de suas mãos por entre as coxas da loira, tocando-lhe o sexo, fazendo-a então arquejar.

Aquilo havia sido demais. Lennon então empurrou a porta aos berros:

-MEU CASACO! ONDE ESTÁ MEU CASACO?!

A moça havia tomado um susto e sem demora afastou-se McCartney, dando um pulo da mesa e tentando esconder os próprios seios enquanto caçava seu colete pelo chão.

-Desculpem incomodar os pombinhos. Mas não posso gravar seu meu casaco, não é mesmo? –E saiu a procurar aleatoriamente por qualquer coisa que fosse um casaco no meio de inúmeras araras.

McCartney que assistia a toda aquela cena calado, prendia um sorriso traquinas. Olhou para a moça e fez um sinal de que falaria com ela depois. E entendendo o recado, ela balançou a cabeça positivamente, correndo em direção à porta vestindo rapidamente o colete.

PARIS 61 - MclennonOnde histórias criam vida. Descubra agora