XXXII -Nicolle

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Ela havia comparecido a uma reunião no reino dos elfos quatro dias após Argia tomar posse do lugar. Dez dias depois disso, tudo estava muito diferente. As ruas estavam menos movimentadas, com menos manifestantes e mais segurança. As belas plantas que eles cultivavam estavam bem cuidadas e os cidadãos pareciam pretsar mais atenção a suas próprias vidas do que às comoções da política de Érestha. Mas tudo estava tão calmo que Nicolle assustou-se. Ela conhecia pouco sobre as habilidades de Tabata e a história da última guerra. Suas prioridades eram sempre a princesa, e nunca tinha tempo para a escola ou os estudos que Rick conduzia para si mesmo. Queria estar mais preparada, mas ao menos tinha seu melhor amigo andado logo atrás dela.

Dave Fellows, na maioria das ocasiões, só demonstrava três expressões faciais: felicidade, seriedade e preocupação. Nunca medo. E era assim que Nicolle de Vie interpretava as dobras na testa dele. Se Dave tinha medo, ela estava aterrorizada. Muitas coisas deviam estar passando pela cabeça dele naquele momento. Desde seu pai até sua rainha e de volta para o presente. Nicolle mal saberia se conseguiria aconselhar Ellie. Argia havia dado muito mais do que carta branca para a menina fazer o que achasse melhor, mas aquilo ainda era um segredo. Seu plano, antes, era concordar com o tudo o que a elfa dissesse e dizer que Argia havia dado as ordens. Mas agora era Ellie quem queria ajuda, e a menina tinha medo de piorar tudo.

-Princesa? –um elfo perguntou, tentando olhar pelos enormes óculos de armação branca que ela vestia.

-Não, sou apenas Nicolle –respondeu.

-Ellie está lá em cima –o elfo não parecia mais tão entusiasmado em recebe-la. apontou para a varanda, de onde se via todo o conselho élfico e mais algumas pessoas reunidas esperando por eles. –Podem subir.

-Por que estamos aqui, por que não o Castelo de Vidro? –Dave grunhiu, trocando sua expressão de medo pela sua séria.

Nicolle não quis dizer nada. Eles subiram as escadas e andaram até a varanda sem serem guiados por ninguém. O que antes deveria ser um encontro amigável que ensinaria muito à Nicolle agora parecia uma reunião de guerra e estratégias da qual não fazia sentido ela participar. O máximo que ela lembrava-se das aulas de Lorena era de como não arrancar o braço de seus colegas. Ellie e os outro quatro componentes do conselho estavam agitados, olhando para uma mesa de madeira que havia sido armada ali para apoiar uma enorme folha de papel. Junto deles, ao redor da tal mesa, estava Alícia Weis e um homem alto de barba loura escura que Nicolle não conhecia. Ela parou à entrada da varanda, esperando ser convidada, mas Dave continuou a andar e passou por ela com o rosto emburrado.

-O que houve com Tamires, Simão? –ele referiu-se ao homem alto.

-Um ataque, há poucas horas –explicou. –Os arruaceiros de Tabata apareceram na praça central e destruíram tudo. Quebraram o elevador. Depois algum deles gritou que dez minutos já haviam se passado, e eles se foram. Simples assim. Não levaram ninguém, não tentaram chegar à princesa. Apenas foram embora.

-A princesa está bem? –Nicolle perguntou, desistindo de esperar que a convdassem.

-Sim, Missie está lá agora –ele respondeu.

-E Thaila? E Tâmara? E Teresa e Elói, Edgar, Elias... –Dave andou mais para frente, olhando para os outros em descrença. Prosseguiu em gritar o resto de seu protesto, obrigando a amiga a recuar. –O que estamos fazendo no reino élfico e quem está no Castelo de Vidro com minha rainha?

-Além de toda sua guarda pessoal? –Alícia ignorou o tom de voz de Dave. –Gary DiPrata.

-E o que diabos DiPrata está fazendo lá com ela e não com Tâmara?

Érestha -Castelo de Ilusões [LIVRO 5]Onde histórias criam vida. Descubra agora