XXXIX -Bia

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Olha, eu não estou 100% confiante neste capítulo e nas coisas que acontecem, em geral. É BEEEEM capaz de eu mudar algumas coisas no futuro, mas por enquanto é isso ai.

Nunca pensaria em chegar ao inverno de Elói e chamar aquilo de clima de outono. Uma semana no Vale do Inverno havia transformado-a, e ela recusava-se a reclamar dos ventos fortes do centro. Casualmente caminhava em direção ao Castelo de Plasma com sua aljava nas costas e seu último presente: um novo arco feito pelo homem de pele oleosa. Mal havia pensado que muitas pessoas provavelmente não sabiam que ela estava viva mais uma vez e preocupou-se com isso quando já estava bem em frente aos portões do castelo. Dali, ela olhou para trás, e percebeu que a praça estava calma demais. Aquele era o centro de talentos de Elói. Muitas pessoas faziam pequenas apresentações ali, com música, dança e teatro, vendiam artesanato e desenhavam caricaturas. Naquela tarde, porém, haviam apenas guardas com espadas e armaduras. Cobriu os cabelos com um capuz memso assim, dando de ombros.

Ela não teve muita certeza se o homem ao portão entendeu que sim, ela era Bia Vallarrica e sim, Elói estava mesmo esperando por ela. Confuso, deixou-a para fora e foi chamar "um responsável".

-Achei que fosse você o responsável, Dino –ela gritou. Conhecia o guarda, ele estava ali há muito tempo.

O homem não parou sua corrida para dentro do castelo quando virou-se para trás. Acabou tropeçando. Parecia aterrorizado, o pobrezinho. Bia deveria ter adivinhado que voltar dos mortos e bater à porta de casa nunca seria bem aceito. Cruzou os braços e apoiou a cabeça nas grades de ferro, cogitando a possibilidade de derreter aquilo. Eram barras grossas e já haviam resistido muitos anos. Ela teria que fazer muito esforço, e estava cansada. Deixou a ideia de lado. Esperou por uns cinco minutos até Dino voltar com o príncipe pai e mais dois guardas. Ela estava prestes a odiar o inverno do centro também, mas podia sentir o calor de Elói e imaginar a lareira que ele tinha acesa em algum quarto do castelo. Ela sorriu, mas o gesto não foi retribuído.

O príncipe abriu o cadeado com pressa, e empurrou as barras de ferro com fúria. Bia obrigou-se a dar dopis passos para trás, por precaução. Ia perguntar o que diabos estava acontecendo, mas foi impedida pelo punho de seu pai adotivo apertando seu pescoço. Elói não era muito forte, mas conseguiu levanta-la do chão, sufocando-a ainda mais.

-Quem é você? –ele gritou

Ela não teria respondido nem se quisesse. Seu rosto estava ficando vermelho e respirar tornava-se difícil. Os dois guardas posicionaram-se ao redor dela e apontaram as espadas para seu rosto. Tudo o que ela podia fazer era ficar furiosa. Ele soltou-a e empurrou-a contra o portão.

-Qual o nome de sua melhor amiga? –ele perguntou, apontando o dedo para ela.

-Como é? –ela arrumou sua postura, tossindo.

-Responda!

-Isso é ridículo! –ela bateu na mão dele para afasta-la –E eu não tenho uma melhor amiga, isso é coisa de criança em contos de fadas. Que porcaria de recepção é essa, Elói?

Ele encarou-a por alguns instantes. Os guardas ainda estavam apontando espadas contra ela, mas ele adiantou-se para um abraço antes de pedir que eles abaixassem as armas. Bia esquivou-se e deu tapa no braço dele.

-Bia, me desculpe –ele falou.

-O que significa isso? –perguntou, com calma. –E melhor que tenha uma boa explicação ou eu juro que dou meia-volta e digo àqueles mercenários malucos que estou disponível.

-S-senhor... –disse um dos guardas, aproximando-se mais a espada da menina. –Bia está morta. Isto tem que ser um deles.

Ele explicou brevemente sobre como a tinha trazido de volta, omitindo o envolvimento de Thaila e os Mercenários Mortos. Dois guardas do Castelo de Plasma não tinham que saber sobre todos os detalhes. Os homens abaixaram as armas e Bia deixou que Elói a abraçasse, sem retribuir, porém.

Érestha -Castelo de Ilusões [LIVRO 5]Onde histórias criam vida. Descubra agora