XLVII -Alícia

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Seu dia estava muito cheio, ela não tinha tempo para escolher o tipo de arame farpado perfeito para as armadilhas da cidade de cristal. Alícia não estava nada feliz em ter feito aquela reunião toda sem os Fellows ou Nicolle. Ela era a única adolescente no meio dos generais de Érestha, e nem Gary DiPrata parava para ouvi-la. A menina tinha coisas para dizer e argumentos para acrescentar, mas ninguém tinha tempo para ela. Então ela também nao tinha tempo ara arame nenhum.

-Rick disse que a palavra final é de Russel. Perguntem a ele.

As decisões naquela reunião foram aprovadas por Russel e pela princesa da vida pessoalemnte, embora ela não parecia muito disposta naquela tarde. Alícia queria ter tido tempo de dizer que Thaila gostaria de aprovar tudo também, mas nem Gary estava disposto a passar aquela informação. Então não era problema dela.

-Para onde vai, Alícia? –perguntou Simão, aproximando-se a pé do cavalo que a menina estava prestes a esporar.

-Para a escola –ela respondeu, seca. –E o General DiPrata deveria vir comigo; a princesa Tâmara nos espera. Diga a ele que eu já fui, se ele parecer se importar.

Ela gritou com o cavalo e o fez acelerar montanha abaixo. Com o rosto emburrado, Alícia passou pelas passagens das quais se lembrava até a Escola Preparatória da Provícnia de Tâmara. Pisando forte no chão, ela passou pelo arco que marcava o início do território da escola e caminhou pela grama bem cuidada até o refeitório ao ar livre. Não haviam alunos fora da sala de aula naquele horário. As únicas pessoas sentadas nas cadeiras de plástico eram as professoras Bennu Wills, Lorena Melo Fellows e a princesa da terra.

A menina quis correr para abraçar Tâmara quando elas cruzaram os olhares, mas conteve-se. A emoção que Alícia estava transmitindo através da marca protetor-protegido era uma mistura bem equilibrada de raiva e frustração. A princesa, por outro lado, estava ansiosa e bem descansada. Ela havia mencionado alguma coisa sobre uma massagem e tigres-de-bengala mais cedo, mas Alícia não havia feito perguntas. A calma dela era tão invejável que a menina queria rouba-la. Abraçou-a para ver se obteria sucesso, mas o que ganhou foi o mero prazer de sentir de perto o perfume magnífico de flores da princesa.

-Onde está DiPrata? –ela perguntou, puxando Alícia para sentar-se em seu colo para que ela pudesse arrumar seus cabelos do jeito que gostava.

-Eu não sei –ela deu de ombros. –Ocupado demais com arame farpado, eu acho. Eu disse que tinha que vir, mas parece que todos tiraram o dia para não me ouvirem hoje.

-Ele vai chegar logo, tenho certeza –disse a professora baixinha. Ela estava claramente muito nervosa em apresentar seus alunos para a princesa da terra e seu general. –Os alunos ainda tem dez minutos dessa aula, de qualquer jeito. Não querem que eu busque algum biscoito ou sucos na cozinha enquanto esperamos?

-Não acho que vai encontrar a cozinha aberta fora do horário, Bennu –a princesa sorriu, acariciando o topo da cabeça de Alícia como se ela fosse Castrp, seu tigre branco que fora morto por Tamires. –A cozinheira tem mais com o que se preocupar.

Bennu continuou naquele assunto, comentando sobre como Imani estava agindo estranho ultimamente. Tâmara havia prometido não contar nada, então apenas concordava com as teorias da senhora baixinha. Lorena, por outro lado, estava quieta, mas muito atenta. Prestava atenão em cada nota de sarcasmo na voz da princesa, em cada músculo que Alícia mexia ao mencionar de certas palavra e olhava constantemente para o arco da escola, esperando que o diretor aparecesse logo. A menina havia prometido conversar com Lorena depois daquele evento e esclarecer qualquer dúvida. A mulher merecia saber o que se passava na vida do primo, sendo sempre tão presente e tão preocupada. Dave não compartilhava detalhes com a intenção de protege-la, mas ela era como Rick: sempre acabava tendo suas respostas. Desta vez, Alícia forneceria-as de graça. Ela queria saber sobre Isabelle.

Érestha -Castelo de Ilusões [LIVRO 5]Onde histórias criam vida. Descubra agora