— Ok, eu não estou entendendo. - Noah diz após estacionar o jeep, franzindo o cenho e me encarando como quem realmente está perdido.
— Estamos na minha casa. Tecnicamente, na casa do meu pai. - Digo após descer do carro e esperar que ele desça também. Quando não acontece, coloco a cabeça pra dentro da janela e o encaro novamente. — Vamos pular o muro e beber cerveja na piscina.
— Por que pularíamos o muro da sua casa? Não é como se você fosse proibida de entrar.
— Não sou. - Dou de ombros. — Mas não posso trazer meninos.Então Noah sorri como quem entendeu tudo. A aventura é estar com Noah e não apenas pular o muro de uma casa qualquer. Eu quero que tenhamos experiências proibidas que elevem nosso nível de adrenalina, mas quero que as tenhamos juntos.
Ele desce do carro e nós atravessamos o jardim, procurando pela pequena porta que liga o jardim a área da piscina. Quando a encontramos, ela está trancada. Perfeito. Sorrio e jogo minha mochila pro outro lado, esperando que não faça tanto barulho, afinal, já são mais de nove horas e meu pai deve estar dormindo. E ele não ia gostar nada de me ver pulando muros com meninos aleatórios. Após esperarmos alguns minutos, eu me apoio em Noah e consigo escalar o muro de pedras, sentando assim que chego no topo. Noah faz o mesmo e nós pulamos de vez para a área da piscina. Eu caio de joelhos e acabo me ralando mas ignoro as gotinhas de sangue escorrendo pela minha perna.— Você está bem? - Ele pergunta.
— Sim. Foi só um raladinho. Vem. - O puxo pela mão e as luzes da área se acendem com nossos movimentos. Eu corro pra apagá-las, deixando apenas as luzes azuis da piscina acesas.
— Sua casa é linda. - Ele diz.
— Obrigada. É minha casa a pouco tempo, mas já criei um carinho por esse lugar. - Sorrio e começo a procurar por cervejas no enorme freezer de papai. — Ele as mantém aqui em algum lu...Achei! - Eu pego duas garrafas e entrego uma Noah, abrindo a outra com o tecido do uniforme.
— O que você quer ouvir? - Ele me pergunta sem tirar os olhos das playlists do spotify de seu celular.
— Ah, coloca o que quiser. - Dou de ombros e o novo álbum da Taylor Swift começa a tocar.
— Você realmente gosta dela ou colocou só porque eu gosto? - Pergunto enquanto tiro os sapatos.
— Eu gosto, ela canta bem.
— Também acho.Tento lutar contra mas o sorriso não sai do meu rosto. Atravesso o balcão que divide a área da piscina da área da churrasqueira e me coloco na frente de Noah.
— Piscina?
— Tem certeza? - Ele pergunta, levando a garrafa a boca e tomado um grande gole da cerveja.
— Viemos pra isso! - Eu dou um tapinha leve em sua coxa.Então percebo que o olhar de Noah é fixo no meu. Ele me encara como quem está analisando um texto antigo, tentando entender cada palavra. Eu me arrepio, mas deduzo que é o vento frio de Harvey.
— Você está bem? - Pergunto.
— Sim.Ele sai do transe e, calmamente, tira a garrafa de cerveja da minha mão, a colocando no balcão ao lado da dele. Noah pega minha mão e me sinto nervosa mas, antes que eu consiga lutar contra, ele me puxa correndo para a piscina. Tento não gritar e me agarro nele quando me joga pra dentro d'água, o que resulta numa caída dupla. A água está absurdamente gelada, o que me faz começar a tremer assim que volto a superfície, mas ignoro a sensação e começo a jogar água em Noah.
— Você é maluco!! - Rio e jogo mais água nele. — Molhou meu uniforme todo!
— E o meu também. - Ele diz e puxa a camisa do uniforme pra cima, jogando-a pra fora da piscina. Tento não reparar em seus braços e abdômen definidos e na pele bronzeada que contrasta com a minha, mas falho na missão. — Vai ficar assim? - Ele pergunta, indicando meu uniforme com a mão.
— Não vou tirar a roupa na sua frente. - Digo e, embora o sorriso não queira deixar meu rosto, falo sério.
— Graças a Deus. - Ele ri.
— E então? O que achou da sua primeira experiência como um adolescente rebelde? - Pergunto.
— Fraca. - Ele é sincero e eu me espanto.
— Fraca?! Você está me desvalorizando. - Brinco.
— Precisamos beber mais.
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FRIDA
ChickLitFrida tem 17 anos e jura que sua vida é um inferno (e de fato é), mas ela é preguiçosa demais pra mover um dedo sequer pra mudar isso. Não que ela seja má, ranzinza ou reclamona, ela só está bem em sua zona de conforto onde bolos de nozes, chás de h...