Pedro reencontros

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"Linda,
Só você me fascina.
Te desejo, muito além do prazer.
Vista meu futuro em teu corpo.
E me ama como eu amo você.
Vem, fazer diferente.
O que mais ninguém faz.
Faz parte de mim.
Me inventa outra vez.
Vem, conquistar meu mundo.
Dividir o que é seu.
Mil beijos de amor.
Em muitos lençóis.
Só eu e você.
Linda,
Conte a mim teu segredo.
Pro meu sonho.
Diga quem é você.
Livre.
Nunca mais tenha medo.
Pois quem ama tudo pode vencer" Roupa Nova, Linda
Eu descobri que na vida, há altos e baixos, declínios e curvas inesperadas.
Acontecimentos que nos pegam desprevenidos e que no final das contas denominamos aprendizado.
Ouvir a voz de Malu ao telefone, sempre tem o poder de me transportar para um mundo dos sonhos.
Eu não sabia que havia ultrassonografia marcada para o dia de hoje e a última que assisti foi do meu irmão Juninho a séculos atrás.
Meu pai tem um verdadeiro legado com seu nome,  o Júnior e o neto.
Vejo Malu se aproximar sorrindo e decido sair do carro e abrir a porta para ela.
Nossas mãos entram em contato e da um pequeno choque, como uma reconexão.
Vejo a imagem refletida no monitor e tenho um verdadeiro choque da realidade.
Eu vou ser pai e descubro que quero muito isso.
Demais mesmo.
Minha maluquinha  está verdadeiramente de volta, chegamos em casa e eu solto seu cabelo massageando a raiz.
Malu solta um gemido em apreciação que tem contato direto com meu pau, mas minha necessidade não é urgência agora.
Fecho a porta e vou tirando sua roupa no caminho para o banheiro.
----Já vamos pôr fogo no parquinho?
----Já mas vamos cuidar dos meus tesouros primeiro.
----Eu amo você demais Pedro nunca se esqueça disso.
Limpo uma lágrima solitária de seu rosto e ligo o chuveiro.
Fico de cueca como um lembrete a mim mesmo de que é para cuidar dela primeiro e entramos juntos.
Lavo seus cabelos longos e depois pego uma esponja com o sabonete e lavo cada canto de seu corpo.
Fico de joelhos e lavo sua barriga me demorando nela.
Olho para Malu e seu rosto está extasiado de felicidade.
Dou um beijo em sua barriga e sinto um chute que me deixa literalmente sem palavras.
Lavo suas coxas e esfrego suas panturrilhas massageando.
Os quilinhos a mais devem fazer as pernas doerem mesmo que ela nunca tenha reclamado.
Saio molhado do box e pego as toalhas no armarinho.
Seco-me rapidamente enquanto Malu curte a água quente um pouco mais em seus ombros.
Desligo a ducha e ocupo-me secando seu corpo como se eu tivesse vendo ele pela primeira vez.
-----Eu amo você minha maluquinha.
Dito isso a beijo com paixão e amor, procurando esquecer todos os fantasmas que rondaram minha cabeça.
Maluquinha é sem dúvida, a grávida mais linda do mundo inteiro.
Malu deita de barriga pra cima na ponta da cama e eu volto a me ajoelhar me reconectando também com o seu corpo.
Chupo seu clitóris e seus gemidos e como a música mais suave e perfeita para o meu mundo.
Sua carne está sensível e úmida.
-----Eu quero você Pedro,  não prolongue ainda mais o inevitável.
Sorrio enquanto me levanto e Malu se ajeita melhor na cama.
Deito-me por cima dela e Malu cruza suas pernas em minhas costas.
-----Se doer me avise.
-----Satisfação e prazer meu amor agora mete logo ou vou te estuprar.
Sorrio com sua declaração,  minha maluquinha tá de volta.
Enfio meu membro com calma.
Tenho medo de machuca-la e também nosso bebê que está lindo.
Sugo seu seio enquanto posso e Malu arqueia as costas em tesão formando um O imenso em sua boca.
-----Puta que me pariu me avisa que estou sujeita a ter um enfarto orgástico.
----Eu tenho certeza que isso não existe.
Volto a meter um pouco mais rápido dessa vez, eu sinto que estou perdendo o controle, mas Malu está gozando novamente arranhando minhas costas.
Grudo nossas bocas guardando nossos gemidos dentro do nosso quarto.
Malu inicia a segunda rodada de ladinho e tudo é muito intenso e logo ela está cochilando.
Aqueles sentimentos sufocante da perda não existe mais, porém a cena em que ela defendia um bandido e eu fiquei como vilão me deixou de presente a insegurança.
Malu sempre dizia que éramos Coringa e Alerquina e eu fiquei com medo de isso ter me tornado um louco em busca de vingança.
Não vou ser hipócrita e dizer que não me dói porque estaria mentindo.
Ainda hoje não consegui sentar e pôr as claras, tendo em vista que é algo recente.
Amanhã, meu sobrinho faz dois meses e Malu já está com cinco meses de gestação.
É algo muito louco, não esperava ser pai assim no meio de uma guerra.
Minha mente me prega uma peça me enviando de volta ao dia do tiroteio e os acontecimentos que veio na sequência.
Começo as pensar em quando encontrei minha irmã, minha mãe e Malu na linha de frente do Stenio, das palavras dele, dos olhares de medo que a Malu me deferia, dos tiros efetuados, dos homens que morreram por uma causa que não era deles, do meu pai enfrentando o Stenio, do medo de perder algum dos meus, o milagre do nascimento do meu sobrinho que mesmo no meio da guerra e do medo trouxe uma alegria e emoção a todos. Dias depois do resgate ainda contabilizavamos as perdas que não foram poucas pra ambos os lados e os ganhos, pois com a morte do Stenio talvez momentaneamente conseguimos “pacificar a comunidade”, e a polícia está no comando agora, tentando trazer mais segurança e paz aos moradores, ilusão pensar que o tráfico acabou com seu comandante mas até terem um novo líder poderíamos respirar um pouco, a guerra nunca acaba, só encontra novos motivos pra recomeçar.
Nada foi em vão, tudo o  que ocorreu tinha um propósito tenho certeza hoje, mudou a visão que eu tinha da vida, a morte do meu inimigo e seu pedido de perdão no final, me fez enxergar que  a moeda tem dois lados assim como nós, ninguém é cem por cento bom e nem cem por cento mal, cabe a nós enxergar esses lados, e ver qual daremos maior porcentagem, repensei sobre ser justiceiro, ainda não contei pra Malu mas tenho certeza que logo ela irá questionar, afinal ela escutou o Stenio contar todos meus atos e não terei como negar. A justiça deve ser feita sempre, mas não quero mais manchar no nas mãos mesmo que seja por uma causa justa, tenho medo agora pelos meus, pois assim como Stenio sabia dos meus passos outros podem sabem e não pretendo colocar Malu e meu filho novamente na mira deles, eles são meu ponto fraco.
Estou nos meus devaneios, tentando colocar a cabeça no lugar quando escuto Malu me chamar:
-----Pedro, cadê você?
-----Já estou indo Maluquinha...
Será que ela irá querer conversar agora? Tenho medo mas tenho que enfrentar.
Levanto e sigo pro quarto, chegando lá vejo ela linda com a cara de pós foda, amo essa carinha...
Ela bate do lado da cama me convidando pra sentar, pelo semblante dela vejo que e hora de contar toda a verdade, que Deus me de coragem.

(Concluído) O Outro lado da moedaOnde histórias criam vida. Descubra agora