CAPÍTULO 37- ROSAS E LOBOS

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- Eu preciso ficar vendada até quando? - Pergunto após Zac dirigir o conversível preto por, aproximadamente, vinte minutos

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- Eu preciso ficar vendada até quando? - Pergunto após Zac dirigir o conversível preto por, aproximadamente, vinte minutos.
- Já estamos chegando. - Quase consigo ouvir o sorriso em sua voz quando ele me responde.
- Que diabos de surpresa é essa, Zac? Eu não suporto ficar vendada! Você vai me dar um cachorro, por acaso?
- Não, vou te dar algo eterno.
- Puta que pariu, você vai me pedir em casamento? - Por baixo da venda preta, meus olhos estão arregalados e o encostar dos meus cílios no tecido me incomoda.
- Frida, o que te faz pensar que eu me casaria com você? - Ele ri.
- O fato de que você é maluco por mim, talvez.
- Maluca é o que você está ficando.

Ele estaciona e me deixa sozinha no carro por alguns segundos.
Logo depois, Zac abre a porta e me dá a mão, me guiando para fora do carro.

- Cuidado, tem um degrau.

Ele segura minha mão e não sei se estamos em público, mas o gesto me faz lembrar do que a mãe de Noah me disse. Isso me faz sentir como se eu fosse única. E por algum motivo sei que, para Zac, eu sou.

- Mais um degrau. - Ele diz e eu tento não cair, me apoiando nele como uma bêbada.
- Isso é uma escada rolante? - Pergunto quando minha mão esquerda encosta no corrimão e ele se move, me assustando. - Onde é que nós estamos?
- Cuidado, vamos sair dela agora.
- Zac, dá pra você me...por que você está soltando a minha mão? Zac? - Eu me assusto e começo a girar, procurando-o sem sucesso. Quando as mãos frias de Zac encostam na parte de trás dos meus ombros, eu me acalmo e ele retira a venda. Estamos no maior shopping de Sacramento e um estúdio de tatuagem surge na minha frente.
- O que é isso?
- Seu presente. - Ele sorri e passa a mão pelos cabelos.
- Hoje não é meu aniversário. - Franzo o cenho e ele se aproxima, me dando um beijo na testa. - O que está...
- Você se lembra do dia em que eu te tirei da cadeia? - Ele sorri e se aproxima, colocando os braços ao redor da minha cintura.
- Do dia em que você me tirou da delegacia. - Sorrio.
- Você se lembra da data? - Os olhos de Zac encaram os meus e ele faz um carinho leve no meu rosto.
- 31 de dezembro, eu acho. Ou já era o primeiro dia do ano, não me lembro do horário...
- E que dia é hoje? - Ele me pergunta com calma e eu tiro o iPhone do bolso pra checar.
- 01 de fevereiro. - Respondo.
- Hoje faz um mês... - Zac se aproxima e me dá um beijo na bochecha. - que eu... - Ele beija o outro lado. - amo você. - Ele me dá um selinho e eu sinto meu corpo todo gelar. O que diabos ele está me dizendo?
- Você o que? - Digo, arregalando os olhos. Ele sorri como se não estivesse percebendo o quanto estou assustada.
- Eu amo você, Frida. Você é maluca, destrambelhada, absurdamente infantil mas, que Deus me perdoe, eu amo você.
- Ok... - Digo, ainda desnorteada. - Não sei o que te dizer.
- Não preciso de uma resposta.

Ele sorri e me puxa pra dentro do estúdio. Sinto que vou cair a qualquer momento. Não estava preparada pra isso, só quero ir pra casa.

- E aí, Félix? - Ele cumprimenta com um aperto de mãos um menino negro de moicano, que está atrás do balcão do estúdio. - Essa é a Frida.
- A felizarda? - Felix diz e eu dou um sorriso tímido.
- Ela mesma. - Zac me traz pra perto.
- Você sabe me dizer o que estou fazendo aqui? - Pergunto a Félix e ele sorri, colocando na minha frente um portfólio preto. Começo a folhear e encontro vários desenhos de lobos, um mais bonito que o outro.
- Uau, eles são... - Começo mas sou interrompida por Zac.
- Opções pra você tatuar.

Arregalo meus olhos e tenho certeza que eles estão brilhando.

- Tatuar?
- Se você quiser, é claro. - Zac sorri.
- Esse é o meu presente? - Não consigo conter meu sorriso.
- Sim. - Quanto mais eu sorrio, mais o sorriso de Zac aumenta.
- Zac, isso é... - Tento procurar as palavras mas não encontro. - Você é... Obrigada. - Sorrio e o abraço forte. Estou genuinamente feliz.
- De nada. - Ele beija minha testa e volta sua atenção para o portfólio. - Já escolheu?
- Eu gostei muito dessa. - Aponto para um lobo pequeno, feito com linhas geométricas.
- Então será essa. - Félix sorri.
- Mas calma... não sei se tenho coragem. Deve doer e...
- Não dói tanto.
- Mas, Zac, isso é loucura! - Tento argumentar mas meu sorriso fala por si só. Eu quero fazer isso. - Eu sou de menor, isso não precisa de autorização?
- Vai ser nosso segredinho. - Ele tem um sorriso levado no rosto. - Se você não contar pra ninguém, eu não conto.
- Maisie?
- Ela pode.
- Então eu quero essa aqui. - Aponto para um pequeno desenho de um lobo linear que está no canto da primeira página do portfólio.
- Tem certeza? Tem uns maiores, mais sombreados, mais...
- Eu quero esse. - Digo. - É simples, assim como eu.
- Você pode ser qualquer coisa, Frida, menos simples. - Zac revira os olhos e me puxa para perto.
Eu o abraço com vontade até ser chamada por Félix, que já está com os materiais preparados, esperando por mim.
E eu sou a pessoa mais nervosa do mundo nesse momento.

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