Não fazia à mínima ideia de onde estava quando acordei, as únicas coisas que sentia eram: meu corpo todo dormente e as luzes fortes e brancas no teto machucando minha visão. Fora isso, eu estava completamente alheio ao mundo real.Fiz esforços depois de alguns minutos e consegui me sentar sob a cama onde fiquei deitado, estava na sala de Brendon? Esfreguei a palma das mãos nos olhos e dei mais uma olhada ao redor. Sim, eu ainda estava lá.
Só então consegui me lembrar das agulhas e de ter desmaiado. Levei as mãos até os cabelos a fim de tirá-los do meu rosto, enquanto pensava na vergonha que deve ter sido um homem do meu tamanho e idade apagando por causa de agulhas minúsculas-não tão pequenas assim, mas vocês me entenderam.
Ao lado de mim, havia uma maca vazia. Era onde F3110 estava deitado antes do acontecido. Me perguntei para onde haviam levado ele novamente, com certeza o subsolo, mas como foi possível eu ter ficado tanto tempo desacordado? Era insano demais para mim.
Escutei um ruído, algo caindo no chão, não caindo exatamente, sendo derrubado. Percorri meus olhos pela sala até encontrar aqueles pezinhos nanicos, tremendo como sempre.
Sorri ao perceber que ele estava lá. Estávamos sozinhos e acordados. Tive que conter minha vontade de ir até ele porque isso o assustaria, sem dúvidas.
—Hey, está tudo bem.
Falei vendo seus pés ainda tremendo, provavelmente com medo por ter quebrado aquele frasco de vidro. Como sempre, tinha a certeza que ele não entenderia nenhuma palavra do que eu dizia, por isso me esforçava para soar o mais doce possível.
—Você está bem? Quer ajuda pra levantar?
Me ajeitei na maca enquanto procurava por algum sinal do pequeno, mas ele se encolhia cada vez mais. Pensei seriamente na possibilidade de voltar para minha posição inicial para não incomoda-lo, mas escutei um barulho, como um gemido de dor.
Levantei e corri até onde ele estava e vi, novamente, aquele pequeno corpo encolhido se tremer todo. Teria ficado observando seu rosto outra vez, não fosse pelo sangue que havia no chão. Ele havia se cortado com o vidro quebrado e agora seu braço estava sangrando.
—Oh Deus, espera, deixa eu te ajudar...
Tentei me aproximar pude ver ele cerrar os olhos e se esconder mais ainda. Recuei e fui até o armário onde sabia que Brendon guardava coisas como esparadrapo e gazes. Peguei um kit de primeiros socorros perdido entre os milhares de sacos com luvas e voltei até o local onde o alienígena estava.
—Eu sei que está com medo, mas precisamos cuidar disso logo, okay?
Me ajoelhei ao seu lado, ignorando o sangue que sujava minha roupa. Peguei algo que servisse para limpar o local do machucado e estendi o braço até ele, que abriu os olhos de forma receosa, observando meus movimentos.
—Eu prometo não machucar você.
Dei um sorriso, o maior que me lembro de ja ter dado, quando percebi ele levantar a cabeça para me olhar. Pude ver seus olhos pela primeira vez desde que ele havia chegado ali.
Eram um tom esverdeado com alguns traços cor de mel. Pela segunda vez no dia, o pequeno F3110 tinha me feito perder o ar por alguns segundos. Mesmo com o medo que ele sentia, pude ver que seus olhos brilhavam.
Percebi que minha expressão ainda era de admiração pela beleza de seus olhos, então dei mais um sorriso, tentando ser amigável o suficiente para que ele me deixasse ajudar.
Vi aquele pequeno braço machucado ser estendido até mim de forma cautelosa, mas ainda sim, esperançosa. Calmamente, segurei seu braço e pude sentir sua pele macia e quentinha pela primeira vez. E mais um sorriso saiu de mim.
—Temos que limpar isso, passar alguns remédios e fazer um curativo. Okay?
