LIX -Os Gêmeos Weis

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Uma boa parte do exército que Alícia liderava era composto por animais, então o papel de Riley era indispensável. Ela sabia gritar com os homens, meninos e crianças que seguravam armas, enquanto seu irmão traduzia os ursos de armaura, os leões famintos e os pavões coloridos. Os dois montavam um dos dragões de Juliana e supervisionavam tudo de cima. O animal devia ter a mesma idade de Alfos, era uma fêmea vegetariana que voava muito bem e parecia gostar de Riley. O único problema era que não gostava de atacar. Mas para Alícia, estava bom desse jeito. Ela conseguia ficar de olho na princesa, que insistira em participar pessoalmente da luta após ter seu castelo invadido.

A segurança do Castelo de Marfim era tão forte que Alícia havia deixado o local sob a supervisão da guarda pessoal da princesa sem pensar duas vezes. Assim, ela podia juntar-se às partes de seu exército em maior dificuldade sem muita preocupação. Mas ela voltou para Tâmara em menos de uma hora de batalha.

Riley estava concentrado no campo de batalha que havia se tornado a praça principal quando Alícia enlouqueceu e começou a gritar. As lojas ao redor da praça haviam transformado-se em pontos de defesa, em pontos médicos e em trincheiras. O exército de Tâmara passeava livremente por detrás das lojas à esquerda, e atacava nas vielas invadidas ou na grama no centro, onde a maioria dos ataques acontecia. Os de Tâmara, contudo, não pareciam ter uma estratégia ou um líder. Riley havia visto alguns deles decidirem coisas com "pedra-papel-tisoura" e outros dormindo dentro das lojas da direita, as quais eles dominavam.

Além de comunicar-se com os animais, dirigir um dragão e de ter que controlar Dencion, Riley estava alerta para possíveis côndefas que queriam enganar-los fingindo ser outra pessoa. Ele não reconheceria o inimigo apenas olhando para ele, mas tinha fé que a atitude dele seria muito diferente dos cidadãos batalhadores de Tâmara. Os homens de Alícia tinham sinais combinados para provarem que eram eles mesmos e evitar pânico e espiões inimigos, mas Riley temia que alguma das côndefas fingisse ser alguém muito importante e desviasse a atenção dos ataques. Ele achou que a culpa fosse sua quando a irmã gritou e caiu do dragão. Estava tão concentrado que nem viu o brilho em seu braço indicando um chamado desesperado de Tâmara. Conseguiu fazer o dragão agarra-la no ar e nem quis perder tempo perguntando se ela estava bem. Direcionou o animal para o Castelo de Marfim e só soltou a menina quando eles chegaram lá, abandonando o campo de batalha sem dar nenhuma explicação.

Alícia levantou todas as suas seis facas com seu legado de polarista e atirou-as contra os inimigos antes mesmo de levantar-se do chão. A porta de entrada do Castelo estava escancarada e toda rachada e arranhada. Os homens de Tabata provavelmente tiveram alguma dificudade em chegar até ali. Ela caminhou batendo os pés com força no chão de marfim, seguindo o instinto que sua marca de protetora e seu instinto de guerreira lhe proporcionavam. Ela quase conseguia ver Tâmara encolhida em seu quarto, gritando desesperadamente por Alícia.

A menina não deixou que nada a parasse. Suas facas nem mesmo chgavam à suas mãos, só voavam pelo corredor, acertando todos em seu caminho. Ela nem se preocupava em ver se eram amigos ou inimigos, e nem sabia muito bem como estava fazendo para controlar seis facas de uma vez em direções e velocidades diferentes, mas estava dndo certo, e era isso o que importava.

À porta do quarto da princesa encontravam-se três pessoas que não foram muito afetadas pelas facas de Alícia, arranhando a madeira e causando pânico dentro do quarto. Dois deles tinham garras enormes retráteis e fendas negras como olhos. O terceiro era Gary DiPrata. Eles perderam totalmente o interesse na porta de Tâmara quando viram Alícia chegando. Os dois homem-gato eram rápidos e ágeis; pularam contra a menina sem pestanejar. Ela deixou ser arranhada e mordida no primeiro ataque. Sabia bem que, além de assustadores, os soldados de Tabata gostavam de brincar com sua presa antes de acabar com ela. Suas facas não iriam parar as duas côndefas, nem mesmo assustar-las, e abrir a porta do quarto da princesa seria o meso que entrega-la para a morte. Por sorte, ela podia contar com Riley.

Érestha -Castelo de Ilusões [LIVRO 5]Onde histórias criam vida. Descubra agora