—... então, Frank, foi basicamente isso que planejamos para te tirar de lá.
Depois de quase uma hora com Lindsey explicando calmamente sobre nosso plano, já estávamos na rodovia que dava acesso a cidade de meus pais. A viajem até lá costumava durar uma hora e meia, mas por conta da pressa causada pela fulga, chegaríamos em menos tempo. Frank estava mais atento a paisagem ao seu redor e ao cachorro em seu colo do que as palavras que ecoavam. E era totalmente compreensível, ele nunca havia visto o mundo tão de perto como naquele momento.
O plano era: deixar Sammy com meus pais usando a desculpa que iria viajar a trabalho com Lindsey. Não podíamos deixar que vissem Frank, por isso, não entraríamos em casa. Depois, seguiríamos viajem para Ohio, onde o pai dela/antigo professor da faculdade de engenharia Aeroespacial nos ajudaria com o resto, se ela conseguisse convence-lo a fazer isso por nós.
—Alguma dúvida, Frank?
—Sim. E se ele não ajudar?
—Daremos outro jeito.
Olhei para ela como quem dizia: Não minta para ele, não temos um plano B. E o olhar foi retribuído como: Eu sei o que estou fazendo, apenas dirija. E foi o que fiz, foquei minha atenção na estrada e em poucos minutos estava estacionando o carro na frente da casa de meus pais. Passei as mãos no rosto e respirei fundo antes de desafivelar o cinto e descer do carro.
—Frank, eu sinto muito, mas o Sammy vai ter que ficar aqui.
—Porque Gee? Eu gostei tanto dele... por favor, me deixa ficar abraçando ele mais um pouco.
—Eu adoraria fazer isso, mas não podemos ficar com ele agora. É arriscado demais, ele exige cuidados e não vamos ter tempo ou cabeça para isso.
—Mas Gee... não é justo. Ele quer ficar, eu sei.
—A Terra não é justa, pequeno. Agora me dê ele aqui, por favor.
—Não! Ele não quer ir!
—Frank... não dificulte as coisas.
—Gerard, não faça com Sammy o mesmo que fez comigo antes. Não vou deixar você abandoná-lo aqui.
Depois de escutar aquilo, qualquer um que estivesse ao meu redor poderia ouvir o barulho emitido pelo meu coração se quebrando em alguns milhares de pedaços. Frank não havia me perdoado pela outra vez, nem por essa e talvez, nunca perdoaria. E mesmo sabendo que ele não tinha culpa de nada, eu me chateei. Não bastava o fato de estar arriscando minha vida apenas para salvar a dele? Senti algumas lágrimas começarem a molhar meus olhos mas as enxuguei rapidamente, não tinha tempo para ser fraco.
—Gee, você está ch....
—Não! Lindsey, faça algo. Eu desisto de tentar separar os dois e estamos ficando sem tempo.
Dei as costas para Frank e andei alguns passos para frente, ficando bem próximo a porta. Ouvi a voz de Lindsey tentando o convencer que estava tudo bem em deixar o Sammy ali, porque meus pais cuidariam dele. Mas tudo foi interrompido quando escutei a voz de Mikey vindo em minha direção.
—Gerard? O que veio fazer aqui?
Olhei para ele e vi a mesma figura alta e magra de sempre. Com uma mochila nas costas e um dos braços ao redor da cintura de Kristin, que sorria gentilmente para mim, meu irmão me olhava confuso, assim como Lindsey me olhava apavorada.
—Hey Mikey, eu preciso de um favor seu e da mãe.
—Ela não está em casa agora, acho que foi em alguma consulta médica com o pai.
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Famous Last Words ||Frerard||
Fanfiction"Nothing you can say can stop me going home" A Nasa, uma agência do Governo Federal dos Estados Unidos responsável por pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e programas de exploração espacial, mantém um alienígena em cativeiro. Em meio a todos o...