A viajem até Ohio não demorou para terminar, mas o silêncio que se estabeleceu dentro do pequeno carro preto era desconfortável até mesmo para Lindsey, que estava se afundando em duvidas e confusões sobre a cena que encontrou naquele banheiro sujo de restaurante à beira da estrada.
Toda vez que a morena fechava seus olhos, conseguia rever a cena deprimente de Frank saindo daquele cubículo, com seus olhos vermelhos e molhados. Sua expressão era a pior possível, e por breves segundos, coisas ruins se passaram pela mente da garota. O que teria acontecido lá dentro?
—Mas que demora! O que estavam fazendo lá dentro e... Frank? o que houve?
O alienígena não conseguia lhe responder, e tudo que fez foi jogar-se em seus braços enquanto tentava segurar as lágrimas, sem muito sucesso. A umidade dos olhos dele havia chegado a blusa azul da mulher e demoraria para secar caso ele não se acalmasse, mas ela não se importava com aquilo.
Mesmo conhecendo aquela criatura a pouco tempo, sentia apreço por ela. Frank, junto com seu jeito doce e indefeso de ser, faziam o coração materno de Lindsey vibrar sempre que olhava para o garoto. Ela adorava conversar com ele e responder as suas perguntas, por mais bobas e complicadas que elas fossem.
E era justamente por aquele motivo que ela faria qualquer coisa para ajudá-lo no retorno para casa. Ele era precioso demais para aquele planeta tão cruel onde viviam, e ela sabia o quanto isso era perigoso para toda a sua bondade e inocência. Se aquele alienígena passasse mais algum tempo convivendo com os seres humanos, se tornaria tão fútil e cruel como eles.
—Frank, o que aconteceu?
A morena não obteve resposta, a não ser mais algumas gotas de lágrimas rebeldes seguidas por alguns soluços abafados. Percebeu que aquele não era um bom momento para conversas, e muito menos um bom lugar. Com paciência, levantou o rosto de Frank, e enquanto enxugava o rosto do menor, tentava acalma-lo dizendo que tudo estava bem.
—Frank, vamos pro carro? Lá podemos falar sobre isso ou apenas tentar se acalmar.
—Lind...
—Shhhh, querido, não precisa falar nada agora. Vai ficar tudo bem, eu prometo. Vá para o carro enquanto eu chamo Gerard para irmos embora daqui e resolvermos isso.
A morena soube que estava mentindo quando, depois que Frank lhe obedeceu, escutou barulhos horríveis vindos do banheiro. Alguém, possivelmente Gerard, estava destruindo o espelho a socos enquanto choramingava algo incoerente demais para ser entendido.
Era realmente quem ela imaginava. O astrônomo chorava e socava o objeto preso na parede, sem ao menos perceber a presença dela ali. Havia sangue saindo de suas mãos e seus fios longos de cabelo grudavam no rosto avermelhado por conta de todas as lágrimas.
—Gerard, pare com isso!
Ele não lhe ouvia ou prestava atenção nela. Toda a raiva que sentia foi capaz de cega-lo momentaneamente, e suas ações só foram cessadas quando a morena se obrigou a abraça-lo, usando bastante força para que seu movimento fosse percebido daquela vez.
Há tempos Lindsey alimentava um forte sentimento por Gerard, mas sabia que não era algo recíproco. E em meio a toda aquela amizade ocasionada pelo mesmo propósito de ajudar Frank, ela sabia que ter o astrônomo para si era algo impossível, pelo menos naquele momento. Mas ela decidiu que, se não pudessem ser um casal, poderiam ser bons amigos até que tudo em seu coração se acalmasse.
E dentro daquele abraço desesperado, não havia nada além de afeto e proteção. Por mais que tivesse "sonhado" com aquele momento em muitas noites, o que se passava em sua cabeça eram formas e mais formas e resolver a situação. Mas como faria aquilo se ao menos sabia que havia acontecido?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Famous Last Words ||Frerard||
Fanfiction"Nothing you can say can stop me going home" A Nasa, uma agência do Governo Federal dos Estados Unidos responsável por pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e programas de exploração espacial, mantém um alienígena em cativeiro. Em meio a todos o...