••Capítulo 07••

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F3110 não tinha aberto os olhos novamente depois do que se passou mais cedo. Enquanto o médico fazia algumas análises para termos a certeza que ele estava bem, o pequeno continuava encolhido e de olhos fechados.

Eu queria abraça-lo e dizer que tudo ficaria bem, mas a verdade é que não poderia mentir. Eu não sabia se tudo se resolveria, nem se um dia ele iria voltar para casa, minha única certeza era que eu me sentia conectado a ele a cada novo segundo em que permanecíamos lado a lado no consultório médico.

—Bem, não observei nada de anormal no ferimento. Você seria um bom médico, Way, só precisa se acostumar com as agulhas agora.

O médico de cabelos grisalhos e rosto enrugado tinha me consultado mais cedo, após meu desmaio. Ele sorriu ao falar a última parte e novamente me senti uma vergonha por ter um medo tão fodido daqueles objetos pontudos.

Depois que a consulta terminou, Brendon contactou a equipe de apoio outra vez, para levarem aquela criaturinha medrosa até o subsolo. Meu estômago revirou ao imaginar que ele ficaria sozinho lá, e mesmo eu gostando disso para mim, não estava certo se ele também gostava de ficar isolado.

Uma loira se aproximou de nós, com algo em suas mãos, algo escondido, e só depois percebi que iriam seda-lo para leva-lo de volta ao seus "aposentos" no qual eu preferia chamar de prisão.

—O que vão fazer?

—Gerard, você já fez bastante coisa por hoje. Temos que sedar F3110 e leva-lo de volta ao subsolo, para a segurança de todos aqui.

—Não precisam de sedativos para isso, eu me responsabilizo por ele.

Não queria provocar mais machucados naquele corpo pequeno. Eu era responsável por ele porque tinha feito uma promessa, e os Ways nunca quebram suas promessas.

—Seu amigo adora agulhas, se você quer saber.

Me virei para a loira que tinha dito aquilo, minha expressão com certeza era de pânico. Como alguém pode gostar dessas coisas furando a própria pele? Argh!

—Ele sempre sorri quando aplico algum medicamento em suas veias, relaxe.

Me senti um tanto... enciumado? não sei, mas me senti trocado por saber que meu pequeno protegido sorria para aquela loira sem sal e para mim não. Talvez ele gostasse do que via nela, e não necessariamente das agulhas. Odiei admitir aquilo para mim mesmo, mas ela era linda.

—Vamos lá, pequeno.

Vi a mulher se aproximar de F3110 e podia dizer que fiquei estressado pelo modo como ela o chamou. Aquele maldito apelido era meu, eu que o chamava assim, o que ela pensava que estava fazendo afinal?

A agulha foi posicionada perto da pele branquinha do alienígena, enquanto ele abria os olhinhos âmbar para ver a cena na qual eu estava me segurando para não desmaiar outra vez.

Estava puxando a barra da camisa com tanta força que poderia tê-la rasgado se aquela coisa não tivesse acabado logo. E a loira estava certa, vimos um sorriso tímido aparecer em seu rostinho delicado enquanto a agulha entrava e deixada o líquido amarelo em seu corpo.

Você é corajoso, pequeno.

Não demorou mais que três minutos até que ele ficasse sonolento e começasse a encostar a cabeça no próprio ombro. Após terem a certeza de que o sedativo estava fazendo efeito, colocaram-no em uma maca e o levaram até a porta de saída. Olhei para seu rosto por uma última vez naquele dia e pude ter a certeza de que teria bons sonhos durante a noite. Eu havia visto um pequeno anjinho dormindo.

Finalmente consegui ir até minha sala e parar para pensar em tudo que havia acontecido naquele dia. Era por volta de três da tarde quando Lindsey apareceu na minha sala com comida e lembro que sua expressão estava séria.

Famous Last Words ||Frerard||Onde histórias criam vida. Descubra agora