XXXIV -Dave

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-Como chegou a essa conclusão? –ele perguntou para o amigo, ainda incrédulo. –Como sabe que são côndefas?

-Eu desconfiei do conhecimento nos livros de Hynne, sabe? –respondeu o carioca. –Os detalhes técnicos, ideias muito avançadas, a certeza em suas palavras... Não encontrei isso em outros autores. E os objetos... Essa perfeição, a magia... Nem Francis consegue produzir coisas assim. Uma côndefa pode ter qualquer tipo de habilidade, por que não artesanato?

-Por aqui, meninos –Dafne disse, apontando uma estrutura de madeira nos fundos do hotel. –Entrem e fiquem a vontade.

Os meninos encararam-se antes de seguirem-na para dentro daquela pequena casinha. O lugar, por fora, parecia um garagem; um lugar para estocar produtos para o hotel. Mas o interior era magnífico. Quase tão impressionante quanto a casa do Mago Roxo. Todas as paredes eram douradas, cheias de prateleiras de madeira repletas de peças, ferramentas e objetos prontos. Um grande caldeiraão fumegava ao fundo, e baldes de água fria esperavam ferro quente ser resfriado neles. Uma senhora baixa e gorducha estava de costas, sentada à uma escrivaninha repleta de papéis brancos e lápis bem apontados. Analisava alguns cálculos e moldava um pedaço de ferro quente de acordo com o que lia, tudo isso enquanto murmurava uma canção. A segunda senhora vestia óculos e usava uma lente de aumento para poder posicionar bem uma engenagem minúscula dentro do corpo de um pássaro robô. Quando finalmente conseguiu encaixa-lo, o obejto bateu suas asas de metal e levantou voô, subindo em direção às roldanas, fios e bugigangas penduradas no teto que moviam-se, automatizando a produção delas. Dave reconheceu um desenho grudado na parede. Era o projeto de um enorme canguru de metal; o mesmo que havia aparecido no aniversério de Thaila em seu terceiro ano, assustando aos príncipes e sendo derrotado por seus representantes.

Alguns outros animais naquele estilo haviam sido avistados por toda Érestha desde o canguru, mas não haviam causado danos muito significativos a ninguém. Eles sabiam que não eram obras de Tabata, mas nunca haviam pensado em Hy.Da.Bel. Até porque não fazia sentido pensar que uma marca falida de objetos mágicos estaria interessada em testar seus prodtos nos jardins do Castelo de Vidro.

-Irmãs! –Dafne disse, abrindo os braços como se para recebe-las. As duas olharam para os meninos com sorrisos. Riley parecia muito emocionado em encontrar sua autora preferida fora das páginas dos livros. –Dave Fellows e Riley Weis estão aqui.

-Finalmente! –Disse Bebel, a baixinha, deixando suas anotações de lado e jogando o ferro quente em um barril. A fumaça subiu um caminho perfeito até um cano que conduziu-a para fora do laboratório.

-É um prazer conhece-los –disse Hynne, soltando os óculos e a lente de aumento. Ela estendeu a mão para Riley primeiro. –Riey Weis, o leitor! Soube que leu meus livros.

-Sim, quase todos eles –Riley aceitou o aperto de mão, contente.

-Fico contente em ouvir isso –ela sorriu. Virou-se para Dave e olhou para seu pulso. Nostalgia golpeou sua expressão facial e ela olhou o menino nos olhos. Não parecia tão velha quanto Dafne. –Ainda tem Mata-Touro?

Dave pegou a espada no bolso e estendeu-a para a mulher. Bebel e Dafne aproximaram-se, tocando-a e sorrindo.

-Demorei três semanas para fazer todos os cálculos necessários para essa espada –Disse Dafne.

-Eu precisei de mais duas para forja-la –disse Bebel.

-E eu trabalhei por um mês em todos os mecanismos –concluiu Hynne.

Elas perguntaram também sobre o relógio e lembraram, em uma sessão de nostalgia, o quanto haviam trabalhado em todos os detalhes daquilo. Dave explicou que a outra metade do rubi estava pendurada no colar de sua mãe, disse também que a espada fora de muita utilidade para ele.

Érestha -Castelo de Ilusões [LIVRO 5]Onde histórias criam vida. Descubra agora