Entrevistando Gerações - Personagens

Entrevista com Lucy [EES]

Obra: 13 Dias Com Lucy
Gênero: Romance
Autor(a): o_dudus
Personagem: Lucy
Atuação: Protagonista

Lucy, tem um câncer maligno chamado osteossarcoma, por conta disso se muda de cidade para fazer o tratamento. Gosta da banda Kodaline, aredita no amor e na força dele.

Agora que a conhecemos um pouco, vamos a nossa entrevista.

Olá Lucy, como se sente sendo entrevistada pela primeira vez?

Muito feliz. Eu nunca fui entrevistada por uma profissional, só por professores e uma rádio quando eu era bem jovem.

Como está sendo ter um espaço para falar de você além da telinha do seu autor?

Muito bom, é uma experiência única.

E quais costumavam ser os assuntos dessas suas entrevistas na rádio e com os professores?

Eu amo as aulas de biologia e química, sempre me interessei antes de estudar essas matérias na escola, então pesquisei em casa, meus pais são muito amorosos, sempre desejaram que eu estudasse bastante. Um dia, falei para minha professora sobre minhas pesquisas e ela ficou encantada, fez algumas perguntas para mim e colocou no jornalzinho da escola. Um cara de uma rádio fez uma entrevista parecida quando era muito pequena, nem lembro direito. Mas eu sinto que essas situações queriam me mostrar alguma coisa, que todos nós temos dons e defeitos, só precisamos encontrar o dom e aumentar, o defeito a gente conserta depois.

Uau, que criança engenhosa você era! E como é sua relação com essas matérias atualmente, ainda as ama?

Então, química é minha querida pedra no sapato. Biologia eu ainda gosto, mesmo tendo algumas provas difíceis e tal. No passado meus professores me perguntavam qual seriam minha profissão do futuro, hoje eles perguntam se eu estou bem, como eu tenho um câncer a única preocupação é com o tratamento e a esperança.

Como você se sentiu quando descobriu que tinha osteossarcoma? Quais pensamentos passaram pela sua cabeça?

Foi horrível viu? Eu tinha 12 anos. Meu pai tentou ficar forte com tudo aquilo, mas minha mãe não conseguiu esconder a preocupação... o medo. Eu cresci fazendo tratamento e até hoje o sentimento de medo me persegue.

E como anda o tratamento? Não há como esse câncer ir dar uma volta (e de preferência nunca mais voltar)?

Tomara (risos). O câncer está bem cruel, cada dia eu tenho mais medo. Meus amigos e pais me ajudam, mas mesmo assim...

Como é sua relação com os seus amigos?

Eu não tenho muitos. A minha melhor amiga se chama Clara e eu tenho um amigo-crush, o Edmundo. Fiquei com um pouco de vergonha de contar para eles sobre minha doença, mas quando contei para a Clara ela disse que ia me apoiar e que eu podia contar com ela para tudo.

O que significa a amizade para você?

Eu não sou amiga apenas dos meus colegas ou professores, mas dos meus pais também. Amizade é confiança, amor. Eu amo muito meus amigos e confio neles.

Qual é a sua lembrança mais valiosa?

Eu tenho algumas. Lembro de quando eu era criança e sinto muito saudades. Eu sempre brincava atrás de casa, fazia casinha, era eu e minhas bonecas. Muito divertido.

Qual é a lembrança mais dolorosa?

Sem dúvidas, descobrir que tenho um câncer. Depois disso passei por vários preconceitos, alguns me rejeitavam por causa do meu problema.

Como você lidou com essa rejeição?

Aconteceu quando estava na minha antiga escola, eles me zoavam, eu não sabia como lidar então fui grossa. Hoje ainda passo um pouco de rejeição, mas tenho ignorar ou não levar para o coração.

Conheceu outras pessoas na mesma situação que você?

Pessoalmente não, eu já procurei na internet, mas tenho um pouco de medo de conversar com estranho pela internet.

Quais seus objetivos na vida?

Quando conheci o Edmundo foi amor a primeira vista. Eu já sonho com o dia do casamento, mas antes quero me curar do câncer.

Como se imagina daqui cinco anos?

Difícil responder. Estou em uma fase muito difícil com o câncer, as  estão esperanças diminuindo.

Quem teve a maior influência sobre você?

Certamente meus pais, eles sempre me apoiam e ajudam no tratamento. Não sei o que seria de mim sem eles.

Você acredita em almas gêmeas e/ou amor verdadeiro?

Sim. O amor quando é verdadeiro, não acaba, ele tem força. Se alguém quiser mudar por causa do amor ele consegue.

O que acha do seu escritor?

Um fofo. Que infelizmente me deixou parada no tempo (o bonitão está de bloqueio criativo) mas eu amo ele, minha vida não é das melhores mas gosto da minha escola e de todos.

Se você pudesse mudar algo na sua história, o que mudaria?

Tiraria minha doença e espalharia mais amor no mundo.

Tem algo para pedir ou dizer a ele?

Eu quero um final feliz com o Edmundo, e desejo tudo de bom para ele, espero realmente que ele saia do bloqueio.

E para finalizar, que tal deixar uma mensagem para os escritores e leitores que estão lendo sua entrevista?

Leitores, não deixem de ler o livrinho, vocês merecem saber o final da história. Autores, continuem a história, os leitores merecem e os personagens também.

Entrevista finalizada, muito obrigada por participar do EGP!

Eu que agradeço pela oportunidade.

Entrevista publicada: 11/11/2018