Olhei em seus olhos mais uma vez e percebi que ele me encarava sem demonstrar expressão nenhuma. Apenas me olhava e eu juro que por um segundo, pude ver todo o universo dentro daqueles olhos âmbar.
Passei uma gaze por seu braço e logo a cor branca foi tomada pelo vermelho vívido de seu sangue. Escutei mais um gemido quando comecei a aplicar remédios na área machucada mas não podia parar. Se não cuidasse, aquele corte se tornaria sério.
—Estou quase terminando.
Fiz um curativo ao redor de seu braço e quando terminei, parei de toca-lo e comecei a limpar minhas mãos com outra gaze. Sentia seus olhos incrivelmente grandes sobre mim e logo o encarei de volta.
—Esta doendo muito?
Ele apenas me olhava, e isso foi suficiente para me sentir bem por ter conseguido sua "confiança" de alguma forma.
—Você é de falar muito, não é?
Falei num tom de brincadeira sem esperar nenhuma resposta, mas para minha supresa ele balançou a cabeça negativamente. Vi a expressão de uma criança agradecida em seu rosto mas tudo que me vinha na mente naquela hora era o fato dele ter me entendido.
—Você me entendeu?
Seus olhos foram em direção a porta que havia sido aberta. Virei a cabeça para ver Brendon e Lindsey entrarem, ela estava visivelmente preocupada e ele parecia tentar acalma-lá.
—Arthur!
Escutei seu grito feminino ecoar pela sala e segundos depois seus braços estavam envoltos em meu pescoço, quase tomando todo meu ar.
—Meu deus, como você está? E... o que?
Vi sua expressão congelar ao perceber a pequena criatura atrás de mim, novamente encolhida, tremendo com seus olhos fechados.
Droga, Lindsey!
—Ele se machucou, precisei fazer um curativo.
Brendon correu até nós, levantando Lindsey e olhando o chão ao nosso redor. Sua mão foi estendida a mim e me levantei com esse auxílio.
—Como isso aconteceu Gerard?
—Não sei, estava deitado quando escutei algo caindo no chão e quando percebi ele estava sangrando... Alguma das vidrarias caiu.
Essa foi a vez de Brendon ficar preocupado com o ocorrido. Lindsey começou a falar no telefone, chamando uma parte de nossa equipe para levá-lo de volta ao subsolo.
—Antes temos que verificar se está mesmo tudo bem com ele, se o machucado não vai piorar.
—Você está certo, Gerard. Vou chamar um médico do outro setor para examinar isso, enquanto você vai se limpar.
Olhei para minha calça, que mesmo sendo preta, tinha manchas escuras do sangue que estava no chão.
—Não posso ficar aqui?
—Porque?
Porque eu quero proteger essa coisinha pequena que vocês insistem em tratar como um nada, querido Brendon.
—Não sei, acho que...
—Tudo bem. Acho que ele confia em você, afinal, você fez um curativo nele, certo? As únicas vezes que consegui o tocar foi quando ele estava sedado... talvez você possa ajudar o médico a examina-lo.
Sorri ao escutar aquilo. Sim, de alguma forma F3110 confiava em mim, e até entendeu o que eu falei. Não podia contar isso a Brendon, por motivos óbvios: eles fariam um inferno para que o pequeno falasse e não queria ser eu o causador do fim de sua paz-não que ele tivesse alguma enquanto estava ali.
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—Oii meus bebês, tudo bem?
—Como prometido, postei capitulo novo quase todos os dias nessa primeira semana, então a partir de agora só postarei nas Segundas, quartas e sextas-feiras.
—Ta tudo uma correria por conta das provas, então acabei escrevendo esse capitulo meio as pressas... SORRY :/
—Eu amo o Fronk Panelero, é isto.
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Famous Last Words ||Frerard||
Fanfic"Nothing you can say can stop me going home" A Nasa, uma agência do Governo Federal dos Estados Unidos responsável por pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e programas de exploração espacial, mantém um alienígena em cativeiro. Em meio a todos o...