O que quer que Tâmara estivesse fazendo, aparentemente era uma má ideia. Eram nove da manhã e ela havia tirado Alícia da aula de história sem avisos prévios. Simplesmente entrara na sala de aula, ignorara a todos que haviam se curvado e puxou a menina para fora. Ela nem havia sentido a presença de Tâmara atravez da marca. Não estava nervosa e nem em perigo, apenas cheia de determinação. Ana Vitória vinha perguntando se ela estava bem e se não queria pensar antes de agir desde que pegaram a primeira passagem. Os prícipes de Érestha nunca pegavam as passagens. Tinham suas carroagens e vagões exlusivos em trens. O que quer que Tâmara estivesse fazendo, ia precisar das facas de Alícia. A menina estava pronta, de qualquer forma. Preocupava-a, porém, a visão do Castelo de Vidro aproximando-se no horizonte. Ela não gostava de lembrar-se do dia em que jogou uma faca contra Tamires. Se Tâmara estivesse com algum rancor de sua rainha, Alícia teria um grande problema nas mãos.
-Fique calma Alícia, não tem nada a ver com Thaila –Tâmara grunhiu, pisando forte em sua caminhada gloriosa pelas ruas de pedra da cidade da rainha. –Mas se eu fosse você estaria nervosa também. Seu irmão está no meio disso tudo.
A menina parou por um segundo para processar a informação. Franziu a sobrancelha e chacoalhou a cabeça. Riley estava muito misterioso desde a noite anterior, dizendo que tinha pressa, sumindo e conversando o diretor sem explicar nada para Alícia. Ainda não haviam falado sobre o sonho com Isabelle, e ela pretendia dar um tapa na cabeça dele quando se reencontrassem.O gêmeo não havia passado a noite na escola. Ela fechou os punhos e correu para alcançar os passos de sua princesa. Ela não podia estar falando sobre as últimas vinte e quatro horas, mas Alícia não duvidava que haviam mais segredos. As promessas entre os dois eram tão valiosas quanto os excrementos de Alfos. Sentia-se mal em não ter a relação dos sonhos com seu irmão, mas tudo andava muito complicado. Mesmo assim, ele podia ter se explicado.
Os moradores que estavam acordando, pegando seus carros ou regando a grama de seus jardins arregalavam os olhos e largavam o que faziam para curvarem-se. Alícia imaginava que deviam estar acostumados a ver os membros da família real passeando por ali, mas ainda pareciam impressionados. Talvez pela presença de três personagens importantes, ou a mandibula de tubarão que a princesa usava como colar. Ou talvez o que chamava atenção fosse o sol refletindo em seu macacão largo de fios de ouro. Ou ainda o dragão bebê que completava seu penteado, Alícia não tinha como saber.
-Senhora, vamos com calma –Vitória pediu.
-Cale-se, Vitória! –Tâmara gritou. O bebê dragão guinchou adoravelmente, imitando sua senhora e batendo as pequenas asas para impor-se. –Vamos todos tratar Tâmara como um bebê, força-la a fazer as pazes com os irmãos, coloca-la de castigo, tirar os brinquedos dela quando se comportar mal. Eu estou cansada, Vitória, cansada! Se querem que eu cresça e pare de matar elfos, é hora de tratarem-me como uma princesa.
"E o que Riley tem a ver com isso?" Alícia se perguntou. Os guardas aos portões de ferro do castelo não sabiam se curvavam-se ou abriam as portas primeiro. Tâmara gritou com eles também, e os pobrezinhos nem tiveram tempo de pensar. A grama do caminho até as portas de vidro ficou muito contente em recebr Tâmara. Tudo ficou mais verde e mais brilhante, e cada folha de grama virou-se para seu sol. Ela ignorou-os, e focou apenas em caminhar até sua irmã. Só não chutou as portas porque eram de vidro, e acabaria com as belas pernas cheias de cortes. Alícia ficou surpresa ao entrar no salão principal e encontrar Gary DiPrata e um menino conversando com a rainha. O homem virou-se e arregalou os olhos quando a viu, como se tivesse sido pego em uma traição.
-Seu verme despresível! –ela gritou para o general. Alícia freou seu andar ficou ali parada, em choque. –Estamos no meio de uma guerra, como você pôde fazer isso, irmã?
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Érestha -Castelo de Ilusões [LIVRO 5]
Fantasía"Se não for leal à rainha o outro lado conseguirá o que quer." As palavras do Mago Roxo finalmente começam a fazer sentido após Dave descobrir e decifrar o enígma da rainha. Está em suas mãos decidir tomar seu lugar como soldado de Thaila ou lutar...