CAPÍTULO 27- NOSSO NATAL. | PARTE I

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- Oi, pai

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- Oi, pai. - É o que digo ao encontrar Michael Gordon na porta de sua casa com olhos arregalados.
- Frida? O que você...
- Vim morar com você. - Dou de ombros.
- Você...você o que?
- Vai me chamar pra entrar ou não?
- Claro, sinta-se em... - Michael hesita, mas solta as palavras em alguns segundos - Sinta-se em casa.

Quando jogo a mala azul em cima do grande sofá de camurça, nos encaramos, ambos desconfortáveis.

- Você, por acaso, viu a Ruby?
- Ela está na minha casa.
- Posso saber o que ela está fazendo lá?
- Fizemos um acordo. - Dou de ombros, fingindo que não estou aterrorizada e já arrependida com a péssima ideia de minha irmã.
- O qual seria...
- Ela foi morar com Sara e eu vim morar com você.
- Ruby? Com Sara? - Ele levanta uma sobrancelha.
- Sim. Quero dizer, não é definitivo, mas decidimos que é o melhor a ser feito agora.
- Frida, por mais que eu adore o fato de ter você, minha filha, por perto, você tem que admitir que isso é uma loucura.
- Me separar de Ruby também foi. Essa é nossa maneira de lidar com tudo isso, então você tem duas opções: engolir isso ou me expulsar daqui. E, já que a situação com Sara não anda sendo fácil, eu recomendo que escolha a primeira opção, contando com o fato de que, se você me expulsar, eu prefiro morar na rodovia de Sacramento que na casa da minha mãe.

Vejo que Michael está sem reação quando ele pisca algumas vezes, abre a boca mais algumas e não emite nenhum som.

- Suba as escadas e escolha um quarto.
- Vou ficar com o da Ruby.
- Terceira porta à esquerda.

Quando me inclino para pegar minha mala, Michael me interrompe.

- Pode deixar, Sandy leva pra você.
- Sandy? - Levanto uma sobrancelha.
- Ele trabalha aqui.
- Você tem um mordomo?
- Não, tenho um assistente.
- Legal.

Após deixar minha mala no sofá, subo as escadas em direção ao segundo andar do sobrado branco. Um corredor longo decorado com gesso e papel de parede estampado me recebe, e eu paro de contar o número de portas quando chego ao quarto de Ruby, mas não consigo parar de imaginar quantos cômodos ainda preciso conhecer nessa casa.
O quarto de Ruby é o contrário de sua personalidade: de paredes cor-de-rosa e uma cama digna de uma princesa, o lugar é grande e conta com alguns cartazes de uma banda de rock na parede. Descubro também que a sacada vista de fora do sobrado é a do quarto dela, e me pergunto como seria se eu tivesse passado minha vida aqui.

- Com licença, senhorita, vejo que já está acomodada. Vim trazer seus pertences.

É o que diz a figura de meia idade parada em frente à porta aberta do quarto de Ruby.

- Claro! Pode deixar aqui... - Indico um espaço vazio ao lado da cama para que ele deixe minha pequena mala.
- Sou Sandy Dalton, assistente da casa.
- Oi. - Eu me levanto, sorrindo. - Sou Frida Wolf. - Estendo minha mão e Sandy a aperta.
- Michael me pediu para te mostrar a casa, caso queira...
- Eu adoraria. - Sorrio. - Mas será que posso tomar um banho primeiro? Foi um dia cheio...
- Como quiser. Se achar melhor, podemos remarcar para amanhã. A piscina é bem mais bonita durante o dia.
- Amanhã está ótimo, Sandy. - Sorrio novamente, encantada com a educação do assistente de cabelos grisalhos e olhos escuros.
- Combinado. Vou providenciar toalhas limpas e escova de dentes. Precisa de mais algo?
- Um mapa para a cozinha. - Sorrio. - Estou faminta.
- Que tal um misto quente, um suco e uma fatia de bolo de nozes de sobremesa?
- Meus preferidos. - Sorrio.
- Bom saber que você e a senhorita Ruby tem tanto em comum. - Sandy sorri. - Fique a vontade, seu jantar estará servido em meia hora.
- Obrigada, Sandy.
- Não há de que. Seja bem vinda, senhorita Frida.

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