(Concluído) O Outro lado da moeda

Maluquinha

"Por onde andei, enquanto você me procurava?
O que eu te dei, foi muito pouco ou quase nada. É que eu deixei,  algumas roupas penduradas.
Será que eu sei?  Que você é mesmo tudo aquilo que me faltava?”

Tenho um caso de amor eterno e complicado.
Pronto, falei!
Ou eu tenho que correr atras do busão,  ou eu tenho que correr porque ele atrasou,  ou eu fico plantada no ponto esperando.
E por incrível que pareça, sou pega no flagra em minha maratona para chegar na padaria, quando Pedro quase me mata do coração.
Seu semblante está fechado,  sem aquele sarcasmo e bom  humor com pitadas gigantescas de sexualidade exalando por ele. É como se faltasse algo ali.
Entre uma ou duas xícaras de café,  Pedro observava meu trabalho.
Tenho certeza que via meios sorrisos quando eu desviava de um mini acidente com a bandeja e quando fazia algum cliente fofineo sorrir.
Eu quase bati a cabeça na prateleira e escorreguei sem cair.
Isso tudo,  porque ele estava ali, me olhando, filmando e impactando com sua presença.
Às 9 da manhã,  Pedro se foi levando consigo toda a magia fodastica que havia elevado meu humor naquele dia pós chuva.
------Por que está tão borocrocho?
------Estou preocupada.
-----Com o Crush?
Percebendo o quanto era infundada minha preocupação, sorrio deixando pra lá.
-----Não, com meu estômago colando em minhas costas de fome.
Uma reportagem me chama a atenção.
"Parece que o "Justiceiro", atacou novamente. Um homem, acusado de estuprar a enteada, teve seu membro cortado e colocado em sua boca essa manhã.
Segundo depoimento de sua esposa, um homem apareceu dentro de sua casa, enquanto seu marido a espancava dando assim tempo dela fugir.
De longe, ela observou o homem falando algo que não ouviu e depois cortar o membro do sujeito colocando em sua própria boca.
Aa autoridades legais, dizem estar atrás do sujeito e a população apoia que medidas sejam tomadas diante essas circunstâncias."
-----E aí Jaque? Concorda ou sem corda?
-----Totalmente justo. Será que morreu?
------Se morreu foi pouco. Imagina que ordinário,  machucar uma pessoa que mora com ele? Fazia picadinho e dava para os urubus comerem.
E então sinto sua presença.
-----Malu?
-----Oi Pedro, achei que tinha ido.
------Podemos sair no sábado?  É minha folga.
------Deixe-me ver na minha agenda.
Finjo folhear algo e Pedro sorri de verdade, a primeira vez no dia.
-----Bom, aqui pro sábado, tem uma pergunta.
-----Só uma?
-----Bem depende da reposta .
----Manda brasa.
-----É que tipo,  você é policial e tal. Quando você vê algo acontecendo de errado nas ocorrências,  como se comporta?
Pedro pareceu pensar e quando achei que não responderia, ele começou a falar.
-----Eu fico muito puto da vida,  vou direto para casa e ligo um rock para evitar pensar.
-----E se tivesse alguém na sua frente tentando te entender?
----Eu pediria alguns minutos para não falar pérolas. Não se paga o mal com o mal.
-----Ok senhor CALLEGARI,  estarei te aguardando no sábado às 9 da noite, pode ser?
-----Aguardarei ansiosamente.
----Esse cara está caidinho na sua.
Diz Jaque depois que Pedro se vai.
Se um beijo me deixou nas nuvens, imagina ser atropelada literalmente por ele?
Que minha menstruação não chegue antes de domingo,  amém!
Passei a semana ansiosa, pelo encontro de sábado e o mais engraçado é que Pedro virou fumaça.
Nenhum bom dia, nenhuma mensagem de saudades,  nada.
----Quer saber? Deu de pensar nesse policial. Se ele faz isso comigo,  faz com 10. Ele parece ter disposição para ter ao menos 7 peguetes.  Uma para cada dia da semana.
Converso comigo mesma, enquanto passo álcool para limpar meu espelho.
Lento como uma lesma, o sábado chega.
Ganhei uma folga extra que deixou todos putaço.
Aproveitei para por meu barraco de cabeça para baixo e novamente para cima .
Lavando roupas e almoçando um miojo sabor tomate que por incrível que pareça, me deu uma depressão pós prato, eu capotei
Acordo as 8 e 30 em duvida se Pedro iria mesmo ou não e mesmo na duvida,  me arrumei.
Minhas roupas ainda eram de 1954, mas nada que um short ou  um vestido preto sempre básico e na moda, não resolva esse problema.
Faltando cinco minutos para as 9 horas fui para perto do fórum e foi inevitável me lembrar do beijo que Pedro e eu trocamos.
Com o velho hábito de falar sozinha,  resmungo.
-----Ele é lindo,  fofo e tesudo,  mas não se apegue e não se entregue Malu ou todos os sonhos que sonhou ate aqui irão para o ralo.
Procurando gravar essa informação na memória e para um Golf preto na minha frente.
------Oi Maluquinha,  você tem que passar seu endereço correto,  aqui não é seguro para você.
-----Acho você mais perigotoso do que as pobres ruas desertas daqui.
-----Perigotoso?
-----Perigoso e gostoso.
-----Hmmm .....Podepa cachorra.
Sorrio com seu linguajar atípico de um policial e sou convidada a entrar no carro.
Saímos em direção ao desconhecido e fomos para uma balada em Niterói.
Entramos sem dificuldades e confesso que me arrepiei com a energia mágica do lugar, com alta frequência sexual.
Fomos direto para pista de dança e devo confessar que tudo que sabia antes sobre dançar,  já não sei mais.
Pedro tem uma pegada misteriosa que te induz a querer mais.
Sua forma de segurar firme na minha barriga dançando por trás, está mexendo com meu psicológico imaginando esse pegada em que estou quase de cabeça para baixo e Pedro socando seu pau sem dó nem piedade.
-----Por que está arrepiada?
-----Esse local está me fazendo imaginar coisas.
-----Coisas?
-----Sexuais.
-----Se é assim, me de sua calcinha.
------NÃO.
Neguei sem muita convicção já que o convite para o proibido estava quase me fazendo gozar.
Pelo lado de fora do vestido, sinto a lateral da minha calcinha se rasgando e o sorriso sexy e vitorioso de Pedro em meu ouvido.
Pedro se agacha parcialmente,  colocando minha calcinha no bolso e Imagine Dragons, começa a tocar e o ritmo sensual com o homem altamente sexual estava inebriando meus sentidos.
-----Parece que alguém está excitada.
-----E espero fielmente que você como um homem da lei, resolva os meus problemas.