- Eu preciso ficar vendada até quando? - Pergunto após Zac dirigir o conversível preto por, aproximadamente, vinte minutos.
- Já estamos chegando. - Quase consigo ouvir o sorriso em sua voz quando ele me responde.
- Que diabos de surpresa é essa, Zac? Eu não suporto ficar vendada! Você vai me dar um cachorro, por acaso?
- Não, vou te dar algo eterno.
- Puta que pariu, você vai me pedir em casamento? - Por baixo da venda preta, meus olhos estão arregalados e o encostar dos meus cílios no tecido me incomoda.
- Frida, o que te faz pensar que eu me casaria com você? - Ele ri.
- O fato de que você é maluco por mim, talvez.
- Maluca é o que você está ficando.Ele estaciona e me deixa sozinha no carro por alguns segundos.
Logo depois, Zac abre a porta e me dá a mão, me guiando para fora do carro.- Cuidado, tem um degrau.
Ele segura minha mão e não sei se estamos em público, mas o gesto me faz lembrar do que a mãe de Noah me disse. Isso me faz sentir como se eu fosse única. E por algum motivo sei que, para Zac, eu sou.
- Mais um degrau. - Ele diz e eu tento não cair, me apoiando nele como uma bêbada.
- Isso é uma escada rolante? - Pergunto quando minha mão esquerda encosta no corrimão e ele se move, me assustando. - Onde é que nós estamos?
- Cuidado, vamos sair dela agora.
- Zac, dá pra você me...por que você está soltando a minha mão? Zac? - Eu me assusto e começo a girar, procurando-o sem sucesso. Quando as mãos frias de Zac encostam na parte de trás dos meus ombros, eu me acalmo e ele retira a venda. Estamos no maior shopping de Sacramento e um estúdio de tatuagem surge na minha frente.
- O que é isso?
- Seu presente. - Ele sorri e passa a mão pelos cabelos.
- Hoje não é meu aniversário. - Franzo o cenho e ele se aproxima, me dando um beijo na testa. - O que está...
- Você se lembra do dia em que eu te tirei da cadeia? - Ele sorri e se aproxima, colocando os braços ao redor da minha cintura.
- Do dia em que você me tirou da delegacia. - Sorrio.
- Você se lembra da data? - Os olhos de Zac encaram os meus e ele faz um carinho leve no meu rosto.
- 31 de dezembro, eu acho. Ou já era o primeiro dia do ano, não me lembro do horário...
- E que dia é hoje? - Ele me pergunta com calma e eu tiro o iPhone do bolso pra checar.
- 01 de fevereiro. - Respondo.
- Hoje faz um mês... - Zac se aproxima e me dá um beijo na bochecha. - que eu... - Ele beija o outro lado. - amo você. - Ele me dá um selinho e eu sinto meu corpo todo gelar. O que diabos ele está me dizendo?
- Você o que? - Digo, arregalando os olhos. Ele sorri como se não estivesse percebendo o quanto estou assustada.
- Eu amo você, Frida. Você é maluca, destrambelhada, absurdamente infantil mas, que Deus me perdoe, eu amo você.
- Ok... - Digo, ainda desnorteada. - Não sei o que te dizer.
- Não preciso de uma resposta.Ele sorri e me puxa pra dentro do estúdio. Sinto que vou cair a qualquer momento. Não estava preparada pra isso, só quero ir pra casa.
- E aí, Félix? - Ele cumprimenta com um aperto de mãos um menino negro de moicano, que está atrás do balcão do estúdio. - Essa é a Frida.
- A felizarda? - Felix diz e eu dou um sorriso tímido.
- Ela mesma. - Zac me traz pra perto.
- Você sabe me dizer o que estou fazendo aqui? - Pergunto a Félix e ele sorri, colocando na minha frente um portfólio preto. Começo a folhear e encontro vários desenhos de lobos, um mais bonito que o outro.
- Uau, eles são... - Começo mas sou interrompida por Zac.
- Opções pra você tatuar.Arregalo meus olhos e tenho certeza que eles estão brilhando.
- Tatuar?
- Se você quiser, é claro. - Zac sorri.
- Esse é o meu presente? - Não consigo conter meu sorriso.
- Sim. - Quanto mais eu sorrio, mais o sorriso de Zac aumenta.
- Zac, isso é... - Tento procurar as palavras mas não encontro. - Você é... Obrigada. - Sorrio e o abraço forte. Estou genuinamente feliz.
- De nada. - Ele beija minha testa e volta sua atenção para o portfólio. - Já escolheu?
- Eu gostei muito dessa. - Aponto para um lobo pequeno, feito com linhas geométricas.
- Então será essa. - Félix sorri.
- Mas calma... não sei se tenho coragem. Deve doer e...
- Não dói tanto.
- Mas, Zac, isso é loucura! - Tento argumentar mas meu sorriso fala por si só. Eu quero fazer isso. - Eu sou de menor, isso não precisa de autorização?
- Vai ser nosso segredinho. - Ele tem um sorriso levado no rosto. - Se você não contar pra ninguém, eu não conto.
- Maisie?
- Ela pode.
- Então eu quero essa aqui. - Aponto para um pequeno desenho de um lobo linear que está no canto da primeira página do portfólio.
- Tem certeza? Tem uns maiores, mais sombreados, mais...
- Eu quero esse. - Digo. - É simples, assim como eu.
- Você pode ser qualquer coisa, Frida, menos simples. - Zac revira os olhos e me puxa para perto.
Eu o abraço com vontade até ser chamada por Félix, que já está com os materiais preparados, esperando por mim.
E eu sou a pessoa mais nervosa do mundo nesse momento.
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FRIDA
ChickLitFrida tem 17 anos e jura que sua vida é um inferno (e de fato é), mas ela é preguiçosa demais pra mover um dedo sequer pra mudar isso. Não que ela seja má, ranzinza ou reclamona, ela só está bem em sua zona de conforto onde bolos de nozes, chás de h...