Sentindo farejos e lambidinhas em seus dedos, John Lennon abria os olhos com certa dificuldade. Com o braço repousando envolta de seu amado, sentiu um macio serzinho cheirando e tentando achatar seus dedos com patinhas pequenas. Tateando devagar, acariciou as orelhinhas do seu despertador fofinho. Olá, Thisbe... Com cuidado, evitando acordar McCartney, segurou a gatinha e levantou seu braço devagar. Isso, quietinha...
Virando-se com cautela, ajeitou-se na cama, escorou a cabeça no travesseiro e pôs Thisbe em cima do seu peito. A linda gatinha tigrada dava passinhos pequenos, olhando ao redor. Lennon olhava para ela sonolento e feliz. Acariciou-lhe a cabeça e as costas. Ela soltou um ronronar quase inaudível. Ele sorriu. Quase cochilou ali, mas Thisbe fez questão de lançar um par de miados audível, despertando não só a ele como também seu companheiro, que respirou fundo e foi se virando em sua direção.
A gatinha se espreguiçou no peito de Lennon. E McCartney, ainda de olhos fechados, também fez o mesmo. Lennon não pôde conter riso com a cena, levando seu companheiro a finalmente abrir os olhos sem entender o que estava se passando.
-Você devia ter visto isso!
-Oh, bom dia pra você também. –Bocejou. –O que eu perdi?
-Thisbe me acordou às lambidas e...
-Hm, foi? –Interrompeu, indo acariciar a gatinha. –Inveja dela agora... Bom dia, Thisbe.
-E... Fui brincar um pouco com ela, até que ela miou, te fazendo acordar, e quando você virou, os dois acabaram se espreguiçando na mesma hora.
-Ora, Thisbe e Pyramus tinham uma conexão, você sabe... –Piscou para Lennon, depois se voltando para a gatinha. –Não é mesmo, fofinha? Onde está seu amado Pyramus?
-Bem do lado dela, eu suponho. –Brincou olhando para McCartney, segurando um sorriso.
-Primeira vez que te vejo de bom humor logo cedo de manhã, sabia? Mas ainda quero saber de Pyramus.
-Ah, não exagere também! E Pyramus está... –Ergueu o tronco para visualizar melhor o chão. –Bem ali! –Apontou em direção a uma cômoda. –Dormindo muito confortável em cima daquela almofada. Bem melhor que nós dois.
-Ah, isso eu duvido muito!
McCartney prontamente sentou-se na cama e logo em seguida ficou de joelhos ao lado de Lennon.
-Agora... –Continuou. –Com licença, Thisbe. Vou tomar este rapaz de você por uns instantes, ok? –E segurando a gatinha com cuidado, a deixou no seu lado da cama.
-Não fique com ciúmes, Thisbe. –Sorriu para os dois.
Tirando o lençol de cima de si, McCartney ficou sobre em Lennon, apoiando seus joelhos em cada lado de seu quadril. De pronto inclinou-se, fazendo sua boca ir de encontro a dele, e assim, dando-lhe um beijo suave. Depois, afastou-se um pouco perguntando inocentemente irônico:
-Então Pyramus está bem melhor que nós dois, não é?
-Ok, eu retiro o que disse. Pyramus não ganhou um beijo hoje. –Sorriu tímido.
-Ah, e eu ainda não ganhei meu bom dia.
-Desculpa! –Disse surpreso. –Bom dia, bom dia, bom dia!
-Tarde demais, Lennon. Aí vai o castigo!
Imitando docemente um leão, McCartney levou suas mãos aos cabelos de Lennon, que já estavam fora do lugar da noite que tiveram, e os embaraçou ainda mais, deixando-os bem bagunçados. Roar!
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PARIS 61 - Mclennon
FanfictionColetânea de one shots McLennon. Histórias diversas entre 1957-1980.