••Capítulo 17••

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O fim de semana não poderia ter sido pior, pelo menos para mim, porque Brendon nunca pareceu mais feliz. As coisas começaram a dar errado no caminho quando ele não calou a boca um instante sequer. Sammy e eu adorávamos viajar escutando nossas músicas e cantando em tons desafinados, mas Brendon atrapalhou nossa única diversão enquanto falava sobre sua família ou outras coisas sem muita importância. Era legal vê-lo feliz, mas era irritante o jeito como eu me sentia mal por estar levando ele num almoço de família.

A segunda coisa que deu errado foi o fato de minha mãe pensar que eu falei dele na ligação de ontem. Porque diabos eu estaria apaixonado por Brendon? Ele não fazia meu tipo! E quando pensei nisso, encontrei a resposta de que eu tanto fugi: sim, eu estava apaixonado por Frank. Não sabia se era amor, mas poderia ser.

O terceiro desastre do dia foi a reação do meu pai ao ver Brendon, ele o adorou. Essa era a coisa mais absurda que aconteceu comigo em anos (estranho alguém que fica com um alienígena dizer isso, não? Mas acreditem em mim, Donald nunca gostou de Bert, então porque gostaria de Brendon?)

—Seu amigo é um ótimo rapaz Gerard! Deveria ter nos apresentado ele antes.

—Donald, por mais que eu concorde com você, não apresse as coisas com os garotos okay?

—Não era você que estava reclamando por querer ser avó logo? estou te ajudando.

E como naquelas cenas de filme, cuspi meu suco todo na cara de Mikey. Ele teria ficado com ódio de mim, se não estivesse preocupado demais por meu rosto vermelho.

—Gerard, respira! Quer ir ao médico?

—Não, estou bem.

—Filho, não precisa ficar nervoso! Sabemos que você é gay e te apoiamos nisso, além do mais, a namorada do seu irmão também sabe, ela não é cega.

Senti meu sangue ferver dentro das veias e jurei que se Donald não fosse meu pai, eu daria alguns socos na cara dele.

—Primeiramente, eu sou bissexual. Segundamente, Brendon não é gay, então aquietem a porra da vontade de vocês de me verem com alguém okay? E por fim, vou pro meu quarto me limpar. Bom apetite e foi bom te conhecer, Kristin, espero que você e Mikey possam dar muitas crianças a essa família desesperada.

Levantei da mesa às pressas, vendo a expressão de desaprovação dos meus pais. Mas o que eu poderia fazer? Aquilo era a gota da água! Eu estava cansado de tanta pressão sobre mim, qual o problema de ficar solteiro? Eu não precisava de ninguém ao meu lado pra ser feliz! Quer dizer, até precisava de Frank, mas isso era outra história.

Depois de tirar minha blusa e a jogar dentro do banheiro, me joguei na cama, ignorando qualquer outra coisa que não fossem as doces lembranças de quando eu tinha Frank comigo.
Estava perto de adormecer quando alguém bateu na porta do meu quarto, instintivamente gritei para voltarem depois, mas fui ignorado e logo Brendon entrou.

—Hey Gee, tudo bem?

Seus olhos foram diretamente para meu corpo exposto pela falta da camisa e me senti envergonhado. Me ajeitei na cama, desconfortavelmente o fazendo olhar para mim por um segundo.

—Bem não é a palavra certa pra isso, mas estou legal. Sinto muito pelo que meus pais falaram.

—Não tem problema Gerard. E, só pra você saber, eu sou gay.

—Sério? Desculpa, eu não fazia ideia.

—Tudo bem, não se desculpe por isso.

—Eu sinto muito por te colocar nessa situação.

—Não sinta, eu achei divertido. E acredite em mim, aconteceria o mesmo se você fosse na casa dos meus pais.

—E você acharia isso divertido? Porque eu não achei nenhum pouco.

Famous Last Words ||Frerard||Onde histórias criam vida. Descubra agora