Maluquinha

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Malu
"Em alguns momentos,  apenas fale se for realmente de extrema necessidade."
A minha cabeça gritava mil perguntas e acusações.
Eu queria descarregar toda a raiva e angústia que passei todo esse tempo que Pedro esteve em missão.
Eu odiei cada segundo, minuto, hora e dia que ele esteve longe e eu não tinha nenhuma notícia, além da ligação da sua tia.
A minha vontade master era dar um tapa em sua cara e gritar.
------NUNCA MAIS, OLHE NA MINHA CARA.
Mas eu iria sofrer por duas vidas.
Por mais que sua postura sempre imponente dizia que estava tudo bem, seus olhos me diziam o quão perdido estava.
Eu não sei do quão fodido foi seu sonho, até porque eu mesma acordei assustada com suas mãos em meu pescoço.
Seus olhos estavam destilando ódio e sei que não era para mim.
Guardei meu medo no bolso e pulei a cama diminuindo a distância que me impedia de abraça-lo.
Em questão de segundos, algo quente e espesso toca em meu braço que enlaça suas costas.
Retiro meu braço para ver o que é e me assusto ao constatar que é sangue.
------Ai meu Deus Pedro,  seu machucado está sangrando. Deixa eu ver os pontos.
A Gaze estava toda vermelha e Pedro me indica sua caixinha de primeiro socorros.
-----Tá doendo?
Eu sei que foi uma pergunta idiota, mas nunca tive contato com tanto sangue assim antes.
------Não.
A cada passada álcool 70% Pedro retesava os músculos traindo sua negativa.
Me senti masoquista por estar gostando de causar um pouquinho de dor a ele pelo o que me fez passar.
Concluo um novo curativo e acontece algo que jamais imaginei ver.
Pedro começa a chorar!
Eu sequer consigo imaginar o que ele está passando.
Apenas o abraço em silêncio.
Talvez Pedro tenha muito a dizer e ao mesmo tempo não queira falar nada.
É o seu momento.
Seu rosto está apoiado em meu ombro e me assusta vê-lo tao vulnerável.
-----Obrigada Malu, você não sabe o quanto tudo que está acontecendo é pesado e o quanto sua presença diminui o fardo para mim.
Pedro me olha com os olhos e rosto vermelho e eu o beijo na busca incessante para calar sua dor que inevitavelmente se tornou a minha também.
É uma ligação.
Uma conexão que não sei explicar.
----Como soube que estaria aqui?
-----Eu não sabia. Apenas acordei e estava sufocante demais continuar em casa e então sai sem rumo. E esse sem rumo me trouxe até você.
------Você veio andando?
Dou de ombros sem saber o que responder.
Os dias passam como a velocidade da luz, quando tudo está dando certo.
Eu adoro dizer que Pedro é meu homem.
Ainda não escolhi em qual forma, Pedro é mais gostoso.
Pensando bem... Sem roupa me fodendo de tudo que é jeito.
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A arte do silêncio é uma dádiva.
A arte de ouvir é um milagre.
A arte de discernir é algo sobrenatural
E eu não passei na fila dessa porra.
Saio do serviço e pego o busão.
Tenho a mania de sentar na janela, por um foninho e ficar observando o que há do lado de fora, que é ora paisagem e ora catástrofe.
E foi assim que meu mundo ruiu.
Não foi nenhum horripilante assalto com direito a bala perdida e algo sobrenatural.
Nem tampouco cenas proibidas para menores de 18 anos.
Foi Pedro,  abraçado sorridente com uma morena linda diga-se de passagem sorrindo como se estivesse em casa.
Seu sorriso, aquele mesmo sorriso que me desmontava, aquele jeito despojado.
Procuro o equilíbrio no raio que me parta e por um milagre consigo chegar em casa sem debulhar em lágrimas.
Com as mãos tremendo, localizo minha chave e acerto o buraco da fechadura na terceira ou quinta tentativa.
Jogo minha mochila no sofá e caço o CD mais sofrência que pudesse foder literalmente com o meu psicológico.
Eu queria ruir o máximo do máximo que pudesse e depois ressurgir como uma fênix do pó.
Eu chorei até dormir com o som no último volume.
E acordei deitada no chão sem sequer saber onde estou,  apenas para lembrar e voltar a chorar novamente.
Queria minha mãe,  mas já tomei uma advertência por ter deixado o velho na mão sem aviso prévio.
Desligo meu telefone para não cair em tentação caso ele entrasse em contato comigo.
E eu não sei seguir daqui pra frente.
Eu juro que queria ter me refreado e não ter entrado de cabeça num relacionamento intenso com um cara tao clichê de romances.
Eu nem apostei fichas ou decidi me molhar na chuva.
Simplesmente fui atropelada pelo furacão CALLEGARI e estou pagando por uma consequência inevitavelmente.
As onze da noite estou andando pela casa como um zumbi carregando uma caneca de água intocada.
Meus cabelos estão pingando e embaraçados. Pés no chão e um pijama velho.
Traço um plano de mudar de horário até que consiga olhar para Pedro sem querer me jogar aos seus braços.
Sinto que trabalharei a vida toda de madrugada.
Eu pedi ao meu patrão para trabalhar de auxiliar do padeiro durante a noite porque estou com uns problemas pessoais e não gostaria de passar essa angustia para os clientes.
Seu Januário, compreensivo sem saber que meu problema tinha nome e sobrenome e ao menos 23 cm de pau, inventou uma função que nem existia.
Não posso dizer que estou feliz, mas pelo menos quando não estou trabalhando estou dormindo.
"Vejo Pedro de farda seguindo em minha direção batendo o cacetete carinhosamente na mão e minha calcinha molha sem saber o que vem pela frente.
Com um canivete que não tinha notado, Pedro me olha com cara de mau e rasga meu pijama me deixando apenas de calcinha.
Gemo seu nome e estou sendo devorada por sua boca esperta.
De repente minha calcinha já não existe mais e Pedro usa seu cassetete para provocar ainda mais arrepio e desejo ao meu corpo.
-----Me possua CALLEGARI.
Em momento algum Pedro sorri, mas atende meu pedido, abrindo apenas a braguilha de sua calça e me possuindo duramente.
----Apenas minha.
-----Só sua.
Pedro me fode rápido e profundamente de um jeito que parece quase rasgar meu útero e sou toda prazeres.
Carinhosamente Pedro bate com o cassetete em minha bunda após amarrar meus braços com sua algema e me sinto totalmente dominada.
-----Isso Pedro me rasga ao meio, toda tudo de mim.
Pedro continua metendo e após gozarmos diz minha frase preferida.
-----Se eu te quebrar, nunca mais conseguirei achar outra igual. "
Acordo chorando e a calcinha molhada do gozo que tive no sonho.

(Concluído) O Outro lado da moedaOnde histórias criam vida. Descubra agora