aeternus

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Cavendish Avenue, 1967

Uma noite chuvosa de sexta-feira, fim do mês de outubro. Tudo corria monotonamente bem para dois secretos amantes que se puseram a descansar depois de algumas horas realizando composições. Sentados no chão e escorados no sofá maior, empunhavam seus violões e dedilhavam melodias que passavam pelas suas cabeças de maneira aleatória. Era o processo de criação das almas gêmeas.

Lennon em determinado momento abandonou o instrumento no chão e antes de sentar-se no sofá, tirou o violão das mãos de McCartney que reagiu com um sorriso. O silêncio parecia-lhes falar tudo. Uma comunicação sem esforço. Tão logo fazendo o mais novo ficar entre suas pernas, Lennon deslizou cuidadosamente seus dedos por dentre os cabelos negros a sua frente, puxando-os gentilmente para trás. McCartney olhou para cima, encontrando a belíssima imagem que lhe encarava também sorridente.

-Então... –Começou McCartney. –Como seria beijar de cabeça pra baixo?

-Vejamos...

Lennon inclinou a cabeça e deu um selinho no queixo do companheiro; em seguida deixou que seus lábios se encostassem aos dele, beijando-o de forma delicada. Depois deslizou suavemente sua boca até ponta daquele nariz e por último lhe beijou cada um dos olhos.

-Me pareceu um serviço completo. –Aprovou.

-Se tivesse sido um serviço completo você saberia...

-Uh, atrevido com a resposta na ponta da língua.

Hábil, McCartney ergueu-se um pouco e mudou de posição, ficando de joelhos entre as pernas do companheiro. Agarrou-lhe as coxas e o fez recostar-se no sofá. Exibiam sorrisos sacanas.

-Incrível o quanto você é rápido quando quer alguma coisa. –Disse Lennon atiçando-o.

-Você me conhece. –Deslizou as mãos até os botões da calça do amigo. –Especialmente nesses momentos.

Pensando numa recente brincadeira, Lennon afastou as mãos de McCartney de sua calça.

-O que...? –Indagou confuso.

-Sem as mãos.

-Sem as mãos? Mas...

-Dá teu jeito. –Sorriu cretino.

-Ora, mas só se... –Fez uma pausa ao repentinamente pensar no que teria que fazer. –Ah, Ok... –Lançou-lhe um olhar voraz, levando as mãos para trás das costas.

McCartney fez com que sua boca fosse de encontro aos botões. Não precisou de muito esforço para que seus dentes agarrassem o canto do tecido e em dois puxões encontrasse metade do trabalho feito. Lennon aproveitava a visão, muito satisfeito, enquanto mexia naqueles cabelos negros.

Sem demora foi de encontro ao zíper. Empenhou-se para que os dentes prendessem o puxador. Seu rosto se movia a fim de encontrar posição melhor, e nessas tentativas, Lennon sentiu o rosto dele friccionar mais rente ao seu membro, causando-lhe um maravilhoso deleite.

-Sem pressa... –Disse entorpecido, num sussurro. McCartney viu a satisfação estampada na cara do amigo; resolveu fazer as coisas do seu jeito, muito audaz.

Atrevido, moveu a ponta da língua por cima do membro que já estava marcado por debaixo da roupa. Um sentir delicado que fez Lennon vibrar graciosamente junto a um trincar de dentes. Parando o que fazia, repousou brevemente sua cabeça na coxa do amigo, olhando para ele dizendo inocentemente:

-Ouvi uma história sua com David Bailey...

-Que história? –Engoliu seco, saindo do seu recente momento de prazer.

PARIS 61 - MclennonOnde histórias criam vida. Descubra agora