Frida tem 17 anos e jura que sua vida é um inferno (e de fato é), mas ela é preguiçosa demais pra mover um dedo sequer pra mudar isso. Não que ela seja má, ranzinza ou reclamona, ela só está bem em sua zona de conforto onde bolos de nozes, chás de h...
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- Yara só pode estar brincando! - Resmunga Charlotte após eu contar a novidade. - Eu estou aqui bem antes de você! - E ainda assim não teve iniciativa alguma... - Respondo, revirando os olhos. - Estou aqui pra trabalhar, não pra brincar de chefe. - E veja onde isso te levou, não é? - Levanto uma sobrancelha.
O caos foi instalado no terceiro andar mais uma vez: Charlotte e Annya não me querem mandando nelas por aí. E não que essa seja minha maior vontade, contando com o fato de que sei que elas não tornarão as coisas muito fáceis pra mim, mas não parece que será uma experiência de todo ruim. Charlotte deixa o camarim batendo os pés.
- Acho que não podemos contar com a presença dela na festa. - Dou de ombros. - Acho que a presença dela foi confirmada no momento em que você falou "casa do papai". Acredite, essas meninas fariam qualquer coisa para aparecer na Dior. - Maisie responde, prendendo o cabelo. - Mas é só uma festa em casa, por que chamaria tanta atenção assim? - Frida, você agora é Frida Wolf, coach model e filha do representante da Dior. Você acha mesmo que uma festa sua não chamaria tanta atenção? - Concordo com a loira. - A voz de Zac ecoa no camarim. - O que foi com você hoje? - Maisie cerra os olhos, encarando o branquelo, que apenas franze o cenho antes dela continuar: - Está nos tratando feito seres humanos e não bichos. - Você é tão exagerada. - Reviro os olhos, retirando o resto da maquiagem que sobrou em meu rosto. - Bom, os pombinhos podem conversar, eu vou esperar o papai Dior lá embaixo. XoXo. - Minha amiga sorri, ironicamente, e sai do camarim, me deixando sozinha com Zac. - Quer conversar? - Pergunto. - Agora você entende, Frida? É por isso que não conto nada a ninguém... - Ele se senta em um sofá atrás de mim. - Eu não... - Começo, me virando pra Zac, que me interrompe. - Não está me olhando com cara de dó?
"Mas é óbvio que eu estou!" Tenho vontade de responder. "Há algumas horas atrás você estava se desmanchando em lágrimas nos meus braços, quer que eu te trate com indiferença?"
- Não. - Você sabe que está. - Ele responde, ríspido. - E não, eu não quero conversar. E agradeceria se você não tocasse no assunto com ninguém. - Ok, eu já tive o suficiente. - Largo o algodão na penteadeira e rodo a cadeira em que estou para ficar de frente pra Zac, o encarando nos olhos: - Quem você pensa que eu sou e quem você pensa que é? Eu jamais aproveitaria de uma situação dessas pra te fazer parecer fraco ou algo do tipo! Jamais conversaria sobre isso com alguém! - Nunca se sabe com vocês garotas... - Nunca se... - Eu estou ofegante. - Nunca se sabe?! Você é maluco! Eu nunca vou te entender. - Talvez seja melhor assim. - Ele responde, se levantando. - Quem tinha a minha idade? - Pergunto, antes que Zac atinja a porta. - Como? - No primeiro andar, você me disse que "ela" tinha a minha idade. Quem é ela? - Realmente, Frida, você é de outro mundo. - Ele revira os olhos, mas não se irrita, apenas sorri. Eu levanto uma sobrancelha. - Eu estou sendo o cara mais babaca do universo com você e você ainda se importa.