Bónus Stenio

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Capitulo 20
Bônus Stenio
"Voce vê algo mágico e lamenta perder, sem ao menos ter tido alguma vez.”
Atualmente meus inimigos me chamam de "Desconhecido", mas meu nome é Stenio.
Eu só queria o que era meu de direito.
O morro em que meu pai era o rei.
Cresci na fazenda com minha mãe,  para crescer vivo.
Meu pai tinha muitos inimigos, por isso fui mantido em um falso marasmo, aprendendo a atirar, a matemática do crime e as leis que me seriam necessárias depois.
Em algum momento da falta da lucidez causada por uma mistura de craque, com cocaína,  meu pai nomeou um novo sucessor.
Minha mãe Eva, disse que era apenas um moleque que não duraria três anos no comando.
Como eu ainda tinha 15 anos, achei que seria mais um curso que eu teria que me preparar: a paciência
E então três anos se passam e vou pro morro.
Panelinha fez seu nome como um marketing viral.
Todo mundo amava.
Todo mundo temia.
Todo mundo idolatrava.
Entrei no bonde "idolatrando", me tornando seu amigo de rodinha.
Eu precisava saber qual o seu ponto fraco.
Panelinha, era tão reservado quanto seu nome verdadeiro.
Quanto mais conhecia, mais ódio alimentava.
Em um domingo de pagode, Panelinha mantém seu modo ostentação com uma puta morena no colo.
Atento a tudo, observo a morena mais gata que já vi na vida, por a mão na boca através da grade da quadra em que acontecia o evento.
Em lágrimas, ela sai correndo.
Panelinha soca três ou quatro homens, após ter jogado ao chão a garota que estava no seu colo e praticamente voa atrás da morena.
Na maciota , vou atrás dele que entra em casa e começa a gritar com a garota.
"Mari.”
Observei mais uns três dias, mas ela nunca saia de casa.
Ligado de todos os horários de Panelinha,  aguardo ele sair e bato na porta.
Mari atende sorrindo achando que Panelinha voltou.
-----O chefe tá aí?
-----Não está não. Ele saiu tem meia hora.
-----Podepa, posso dar um lero contigo?
------Não pode não, Ruan.  ___Mari pausa o que falou e põe a mão na boca ----Panelinha mata nos dois.
-----E só uma amizade, você vive aqui, nunca te vi pelo morro. É um segredo nosso.
Mari pensa por uns minutos e aceita minha amizade,  contando sua vida toda.
-----Agora tu tem que ir Stenio,  ou estaremos fritos de verdade.
-----Amei sua amizade. Se tu quiser passo aqui de manhã.
-----A tarde é melhor.
Afirma rindo. Seu sorriso parecia de um anjo da asa quebrada.
Seu lado negro, compactuou com o meu.
A partir daquele dia, eu tinha um motivo novo para matar Ruan.
Panelinha,  Ruan, era muito esperto e um dia, assim que entrei,  ele voltou para casa e me encontrou abraçando Mari.
Antes mesmo de nos alcançar,  parte da sala já havia ido ao chão.
Estava apenas agradecendo o pedaço de bolo maravilhoso que ela havia feito e Ruan nem sequer tinha comido.
-----Depois a gente conversa Mariany.
Mari olhou para ele com medo.
Ruan saiu me arrastando,  por mais que eu fosse forte e treinado,  ele era um touro raivoso naquele momento.
Ruan prende meus braços e pernas a uma cadeira.
-----Talarico morre cedo filho da puta.
-----Não é de hoje que você deveria estar morto, Ruan.
----Quem tu pensa que é pra latir meu nome viado?
-----Sou a pessoa que deu carinho pra tua mina,  enquanto tu faz ela de saco de pancadas.
Eu achei que após o terceiro aborto, dois deles provocados diretamente por Ruan,  Mari o deixaria e aceitaria viver comigo.
Na verdade, ela estava quase aceitando, uma vida nova.
Eu não teria o morro, mas tiraria algo de importante daquele filho da puta.
Sinto uma faca rasgando minha testa até meu nariz e a dor e alucinante,  piora quando ele joga água.
-----Você quer o que pau no cu?
Tortuosamente, Ruan pega um maçarico e escreve a letra R com a caneta de solda.
Após ele sair,  só fui receber água por uma Mari chorosa na manhã seguinte.
Por três dias eu fui torturado.
No quarto dia, Ruan chega com um tatuador e me põe de costas, já anestesiado,  por mim já não havia possibilidades de sentir mais dor e então,  Ruan pede ao desconhecido.
-----Escreve ai em negrito e bem grande: TALARICO MORRE CEDO.

E depois disso, eu apaguei.
Tenho uma vaga memória de escutar uma ordem para me "apagar", mas quem quer que seja, não cumpriu a ordem a risca. Apenas me jogou de um pequeno penhasco.
Quando me recuperei de todas as infecções,  a marca na minha face, era a lembrança do que eu deveria fazer.
Detonar com Ruan, como um verdadeiro tornado, agora tudo que era meu ele tinha, mas em termos já era tarde demais, porque ele foi dado como morto.
Aproveitei o abandono do morro e peguei para mim como o herdeiro que sempre fui, mas os anos se passaram e a verdade apareceu.
Ruan tava vivo e por incrível que pareça junto de Mari e um pivete.
Eu acompanhei aos longos dos anos seus passos.
Eu coloquei pessoas para tentar converter o moleque para o mundo das drogas,  mas o garoto tinha fixação por Coxinha (policial).
E assim os anos terminaram de passar e Pedro foi pro Rio, logo me ajeitei por lá também, puta parceria do morro.
Enrolar o moleque é mais difícil do que o pai, porém seu amuleto da sorte não vive em cativeiro.
------Oi Malu!
Maria Luísa não se intimida fácil e isso me atrai ainda mais.
Preciso bolar um plano de trazer Ruan para acabar de vez com a vida dele.
Por mais que seria uma satisfação muito grande, matar pai e filho.
Posso até morrer nessa batalha, mas ao menos terei cumprido meu Missão.

(Concluído) O Outro lado da moedaOnde histórias criam vida. Descubra agora