Frida tem 17 anos e jura que sua vida é um inferno (e de fato é), mas ela é preguiçosa demais pra mover um dedo sequer pra mudar isso. Não que ela seja má, ranzinza ou reclamona, ela só está bem em sua zona de conforto onde bolos de nozes, chás de h...
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"Insira aqui um número decimal. Essa será a numeração dessa postagem, já que eu parei de contar. Vocês já pararam pra pensar sobre como o amor é traiçoeiro? Sobre como uma pessoa pode ir dormir certa de que conhece esse sentimento a fundo, certa de que as borboletas dentro dela estão -finalmente- vivas, e acordar no dia seguinte sentindo o peso de estar vazia novamente? Sentindo. O. Peso. Do. Vazio. É como estou agora. E não sei nem porquê."
Leio e releio a publicação umas dez vezes antes de postar, com medo de que Zac leia, com medo de que alguém possa interpretar errado. Porque eu não estou vazia. Ou estou?
- Você não vai a aula, meu bem? - Sandy entra sem bater, me fazendo pular da cadeira. - Vou. - Digo enquanto fecho o MacBook e o coloco na mochila. - Papai está lá embaixo? - Sim, te esperando pro café da manhã. - Desço em um minuto.
Desde que comprei outra mochila de rodinhas, a vida ficou mais fácil, mas as vezes sinto como se eu não fosse mais a Frida que usa mochila de rodinhas, como se eu fosse a que usa mochilas estilosas e salto alto na escola. E não gosto muito dessa Frida.
- Bom dia. - Meu pai diz ao me ver descendo as escadas. - Bom dia. - Deixo um beijo em sua bochecha e me sento na mesa ao seu lado. Nunca percebi o quanto essa mesa é grande pra uma casa onde moram duas pessoas. Se bem que tudo nessa casa é grande demais pra duas pessoas. - Tem alguma coisa errada? - Não, por que? - Está distraída. - Ele bebe um gole do café. e estica o jornal, virando a página. - Essa mesa é muito grande. - Dou de ombros e começo a comer minhas panquecas de morango com mel. Sandy as prepara muito bem, mas eu sinto falta da comida da minha mãe. - Está incomoda com a mesa? - Ele franze as sobrancelhas. - Essa casa é muito grande, eu só estou levando tempo demais pra me acostumar. - Está aqui a quase um mês e é a primeira vez que te ouço falar disso. Está tudo bem? - Meu pai abaixa o jornal e me direciona um olhar atencioso enquanto coloca sua mão em cima da minha. - Acho que quero ir pra casa. - Você está em casa. - Quero ir pra casa em Harvey.
As últimas palavras são quase um sussurro, já que não sei como será a reação de Michael.
- Aconteceu alguma coisa? - Não! - Respondo rápido. - É só que... - Respiro fundo. - Eu amo esse lugar. Amo o Sandy, meu quarto, a piscina, mas...eu quero a minha casa. Minha mãe.
Sem saber porque, meus olhos enchem de lágrimas.
- Está tudo bem, querida. Pode fazer as malas hoje. Mas espero que volte. - Todo fim de semana, eu prometo. - Sorrio. - Jante comigo hoje, por favor, posso te levar quando terminarmos. - Ok. - Respondo sorrindo. - Está pronta? - Maisie vem me buscar. - Você precisa começar a pagar o combustível dessa garota. - Eu já pago. - Sorrio.