Maluquinha

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Malu
" Mulher cê sabe o que eu vou te dizer
Seu problema a gente tem que resolver
Mas deixa pra amanhã (deixa pra amanhã)
Porque hoje eu vou te fazer mulher.”  Projota, Mulher.

Você já ouviu aquela frase, Estou com o cu na mão?
Bem, se não ouviu também não perdeu nada, porque pessoas normais usam ela quando como eu que estou com o coração na mão.
Enfim, eu tenho pais tradicionais que pensam que sexo apenas depois do casamento,  que mulher deve ser submissa ao homem,  cuidando só, somente e apenas da casa, comida e roupa e que gemer é proibido e profano.
Os pais de Pedro, é o ícone para mim,  assim como seus tios.
A palavra foder,  ir a merda e outras sacanagens, fazem parte de seus vocabulários como se tivesse te dando bom dia,  boa tarde e boa noite.
Resultado?
Me senti em casa pra caramba, mesmo tendo ficado nervosa com sua mãe no modo gavião,  até entender que além de pequenos cuidados com seu primogênito, ela queria me conhecer melhor.
Sabe aquela musica, "Já tive mulheres de varias idades e muitos amores?", eu digo que já tive experiências boas,  mas jamais fui amada e idolatrada como fui por Pedro.
Minha boca grande acabou dizendo que o amava e eu previ uma catástrofe, já imaginei ele me mandado de volta pro Paraná e rindo da minha cara me julgando como ingênua, pois um cara gostoso,  fofo e pausudo, não se apaixonaria por uma garota comum como eu, mas Pedro disse algo que me mandou pro céu.
-----EU AMO VOCÊ MALUQUINHA.
Eu mantinha um pé no chão e o outro flutuando em relação ao Pedro, mas agora estou de quatro agora ele me foder literalmente e sair despedaçada dessa relação.
Acordo mais cedo que Pedro e fico admirando sua beleza.
Seu braço forte desenhando uma escultura em seu travesseiro enquanto ele dorme de bruços.
Sua boca feita pra chupar uma boceta, está em linha reta como se não tivesse tendo um sonho muito bom, condenando o V de preocupação entre suas sobrancelhas.
Incapaz de controlar minha mão,  a levo até seu rosto, lamentando o fato dele estar indo para uma zona de guerra.
-----Espero que tenha consciência que sua mão está gelada.
Me assusto engasgando com minha própria saliva, enquanto Pedro ri e tenta me ajudar.
Fico quente e ansiosa pelo simples fato de seu corpo entrar em contato com o meu.
----Você estava bisbilhotando?
-----NÃO CALLEGARI,  só estava imaginando como sou uma garota de sorte por ter me achado.
-----Maluquinha,  tenha toda ciência que eu estava perdido até o momento que sua vivacidade e sinceridade extrema me atingiram em cheio como um nocaute bom.
----Bom e?
Pergunto levantando uma de minhas sobrancelhas.
-----Deliciosamente bom.
Pedro me beija e temo ser a última vez.
Fecho meus olhos me entregando e memorizando cada um de seus toques.
Aproveitando que estamos deitados de lado de frente um para o outro, me jogo para ficar por cima, beijando o peitoral depilado de Pedro dando atenção especial para suas tatuagens, descendo por sua barriga tanquinho, dando leves mordidas.
Abocanho o quanto aguento de seu magnífico pau, dando lambidas na cabeça enquanto punheto o corpo do mesmo.
Massageio suas bolas grandes e pesadas, enquanto chupo com vontade o pau do meu homem.
Os gemidos de Pedro é um som que ouviria uma vida toda sem enjoar.
-----Jeitinho gostoso de se acordar.
Sigo encarando seus olhos, enquanto continuo chupando o máximo que cabe na minha boca.
-----Não está sendo hoje que você vai tomar leitinho minha puta gostosa.
Sua voz rouca e sexy, ativa todos meus feromônios sexuais e ao piscar estou subjugada com as mãos presas por Pedro nas costas, enquanto ele mete profundamente em minha boceta que pisca de antecipação.
