Pedro

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Capitulo 36
Pedro
"O mundo não pode estar ficando tão mal assim. Não me lembro de ver tudo tão negro e vermelho,  sem ser final do Brasileirão em que sofridamente, Flamengo ganhou mais uma estrela. "

CAPÍTULO escrito pela leitora Letícia Tagliatelli @Letagli.
Arrasa muito.
Obrigada minha amiga 
Às horas passam e tento me focar na minha recuperação, tenho que ser forte por minha maluquinha, meu pai está melhorando a olhos visto, logo estaremos pronto pra caçar aquele miserável que acabou assinando sua sentença de morte ao preparar toda essa emboscada e levar minha alma, sim minha alma, por que sem a Malu sou apenas uma casca, em tão pouco tempo ela se tornou meu tudo e esse é meu foco ter minha alma de volta.. Depois de me sentir um pouco mais forte volto pro Rio pra armar melhor a nossa estratégia, além de ter que cumprir mais uns dias antes das minha férias, há alguns dias atrás essas férias tinha outra perspectiva, seriam dias juntos da Malu em algum lugar bem longe dessa loucura e agora a realidade é outra serão dias pra ficar 24 horas envolvido em ter minha Malu de volta. Converso com meu capitão que é uma pessoa confiável sobre o que está acontecendo e ele me ajuda a montar um quartel general em casa, inclusive disponibilizando algumas mentes pra ajudar nessa caçada.
No fim do dia e com as equipe montada sento na minha cama e algo me chama a atenção no criado, levanto e pego o que acredito ser uma carta, meu coração erra uma batida ao ver que é a letra da Malu, leio e releio com lágrimas nos olhos confirmando o que já sabia desde o primeiro momento ela se sacrificou por mim, ela me ama e isso é o combustível que faltava pra ir atrás dela, tento em vão rondar as favelas próximo a padaria atrás de pistas, ninguém tem notícias da minha Malu.
Ligo pra minha tia contando sobre a carta e a equipe e ela me dá uma informação que enche meu coração de esperança, mesmo não estando ativo na caçada, meu pai conseguiu rastrear o novo número da Malu.
-----Pedro use essa informação da melhor maneira possível, não seja precipitado e coloque tudo a perder_ diz tia Mel.
Escuto meu pai ao fundo pedindo pra falar comigo.
-----Meu filho escute, se for ligar pra ela, utilize um telefone descartável para não te rastrearem...Se cuida meu filho, nós vamos resgatar ela, não deixe se abater você é um Callegari..
-----Pode deixar que vou me cuidar, tenho muito orgulho de ser seu filho...
Desligo já pensando em ligar pra Malu preciso ouvir a voz dela, saber que está bem e avisar que estou chegando pra busca-la, respiro umas dez vezes pelo menos, já sentindo o sangue voltar a correr pelas minhas veias, disco o número e prendo a respiração sem perceber e só volto a respirar quando escuto sua voz..
Falo o mais rápido possível, pra não levantar suspeita e dou a instruções pra ela, agora que sei como falar com ela, não posso por tudo a perder, tenho que ser racional e pensar nos próximos passos como num jogo de xadrez. Vou dar o xeque mate e o rei como ele se diz não vai saber nem o que o atingiu...
Me sentindo renovado ao ouvir a voz da minha vida, volto a fazer minhas flexões e pensar nas minhas estratégias, tenho que ter tudo sob o máximo controle para não colocar a vida da minha Maluquinha em perigo.
Já se passaram dois meses e eu sem ouvir sua linda risada, sem ver seus lindos olhos, estou no meu limite, tia Mel e meu pai continuam puxando a capivara do meu maior inimigo, por mais barra pesada que ele seja, deve ter um ponto fraco e é ai que vou atacar, minha mãe ajudou com poucas informações por medo de nos perder ela não nos apoia...mas talvez seja até melhor, menos uma pra me preocupar quando chegar a hora.
Os dias passam e a cada dia está mais perto o confronto, eu sinto que não será fácil e custará algumas vidas.. E entre Malu ou minha vida, com certeza Malu ganha, eu não sou nada sem ela. Minha tia e meu pai estão em casa me ajudando a analisar  as últimas informações quando minha campainha toca e ao atender o porteiro me entrega uma caixinha embrulhada pra presente que ao abrir faz meu sangue gelar e meus olhos arderam, um sapatinho de bebê com os cumprimentos de Stenio, soco a parede e começo a chorar, tia Mel com os olhos arregalados está ao meu lado segurando o celular aberto na foto que só faz aumentar meu ódio, Malu sentada no colo do verme, não consigo raciocinar, ando de um lado pra outro e  minha tia tentando me consolar, não escuto mais nada, pego meu capacete e a chave e saio sem olhar pra trás, preciso pensar....
Chego na praia, desligo meu celular pois não consigo falar com ninguém agora e olhando as ondas do mar começo a pensar em tudo que tenho vivido desde o dia que vi aqueles olhos lindos na padaria e que mudaria minha vida solitária, Malu me ama eu tenho certeza, mas o por que dela estar no colo dele? Será que ele tocou nela? Só de pensar nisso o meu sangue ferve, e isso não pode me cegar agora, tenho me comunicado pouco com ela, mas as poucas vezes não houve qualquer sinal de que ela estava com ele, faço minhas contas desde a última vez que estivemos juntos no baile e posso dizer que tem todas a chances dessa criança ser minha e mesmo que não seja fruto do nosso amor, ela é parte da mulher que amo.
Nesse momento não me sinto como o Batman atrás de justiça e sim louco como o Coringa atrás de sua outra metade mais louca a Arlequina, me levanto decidido a ir atrás dela..
Chego em casa e tia Mel e meu pai me olham como se estivessem vendo um fantasma e digo:
----Está na hora....

(Concluído) O Outro lado da moedaOnde histórias criam vida. Descubra agora