Com a mão livre, Pedro desfere tapas alternados em minha bunda que me atiça ainda mais.
Não sei se pela adrenalina, sensibilidade,  pela nova descoberta, ou por nossa conexão preestabelecida, eu gozei gritando seu nome.
Foi difícil dar tchau em frente a padaria, onde eu iria iniciar meu turno.
-----Diga novamente Maluquinha.
-----Te amo, te amo, te amo,  te amo, meu perigotoso. Faça-me o favor de voltar inteiro dessa missão.
Pedro sorri e me desmonto.
-----Isso não é uma dúvida minha Maluquinha. Tenha em mente que eu amo você.
Dizer que trabalhei aérea, com medo e tensa, não resume metade de meus pensamentos.
Na televisão,  notícias constantes sobre a missão nas favelas, onde o exército trabalha firmemente com a policia militar do Rio de Janeiro.
Em torno de sessenta pessoas, morreram? Dentre eles bandidos e policiais.
Entre algumas balas perdidas, alguns inocentes foram atingidos e a mídia frisava a importância da população se manter dentro de casa.
Escolas não tinham aula, e presumia-se ainda que esta guerra estava longe do fim.
Pego uma van que passava perto de uma das favelas e não visualizei Pedro o que fez meu coração apertar um pouco mais.
Chego em casa desolada e meu telefone toca.
-----Malu?
-----Quem fala?
-----É a Melanie, tia do Pedro tudo bem?
----Diante as notícias da TV, tudo péssimo.
-----Olha está tudo bem com ele ok? Eu conversei com o comandante da operação e a operação está sendo bem sucedida. Eu já vi Pedro em ação e ele é realmente excelente no que faz. ____lembro de suas mãos em mim, procurando entre o caos, instalado em mim, um pouco de calmaria e Melânie continua.
-----Eu sei o que você está sentindo, acho que meu esposo consegue até resumir melhor que eu, mas você precisa acreditar e orar.
-----Estarei sendo mais positiva e colocarei toda minha fé que ele vai voltar bem.
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Dez dias se passaram e a guerra e tortura continuam.
Os números fatais continuam aumentando e já pedi para meu patrão deixar eu dobrar turnos para evitar pensar, mesmo estando no automático.
Dormir está sendo uma missão difícil e então Jaque arrumou um calmante natural para que eu pudesse descansar a mente de todas essas atribulações.
Ouvi um boato às 3 da manhã que estariam trocando os profissionais temporariamente.
Eu não tinha muita coisa, na verdade eu não tinha nada, nenhuma informação concreta.
Minha casa de repente ficou menor do que já é, me sufocando.
Não é algo relacionado ao exterior, ou dificuldade de passagem de ar, mas de dentro para fora e quando dei por mim, estava andando sem rumo pelas ruas do Rio de Janeiro.
Ruas mais silenciosas,  não conseguiam trazer o conforto que procurei ao trancar a porta da minha casa.
Sigo caminhando em desespero,  sem saber onde estou indo exatamente e mesmo eu tendo ido apenas uma vez na casa de Pedro,  meu subconsciente registrou o caminho e de repente estava em frente ao seu portão,  aos prantos.
Eu queria tentar com o porteiro misericórdia para me deixar entrar e sentir um pouco do Pedro.
Sua ausência,  estava me matando aos poucos.
Toco o interfone de seu apartamento.
Silêncio.
Insisto e na quarta vez,  uma voz atende.
-----Pronto.
---Pedro?
-----Malu?
-----Ai meu Deus Pedro,  é voce mesmo.
E começo a chorar ainda mais, e dessa vez de alivio.
Alguns minutos se passa e Pedro vem em minha direção sem camisa,  com um curativo no ombro esquerdo e me abraça.
-----Meu amor.
Digo sem conseguir parar de chorar.

(Concluído) O Outro lado da moedaOnde histórias criam vida. Descubra agora